As bolsas europeias operam em direções opostas nesta quinta-feira (15), divididas entre o avanço do petróleo e preocupações de que os bancos centrais mundo afora estejam mais contidos em fornecer novos estímulos econômicos. Fatores positivos pontuais ajudam no movimento comprador.
Às 7h50min (de Brasília), a Bolsa de Londres subia 0,29%, Frankfurt ganhava 0,29% e Madri tinha alta de 0,36%. Já a Bolsa de Paris perdia 0,03%, Milão recuava 0,38% e Lisboa retraía 0,14%.
Grandes bancos centrais têm estado no foco dos investidores nos últimos dias. Na semana que vem, o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) se reúne para decidir sua política monetária e embora a maioria dos investidores aposta em manutenção dos juros, alguns ainda apontam uma possibilidade de elevação, o que tem gerado incertezas, além das dúvidas sobre os próximos passos da instituição.
Outro banco central que tem deixado os mercados cauteloso é o Banco do Japão (BoJ), que também terá reunião nos dias 20 e 21 de setembro, assim como o Fed. Rumores de que a instituição pode elevar seu programa de compra de ativos rondam os mercados, mas em algumas vezes o BoJ frustrou as expectativas, o que gera uma negociação comedida. Hoje, às 8h, o Banco da Inglaterra anuncia decisão de juros, mas a estimativa é de manutenção, assim como em seu programa de estímulos, uma vez que foi reforçado recentemente.
Nos negócios, a Bolsa de Londres esboça otimismo ajudada por mais um indicador econômico melhor do que o esperado, o que tem animado os investidores que seguiam temerosos de que a decisão do Reino Unido de sair da União Europeia pudesse impactar a economia já no curto prazo. As vendas no varejo do Reino Unido caíram 0,2% em agosto ante julho, segundo dados publicados hoje pelo Escritório para Estatísticas Nacionais (ONS, na sigla em inglês). Apesar da queda, o resultado veio acima das expectativas de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam redução mensal de 0,5% nas vendas. Ainda em Londres, as empresas de energia se beneficiam com a alta superior de 1% do petróleo.
Em Frankfurt, o destaque fica para as ações de montadoras. Foi divulgado ontem que as vendas de carros novos na União Europeia subiram 10% em agosto, segundo dados da Associação dos Construtores Europeus de Automóveis. As vendas da Volkswagen subiram 6,3%, Renault cresceram 14,6%, enquanto a Fiat também avançaram. Os papéis da Volkswagen subiam 0,10%. Em Paris, os papéis da Renault subiam 0,20%.
Em Frankfurt, os fornecedores da Apple estão se beneficiando depois que a empresa informou ontem que as quantidades iniciais do iPhone 7 - que começam a ser vendido amanhã - já estão esgotadas. As ações das empresas Dialog e STMicro subiam mais de 0,6%. Outro destaque é a ação da Siemens, que sobem mais de 2% depois que o CEO, Joe Kaeser, fez comentários otimistas, dizendo que vê lucros para a empresa no ano inteiro.
Entre os indicadores do dia, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro subiu 0,2% em agosto ante igual mês do ano passado, segundo números finais divulgados hoje pela agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat. O resultado confirmou a leitura preliminar e veio em linha com a expectativa de analistas consultados pela Dow Jones Newswires.
Além disso, a zona do euro teve superávit comercial de 20 bilhões de euros (US$ 22,5 bilhões) em julho, considerando-se ajustes sazonais, segundo dados publicados hoje pela agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat. O resultado é menor que o saldo positivo de 23,8 bilhões de euros registrado em junho.