O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), afirmou, neste sábado (27), que não há data para a Força Nacional de Segurança Pública deixar o Estado. Sartori também admitiu que poderá ter novas fases de deslocamento de efetivo e negou que tivesse demorado a fazer o pedido de ajuda ao governo federal, o que ocorreu nessa sexta-feira (26).
O assassinato da vendedora Cristine Fagundes por um assaltante na quinta-feira (25), enquanto esperava o filho na rua em frente à escola dele na zona norte de Porto Alegre, foi o estopim para a iniciativa, que já vinha sendo defendida pela população. Moradores
cobram ações e policiais nas ruas.
Neste sábado, centenas de moradores, amigos e familiares de Cristine, estudantes, professores e funcionários do Colégio Dom Bosco (onde ocorreu a morte) e profissionais de postos de saúde protestaram nas ruas do bairro Higienópolis, nas imediações da Vila do Iapi, e clamaram: "Socorro, Segurança Já". Segundo organizadores, cerca de 2 mil pessoas participaram.
O secretário da Segurança Pública, Wantuir Jacini, também pediu demissão na noite do dia 25. Um Gabinete de Crise, chefiado pelo vice-governador, José Paulo Cairoli, foi instalado na madrugada de sexta.
Os cerca de 120 a 150 homens da Força Nacional chegarão na tarde deste domingo (28) à Capital, mas o horário não foi confirmado pelo governo estadual. A razão é o deslocamento em comboio por meio terrestre. "Eles precisam evitar acidentes."
Ao abrir a 39ª Expointer no Parque Assis Brasil em Esteio, Sartori admitiu as dificuldades com o aumento da violência e disse que se reunirá nesta segunda-feira (29) com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, em Porto Alegre. Além de tropas que farão o policiamento das ruas de Porto Alegre, o governador quer recursos para mais ações em segurança.
Na cerimônia, Sartori aproveitou para frisar: "A questão de segurança pública não é um problema de um homem, de uma pessoa ou personalidade, pertence a toda uma nação e país". Ele também disse que "a atual violência não foi criada" pelo seu governo.
"Analisamos e dentro da situação entendemos que era o momento", alegou, sobre o momento em que pediu o apoio federal. A Força está sendo deslocada do Rio de Janeiro e é parte do efetivo da Rio-2016. Sobre maior número de integrantes da Força para fazer policiamento em Porto Alegre, Sartori disse que não há definição, mas admitiu que podem ocorrer novas etapas.
O emprego dos pelotões na guarda dos presídios, anunciado por Sartori logo após o governo Michel Temer dar o sinal verde para o deslocamento das tropas, foi alterado. “Nós solicitamos que fosse para guarda externa dos presídios, mas pelo contingente existente, após ter tratado com Brigada Militar, decidimos não tirar toda a nossa tropa de choque. Portanto, eles (Força Nacional) vão atuar junto com os brigadianos, um a um”, explicou.