Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Política

- Publicada em 05 de Setembro de 2016 às 15:20

Simers reúne candidatos a prefeito e aponta redução de leitos do SUS na Capital

Dirigentes do Sindicato Médico reuniram sete dos nove candidatos à sucessão na Capital

Dirigentes do Sindicato Médico reuniram sete dos nove candidatos à sucessão na Capital


MARCELO G. RIBEIRO/JC
As propostas dos candidatos a prefeito para melhorar a estrutura de atendimento em saúde dos porto-alegrenses foram o foco do encontro promovido pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) na manhã desta segunda-feira (5), no Hotel Deville, zona norte da Capital.
As propostas dos candidatos a prefeito para melhorar a estrutura de atendimento em saúde dos porto-alegrenses foram o foco do encontro promovido pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) na manhã desta segunda-feira (5), no Hotel Deville, zona norte da Capital.
O Simers apresentou os resultados da campanha Desejos para Saúde, que captou a opinião dos moradores sobre as prioridades no setor. A ação indicou em primeiro lugar a abertura de leitos (10,76%), depois agilidade no atendimento (10,1%) e melhoria na infraestrutura das unidades (9,76%). A campanha foi feita para os 497 municípios.
A entidade também divulgou que a cidade teve redução de 431 leitos hospitalares do SUS nos últimos 12 meses. O número abrange 282 leitos que foram suprimidos e que constam no cadastro do Ministério da Saúde e outros 151 leitos do Hospital Parque Belém, que estão no cadastro, mas na prática não estão disponíveis. A prefeitura alegou que considera apenas as 282 vagas.   
Sete dos nove candidatos compareceram. Marcello Chiodo (PV) e Júlio Flores (PSTU) não participaram. Chiodo tenta reverter o indeferimento da candidatura pela Justiça Eleitoral. Todos os candidatos foram convidados, segundo o sindicato. As regras do encontro buscaram explorar as propostas e opiniões dos prefeituráveis sobre temas elencados pelo Simers e sorteados na hora do evento. Os candidatos também tiveram espaço para destacar o que preveem os planos de governo para a área.
A vice-presidente do Sindicato, Maria Rita de Assis Brasil, lembrou da campanha Desejos para a Saúde, que buscou este ano ouvir a população e que mostrou semelhança com pautas da categoria. "Descobrimos que as demandas são as mesmas", valorizou Maria Rita. 
Nas medidas para a saúde, a candidata do PSOL, Luciana Genro, reforçou que as vontades da população indicadas na campanha são os já detectados por sua campanha. Luciana apontou o problema de financiamento da saúde e citou: "A prefeitura gastou R$ 139 milhões a menos na saúde me 2015, R$ 30 milhões deixaram de ser repassados pelo governo federal e outros R$ 43 milhões pelo governo estadual", apontou a candidata, comprometendo-se a lutar por mais recursos e brigar nas esferas estadual e federal.
O petista Raul Pont ressaltou que a luta neste momento precisa impedir a aprovação da emenda constitucional do governo Temer que congelará,  por 20 anos, os gastos com saúde e educação. "Se o quadro já é sombrio, imagina o desdobramento para a saúde. O município terá de resistir a este quadro e manter os gastos e percentuais e apostar na atenção básica, na melhoria e carência de equipes de saúde da família", defendeu Pont.
Candidato do PMDB, Sebastião Melo chegou a considerar que os dois minutos do tempo para falar era pouco tempo devido "à envergadura do tema", e lembrou que os problemas do SUS são os mesmos do Estado e Brasil. "Vou trabalhar no fortalecimento da gestão, mas precisa melhorar a rede de atenção básica para reduzir a hospitalização", defendeu Melo. Sobre os leitos do Parque Belém, ele disse que buscará solução. Mas disse que a atual gestão abriu hospitais, como o da Restinga, além de citar que a Capital está sobrecarregada com os casos do interior. "Estado e União têm obrigações nisso."
O aumento de leitos na Capital foi foco de Maurício Dziedricki (PTB) foi também relacionado com a capacidade de repasse da União e Estado, citando investimento menor em nível federal. Dziedricki citou que Porto Alegre assume mais atendimentos, pois fecham vagas em Canoas e Guaíba. O petebista aposta ainda em prevenção e qualificação da rede básica, para deixar leitos a casos mais complexos. "Vamos redesenhar o uso do Parque Belém, usar plenamente o Restinga", prometeu o petebista, citando que há problemas de gerenciamento de leitos. 
João Carlos Rodrigues (PMN) disse que vai convidar o Simers e outras entidades de classe para colaborar comum eventual governo. "Para construir propostas para melhorar a saúde", justificou Rodrigues, que também quer usar os leitos ociosos do Parque Belém. Para ele, há problemas de gestão na saúde da Capital, e o prefeito precisa ser melhor assessorado "para tomar medidas maios eficientes".
"Situação estarrecedora", foi a definição de Nelson Marchezan Jr. (PSDB) para a situação da saúde na Capital. "O foco está equivocado, tem de ser no paciente, na atenção básica", avaliou o candidato tucano, que também vê problema na gestão da área em toda a saúde pública municipal. "Muitos dos problemas de Porto Alegre poderiam evoluir com gestão. A informatização é precária e muitas das estruturas da cidade não são articuladas, como o uso de tele-saúde", pontuou o tucano.
Fábio Ostermann (PSL) lembrou que "está claro para todo mundo que há problemas sérios na saúde de Porto Alegre", mas advertiu que as soluções não passam apenas por ter mais recursos. "O orçamento da saúde é de mais de R$ 1,6 bilhão, recursos são fundamentais, mas a prefeitura perdeu capacidade gerencial", apontou Ostermann, que chamou "de grandes tragédias a falta de priorização da saúde" e disse que buscará alternativas com parcerias, como o que foi feita com o Hospital Moinhos de vento, para erguer o Hospital da Restinga. Além dos 431 leitos a menos apontados pelo sindicato, o candidato do PSL contabiliza corte de 15% das vagas em 10 anos. 
 Encontro dos Candidatos a Prefeitura de Porto Alegre com o SIMERS. Encontro realizado no hotem Deville
Perguntas feitas aos candidatos
Os candidatos tiveram de responder temas sorteados pelo Simers. Melo colocou sua posição sobre o programa Mais Médicos e disse que "sempre se socorrerá do programa quando não conseguir médicos do Brasil para atender a população". "A prioridade será a médicos brasileiros, mas se isso não for possível vou me socorrer (Mais Médicos) para garantir atendimento." O peemedebista também falou de nova carreira para o setor médico, além disso que houve melhorias nas unidades, mas que há falta de recursos para mais obras.
Dziedricki teve de se posicionar sobre o funcionamento do serviço móvel de urgência (Samu). o petebista diz que já visitou as instalações do serviço, elogiou o trabalho e acredita que se possa usar mais meios, como motos, para dar agilidade e adotar prevenção e redução de danos nos casos de acidentes. O petebista defendeu a criação de um novo plano de carreira, que não precisa ser exclusivo dos médicos. Tem consultoria que fez um estudo. Absorção de médicos por concurso e elevar o desempenho. Paridade entre as cargas horárias é a forma mais efetiva e ter planod e residência médica vinculada com o quadro.  
Segurança foi a questão feita a Marchezan, que buscará a Brigada Militar, que é a instituição que "tem competência e rede de informações" para atuar. "A saúde e a segurança de Porto Alegre vão falar com o governo federal e estadual." Sobre agilidade nos atendimentos, o tucano votou a falar que é preciso avançar na gestão. "Não avança se utiliza métodos e ideologias antigas." 
Luciana também falou sobre segurança e defendeu o aumento do número de integrantes da Guarda Municipal para melhorar o apoio em postos e destacou que "o problema também está associado à precariedade da estrutura de atendimento." A candidata do PSOL cobrou ações do governo estadual, responsável pela área e por garantir a ampliação do quadro da segurança. 
Pont falou de ações para valorização dos profissionais e lembrou que o PT fez a implantação da municipalização do SUS quando era governo. O candidato disse que precisa estabelecer uma relação que se mostra positiva com o Mais Médicos, que tem aceitação em áreas mais pobres, e falou que a carência na oferta de especialidades ocorre em áreas como Ortopedia. "O importante é ter capacidade de responder a questões mais graves." 
Rodrigues respondeu sobre o atendimento aos idosos e disse que tem projeto específico para a área. "Há muito desleixo e descaso e falta de humanismo com as pessoas mais velhas. As pessoas e o setor público esquecem que um dia todos vamos envelhecer." Ele propõe a construção de uma unidade específica para atender a "boa idade". "Nosso projeto em saúde é simples, mas é legal."
Ostermann foi questionado sobre o atendimento em saúde mental e indicou que é preciso elevar a oferta, com estabelecimentos específicos para este público. "Precisamos aumentar a oferta para dar encaminhamento adequado aos casos", defendeu o candidato do PSL, que acredita nos convênios e parcerias com outras organizações para aumentar os serviços. Chegou a citar a instalação de clínicas populares, modelo adotado em outras regiões do País "mais pobres do que o Rio Grande do Sul e que estão mostrando êxito no atendimento". 
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO