Os contratos futuros de ouro fecharam em queda nesta segunda-feira (12) pela quarta sessão consecutiva, com os operadores repercutindo os últimos comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) sobre os rumos da política monetária no país. Declarações consideradas 'hawkish', ou seja, favorável a um aumento dos juros, vêm pressionando o metal precioso desde sexta-feira e hoje não foi diferente.
Na esteira do discurso do presidente do Fed de Boston, Eric Rosengren (vota nas reuniões de política monetária deste ano), na semana passada, hoje foi a vez de Dennis Lockhart, do Fed de Atlanta (não vota neste ano), dizer que os dados macroeconômicos "apoiam séria discussão sobre alta de juros na próxima reunião". No entanto, Lockhart se recusou a opinar sobre quando ele gostaria de ver esse aperto.
Com isso, o ouro para dezembro negociado na Comex, a divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), fechou em queda de 0,66%, a US$ 1.325,60 por onça-troy.
Há de se ressaltar, porém, que o fechamento do pregão aconteceu antes que o mercado pudesse digerir o discurso da diretora do Fed Lael Brainard, no começo da tarde. Ela defendeu "prudência" para um aperto monetário e evidenciou um Fed dividido sobre a questão. Depois da fala de Brainard, o ouro no pregão eletrônico recuperou parte das perdas e às 16h20 estava cotado a US$ 1.331,60 por onça-troy.
Uma perspectiva de aumento dos juros tende a pressionar o ouro, uma vez que o metal não paga retornos aos seus investidores e torna outros ativos mais interessantes. A próxima reunião de política monetária do Fed acontece nos dias 20 e 21 de setembro.