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Opinião

- Publicada em 16 de Setembro de 2016 às 17:25

Dilma e a democracia a toda prova

A amplitude do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) demonstra a maturidade da democracia brasileira. E vai, já, ao impacto internacional, no teste da convivência dos Poderes, dentro do mais escrupuloso respeito à Constituição. Deveremos ao presidente Ricardo Lewandowski esse êxito, no cumprimento dos tempos dos discursos e da pertinência do seu conteúdo. Deparamos toda a franqueza da palavra, no sangue frio das acusações, mas a salvo de qualquer insulto.
A amplitude do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) demonstra a maturidade da democracia brasileira. E vai, já, ao impacto internacional, no teste da convivência dos Poderes, dentro do mais escrupuloso respeito à Constituição. Deveremos ao presidente Ricardo Lewandowski esse êxito, no cumprimento dos tempos dos discursos e da pertinência do seu conteúdo. Deparamos toda a franqueza da palavra, no sangue frio das acusações, mas a salvo de qualquer insulto.
O discurso introdutório de Dilma guarneceu-se de toda a meticulosidade da argumentação sobre o que se entenda como crime de responsabilidade. Nenhuma tentação ao desabafo, numa constância de tom de quem olha para o processo histórico mais do que para os resultados da hora. Da mesma forma, também foram alvo a denúncia de Eduardo Cunha e as motivações da sua iniciativa. Ela referiu-se, ainda, à hostilidade da cobertura mediática nas apostas quanto ao desfecho do impeachment. A presidente apartou-se, por inteiro, de qualquer tentação de vitimar-se, levando os ataques ao claro confronto de duas visões contrastantes da política pública brasileira. Reportou-se ao perfil dos 13 anos de chegada do petismo ao poder, ainda que tenha ido mais à invocação das esquerdas do que à referência explícita ao partido. Para além disso, denunciou, claramente, o governo interino como um regime de defesa do elitismo político e social do Brasil e do velho status quo. E foi só após esse pano de fundo que inseriu a defesa jurídica e falou, ao fim do discurso, após todo esse preparo, do que seja o golpe, no atentado a explícitos artigos da Carta Magna. Os debates subsequentes ganharam a didática inevitável das respostas, uma a uma, pela presidente, às interpelações dos senadores. Por força, repetiram-se as mesmas frases no diálogo, tanto o questionário marcava muito mais o desempenho da fala, naqueles minutos de glória dos parlamentares, que, de fato, uma novidade de indagação.
Por sobre o acirramento do entrevero, o que emergiu, sem volta, na nossa maturação democrática foi o jogo pleno - senão exaustivo - dos antagonismos de opiniões, a assegurar a verdadeira coexistência de interesses e ideologias da vida pública do País.
Membro da Academia Brasileira de Letras
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