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IMPEACHMENT

- Publicada em 31 de Agosto de 2016 às 23:25

Dilma eleva tom e promete oposição enérgica a Temer

Ex-presidente diz que seguirá lutando na Justiça contra impedimento

Ex-presidente diz que seguirá lutando na Justiça contra impedimento


EVARISTO SA/AFP/JC
Dilma Rousseff (PT) falou pela primeira vez como ex-presidente da República nesta quarta-feira. De vermelho e cercada por integrantes de sua tropa de choque no Senado - Lindbergh Farias (PT-RJ), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) -, a petista fez um discurso beligerante. Classificou o governo do presidente Michel Temer (PMDB) como "um bando de corruptos", indicou que seguirá lutando na Justiça contra o impeachment e afirmou: "Nós voltaremos".
Dilma Rousseff (PT) falou pela primeira vez como ex-presidente da República nesta quarta-feira. De vermelho e cercada por integrantes de sua tropa de choque no Senado - Lindbergh Farias (PT-RJ), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) -, a petista fez um discurso beligerante. Classificou o governo do presidente Michel Temer (PMDB) como "um bando de corruptos", indicou que seguirá lutando na Justiça contra o impeachment e afirmou: "Nós voltaremos".
"Com a aprovação do meu afastamento definitivo, políticos que buscam desesperadamente escapar do braço da Justiça tomarão o poder unidos aos derrotados nas últimas quatro eleições. Não ascendem ao governo pelo voto direto, como eu e Lula (PT) fizemos em 2002, 2006, 2010 e 2014. Apropriam-se do poder por meio de um golpe de Estado", afirmou.
"O projeto nacional progressista, inclusivo e democrático que represento está sendo interrompido por uma poderosa força conservadora e reacionária, com o apoio de uma imprensa facciosa e venal. Vão capturar as instituições do Estado para colocá-las a serviço do mais radical liberalismo econômico e do retrocesso social."
Além de culpar os inimigos de sempre, Dilma retomou da perda de conquistas sociais. "O golpe é contra os movimentos sociais e sindicais e contra os que lutam por direitos em todas as suas acepções: direito ao trabalho e à proteção de leis trabalhistas; direito a uma aposentadoria justa; direito à moradia e à terra; direito à educação, à saúde e à cultura; direito aos jovens de protagonizarem sua história; direitos dos negros, dos indígenas, da população LGBT, das mulheres; direito de se manifestar sem ser reprimido."
"Sei que todos nós vamos lutar. Haverá contra eles a mais firme, incansável e enérgica oposição que um governo golpista pode sofrer. Repito: a mais determinada oposição que um governo golpista pode sofrer", afirmou Dilma, em referência ao papel que restou a seu partido e aos aliados no Congresso Nacional.
"Nós voltaremos para continuar nossas jornada rumo ao Brasil em que o povo é soberano. Saibamos nos unir em defesa de causas comuns a todos os progressistas. Proponho que lutemos todos juntos contra o retrocesso, a extinção de direitos", prosseguiu.
Dilma afirmou que o impeachment representa o segundo golpe de Estado sofrido em sua vida, em errônea referência ao golpe militar de 1964, e prometeu recorrer em todas as instâncias possíveis e voltar para continuar sua jornada.
Segundo ela, os senadores que votaram a favor da cassação de seu mandato rasgaram a Constituição, e o impeachment entrará para a história das grandes injustiças.
"Esse golpe é contra os movimentos sociais e sindicais, contra os que lutam por direitos em todas as suas acepções. É um golpe misógino, homofóbico, racista", disse. "Ouçam bem: eles pensam que nos venceram, mas estão enganados. Sei que todos vamos lutar."
Em seu discurso, a petista afirmou: "Não direi adeus a vocês, tenho certeza de que posso dizer até daqui a pouco. Ou eu, ou outros assumirão esse processo".

Petistas e oposição a Dilma vão ao STF questionar resultado

Incomodada com a anistia concedida à ex-presidente Dilma Rousseff, a cúpula do PSDB anunciou que irá ao Supremo Tribunal Federal (STF) questionar a decisão do ministro Ricardo Lewandowski de permitir votações separadas, uma para a cassação do mandato da petista, e outra para definir se ela ficaria impedida de exercer funções públicas.
O encaminhamento do ministro deu margem para que uma articulação patrocinada pelo PT com o apoio de peemedebistas como o presidente do Senado, Renan Calheiros, permitisse uma anistia a Dilma, que foi cassada mas manteve o direito de ocupar funções públicas.
O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse, logo após o encerramento da sessão do impeachment, que seu partido solicitará ao STF que "investigue se efetivamente poderia haver esse desmembramento". "As penas são indissociáveis na nossa avaliação", afirmou.
O Supremo também receberá reclamações por parte de aliados da ex-presidente. Como já havia antecipado, o advogado de defesa de Dilma, José Eduardo Cardozo, disse que, até amanhã, vai impetrar uma ação na Corte. Ele ainda planeja dar entrada em um segundo processo na próxima semana.
"Vamos questionar a falta do direito de defesa, porque os senadores já vinham antecipando seus votos desde o início do processo. E também questionaremos os aspectos levantados pela Lei do Impeachment, que não são compatíveis com a constituição atual", afirmou.
A anistia a Dilma foi considerada uma vitória pelos petistas.