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Empresas & Negócios

- Publicada em 10 de Outubro de 2016 às 14:37

Venax aposta em variedade para avançar no e-commerce

 Walter Bergamaschi é diretor-presidente da Venax

Walter Bergamaschi é diretor-presidente da Venax


VENAX/DIVULGAÇÃO/JC
Guilherme Daroit
Competir em um mercado dominado por multinacionais não é mais novidade para a Venax, de Venâncio Aires. Famosa por seus fogões à lenha, o caminho encontrado pela única fabricante gaúcha de eletrodomésticos é o da diversificação de seu portfólio. Apostando na variedade de cores e modelos, a Venax busca ganhar espaço, principalmente, nas lojas virtuais do setor. Surgida do arremate de uma massa falida, em 1985, a Venax quase sucumbiu em seus primeiros anos com as dificuldades do Plano Cruzado. A solução veio do advento do Mercosul, trazendo à empresa de fogões a cultura exportadora que a levaria, no auge, a mais de 40 países. A volatilidade do dólar, depois, obrigaria a empresa a se voltar ao mercado interno. "Fomos criando para atuar em nichos de mercado, atendendo os mais diversos segmentos do consumo", relembra o diretor-presidente e fundador da empresa, Walter Bergamaschi. Hoje, a empresa fabrica quase 200 mil unidades por ano, que vão de fornos e, claro, fogões, a adegas e freezers.
Competir em um mercado dominado por multinacionais não é mais novidade para a Venax, de Venâncio Aires. Famosa por seus fogões à lenha, o caminho encontrado pela única fabricante gaúcha de eletrodomésticos é o da diversificação de seu portfólio. Apostando na variedade de cores e modelos, a Venax busca ganhar espaço, principalmente, nas lojas virtuais do setor. Surgida do arremate de uma massa falida, em 1985, a Venax quase sucumbiu em seus primeiros anos com as dificuldades do Plano Cruzado. A solução veio do advento do Mercosul, trazendo à empresa de fogões a cultura exportadora que a levaria, no auge, a mais de 40 países. A volatilidade do dólar, depois, obrigaria a empresa a se voltar ao mercado interno. "Fomos criando para atuar em nichos de mercado, atendendo os mais diversos segmentos do consumo", relembra o diretor-presidente e fundador da empresa, Walter Bergamaschi. Hoje, a empresa fabrica quase 200 mil unidades por ano, que vão de fornos e, claro, fogões, a adegas e freezers.
JC Empresas & Negócios - A Venax ficou conhecida pelos fogões à lenha. São eles os carros-chefe da empresa?
Walter Bergamaschi - Nosso principal segmento é o de refrigeração, que, pela abrangência de mercado, representa 40% do faturamento. Em segundo lugar, em torno de 30% das vendas, está o fogão a gás, que ainda é exportado, embora não em grande quantidade. Já o fogão à lenha representa um quinto do total, e tem uma questão que é a sua durabilidade. Se bem cuidado, dura de 25 a 30 anos. Procuramos então criar um espaço a mais no mercado, fazendo com que esse produto alimente uma expectativa de melhoria na cozinha. Com isso, não seguimos mais só na substituição ou crescimento natural do mercado, foi aberto um espaço para a melhoria do produto em si.
Empresas & Negócios - O objetivo é aumentar a diversidade dos produtos, portanto?
Bergamaschi - Com as lojas virtuais, o consumidor ficou muito mais exigente. Agora, quando tem tempo, procura pelo seu computador, enquanto antes tinha que ir a uma loja que nem sempre tinha as opções que ele desejava. Assim, vai à caça de produtos que cumpram uma expectativa maior, escolhe pela cor, pelo tamanho, pela finalidade. O que vem de encontro ao que desejamos fazer. O consumidor não quer comprar um produto igual ao que o vizinho tem. A tônica do momento é essa. Nos automóveis, todo mundo busca pequenos nichos, nos móveis a mesma coisa. O consumo massivo ficou prejudicado.
Empresas & Negócios - As vendas acontecem para todo País?
Bergamaschi - Vendemos para o País inteiro, e nosso ponto forte é mesmo o e-commerce. Temos produtos que podem quase ser personalizados, o que faz com que esse cliente nos prestigie. O que pensamos é que realmente o comércio virtual é a bola da vez. Tem muita chance de ter um produto com preço mais justo, em função da logística, armazenamento, exposição, que são muito caros para lojas físicas. Todas as grandes redes têm lojas virtuais, que muitas vezes representam a principal fatia do mercado delas.
Empresas & Negócios - E na exportação, que ajudou a empresa a se consolidar no passado, como está hoje?
Bergamaschi - A exportação responde por cerca de 15% do faturamento. Chegamos a 95% quando atingíamos 42 países em praticamente todo o mundo, e depois fomos caindo. No Brasil, tornou-se impossível exportar produtos manufaturados. Tivemos, no ano passado, por exemplo, aumento de energia na base de 70%, fica impossível competir com o resto do mundo. Exportamos basicamente para a América do Sul e América Central, e começando a desenvolver alguma coisa em outras regiões em termos de refrigeração. Mas mercado externo para produtos manufaturados leva muito tempo, tem que adequar o produto àquele consumo, montar rede de assistência técnica. Leva-se de dois a três anos para finalizar uma negociação.
Empresas & Negócios - Tivemos uma onda de empresas que importavam os eletrodomésticos e só colocavam a sua marca. A Venax ainda produz tudo em Venâncio Aires?
Bergamaschi - Somos uma empresa verticalizada, produzimos muita coisa internamente. Somos dependentes, claro, de aço e vidro, por exemplo. Mas se esmalta, funde, croma, zinca, solda, forja, tudo em Venâncio Aires. Importamos algumas peças, como termostatos, mas o restante, em termo de processo, é tudo feito em casa. Temos que dar emprego para as pessoas terem renda para consumir. Quando se importa algo pronto, pode até ser mais barato, mas não gera renda para comprar essa importação. Temos que gerar emprego e renda.
Empresas & Negócios - Sempre se fala que a Venax é a única empresa gaúcha de eletrodomésticos. Por que isso acontece?
Bergamaschi - Especificamente na linha de refrigeração doméstica, somos os únicos, mas existem poucas empresas no Brasil como um todo também. O Estado não tem estimulado a indústria em que atuamos. Aqui pensa-se em tratores, implementos agrícolas, se pensava em calçados e móveis, mas hoje as empresas estão fechando ou indo embora. E nós estamos longe do centro de fornecimento das matérias-primas. A tendência é você se juntar a esses pares para diminuir o custo da logística. Não podemos suportar por muito tempo trazer o insumo e depois retornar com o produto acabado. Temos que reestudar esse aspecto para manter a competitividade no mercado. Aqui, temos um limite de absorção no mercado, que ainda nos é interessante. Para haver crescimento forte é preciso expandir, ir a outras regiões. Teríamos de buscar outro ponto logístico fora do Estado.
Empresas & Negócios - Já há algum plano concreto?
Bergamaschi - O modal rodoviário se esgotou e está muito caro. Temos que criar outras alternativas e desenvolver novos produtos direcionados aos mercados locais. Nunca poderíamos tirar daqui o segmento de cocção a lenha, porque o grande mercado está aqui. Outros produtos que são direcionados ao mercado gaúcho, como conservadores de vacinas, também.
Empresas & Negócios - A Venax pretende lançar novos produtos? A expansão está nos planos?
Bergamaschi - Sempre teremos novidades, eletrodoméstico não pode se repetir por muito tempo. Quando você lançou um produto, já tem que correr para lançar outro imediatamente. O consumidor não compra nada novo que outra pessoa já tem. Mas isso dentro das famílias de produtos que já temos. Para entrar em outros segmentos, a produtividade cairia muito e o custo se tornaria insuportável ao consumidor. A demanda por nossos produtos existe, mas não está pressionando a produção. E o momento não é oportuno, juros altos, mão de obra cara. Vamos manter a empresa nesse nível de atuação por enquanto para que não fique comprometida na sua estrutura.
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