A fusão anunciada nesta quarta-feira entre o grupo alemão Bayer e a norte-americana Monsanto representa mais um passo no processo de forte concentração em diversas áreas do agronegócio global, mas não terá necessariamente consequências negativas a clientes e fornecedores das empresas, avalia o presidente da Bunge no Brasil, Raul Padilla.
Segundo ele, a consolidação do setor pode não significar preços mais altos para clientes da Bayer e da Monsanto - caso dos produtores rurais que abastecem a Bunge - se o ganho de competitividade permitido pela operação for repassado ao restante da cadeia.
"Concentração nem sempre tem consequências ruins", disse Padilla, após participar de um debate, no qual a Bunge foi um dos patrocinadores, sobre o futuro do Mercosul promovido pela Câmara de Comércio argentino-brasileira.
Lembrando de outras megaoperações anunciadas no setor neste ano, como a fusão entre Dow Chemical e DuPont, nas áreas de química e de defensivos agrícolas, Padilla comentou que o setor passa por grande transformação e um "processo de consolidação importante". "Temos um processo de concentração forte em muitas áreas da cadeia e que muda a realidade", disse.