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Segurança pública

- Publicada em 28 de Agosto de 2016 às 22:04

Atuação da Força Nacional começa amanhã

Hoje, o grupo fará reconhecimento de locais mais problemáticos da Capital

Hoje, o grupo fará reconhecimento de locais mais problemáticos da Capital


JONATHAN HECKLER/JC
Anunciados na sexta-feira, os 120 policiais militares (PMs) da Força Nacional (FN) chegaram ontem a Porto Alegre, em 30 viaturas, para reforçar o trabalho da Brigada Militar (BM) na Operação Avante. A vinda de mais 30 agentes é aguardada durante esta semana. O efetivo ficará alojado na sede do 9º Batalhão da Polícia Militar (BPM), na avenida Praia de Belas. Hoje, será dia de o grupo fazer o reconhecimento dos principais locais com problemas de segurança pública na Capital, para amanhã, às 6h, já iniciarem sua atuação juntamente com os brigadianos.
Anunciados na sexta-feira, os 120 policiais militares (PMs) da Força Nacional (FN) chegaram ontem a Porto Alegre, em 30 viaturas, para reforçar o trabalho da Brigada Militar (BM) na Operação Avante. A vinda de mais 30 agentes é aguardada durante esta semana. O efetivo ficará alojado na sede do 9º Batalhão da Polícia Militar (BPM), na avenida Praia de Belas. Hoje, será dia de o grupo fazer o reconhecimento dos principais locais com problemas de segurança pública na Capital, para amanhã, às 6h, já iniciarem sua atuação juntamente com os brigadianos.
Os PMs da FN foram cogitados, inicialmente, para atuar na guarda externa dos presídios gaúchos, o que permitiria que policiais da BM que hoje exercem essa função fossem liberados para o policiamento ostensivo. "Quando eu soube que eles viriam em viaturas, no entanto, mudei de ideia. Seria incoerente colocá-los em presídios, quando têm capacidade técnica e mobilidade para atuar na polícia ostensiva", observa o comandante-geral da BM, coronel Alfeu Freitas.
A missão principal da FN será ser vista pelas ruas de Porto Alegre, a fim de aumentar a sensação de segurança. A princípio, não haverá atuação em outras cidades. Como a doutrina do efetivo federal é atuar em equipes exclusivas da FN, sem mescla com a BM, as equipes ficarão separadas. Entretanto, como se tratam de policiais que não conhecem a cidade, inicialmente as viaturas permanecerão próximas umas das outras. A comunicação entre as equipes se dará via rádio. Depois, os trabalhos poderão ocorrer de maneira mais autônoma. Ainda não está definido por quanto tempo os PMs do governo federal ficarão na Capital.
Freitas destaca a importância de, mesmo com a presença da FN, os gaúchos valorizarem a BM, que, nesta semana, poderá ter novo anúncio de parcelamento de seus salários. "Os PMs do Rio Grande do Sul continuam atuando firmes e fortes, mesmo com salário parcelado. Esse pessoal que vem em apoio não é afetado por parcelamento, pois não é pago pelo Estado, mas os brigadianos nunca abandonaram os gaúchos. O apoio é bem-vindo, mas amanhã ou depois eles vão embora, e nós ficamos", recorda.

Porto-alegrenses protestam por mais segurança

Movimento Segurança Urgente realizou ação ontem, na Praça da Encol

Movimento Segurança Urgente realizou ação ontem, na Praça da Encol


JONATHAN HECKLER/JC
Dezenas de pessoas do movimento Segurança Urgente realizaram ontem, na Praça da Encol, um protesto por mais segurança em Porto Alegre. Iniciado após a morte do capitão do Exército Carlos Norberto Barbosa dos Santos, de 59 anos, em 28 de março, durante assalto no bairro Tristeza, na zona Sul, o movimento tem realizado passeatas e carreatas para coletar assinaturas em um abaixo-assinado, a ser entregue ao governador José Ivo Sartori, pedindo medidas contra a violência. Atualmente, há cerca de 30 mil assinaturas.
Segundo o comerciário e representante do Segurança Urgente César Camargo, de 49 anos, em março, o movimento já pedia a vinda da Força Nacional. "Lamentavelmente, Sartori não nos escutou na época. Desde então, houve mais seis ou sete latrocínios que poderiam ter sido evitados", salienta.
Santos considera a vinda da FN um paliativo, mas necessária neste momento. "Precisamos ter nossa cidade de volta. Sabemos que segurança não é somente policiamento e que, a longo prazo, é fundamental investir em educação, mas agora o assunto é de polícia", opina. O Rio Grande do Sul conta, hoje, com aproximadamente 17 mil policiais militares.

Estado promete acelerar medidas contra a violência

A onda de violência culminou no compromisso do governo do Estado de acelerar as medidas previstas no Plano Estadual de Segurança Pública, anunciado no dia 30 de junho. Ainda não há definição sobre quais ações serão agilizadas e se o valor previsto para o plano, de R$ 166,9 milhões, receberá incrementos. "Esse orçamento servirá como base", explica o vice-governador José Paulo Cairoli, que foi incumbido de coordenar o Comitê de Gestão de Segurança Pública enquanto o futuro secretário estadual não é escolhido. O comitê foi criado na sexta-feira pelo governador José Ivo Sartori, para gerenciar o momento de crise no setor.
O assassinato, na quinta-feira, da representante comercial Cristine Fonseca Fagundes, de 44 anos, em Porto Alegre, foi a gota d'água para a permanência do então secretário de Segurança Pública, Wantuir Jacini. Ele foi exonerado no mesmo dia, logo após a morte da mulher, que levou um tiro durante tentativa de assalto enquanto esperava o filho na saída da escola, no bairro Higienópolis. Cristine foi alvejada quanto tentava tirar o cinto de segurança. Sua filha adolescente, que estava no carro, conseguiu correr em direção à escola Dom Bosco e não ficou ferida.
Segundo Cairoli, o governo do Estado admite sua responsabilidade pela segurança pública no Rio Grande do Sul e não aceita a alta criminalidade. "Somos todos pais de família e sabemos da gravidade do que tem ocorrido, embora, quando as estatísticas são analisadas, os números não são tão ruins quanto parecem. Então precisamos nos organizar para cumprirmos essa missão sem perdermos nosso ponto principal, que é o equilíbrio financeiro", destaca. O Estado teve aumento de 34,6% nos índices de latrocínio, em comparação com o ano passado.
Conforme o chefe estadual da Casa Civil, Márcio Biolchi, é preciso aumentar o efetivo, mas também pensar em soluções a longo prazo. "Em um ano, a população carcerária gaúcha aumentou mais de 10%, o que significa que temos 5,8 mil presos a mais do que em 2015. Isso significa que estamos prendendo. Por outro lado, o resultado nos índices de redução da violência não é proporcional. O incremento de efetivo pode ajudar, mas, a longo prazo, não vai resolver a situação", observa.
Além da vinda da Força Nacional, ainda não há definições sobre outras medidas efetivas. No comitê estarão representantes de diferentes secretarias e dos 19 municípios onde 75% dos crimes ocorrem no Rio Grande do Sul, a maioria na Região Metropolitana. "Como a formação do comitê se deu em um momento de muito sentimento e tristeza com a incidência de mais um latrocínio, ao longo dos próximos dias, trataremos de forma mais técnica, para atender ao plano em geral", assegura Cairoli.