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População cobra e Sartori decide que Força Nacional vai policiar ruas de Porto Alegre
Cruzes em frente ao condomínio onde reside Sartori mostra revolta dos porto-alegrenses
FREDY VIEIRA/JC
Patrícia Comunello
Os moradores de Porto Alegre querem polícia na rua. Revoltada com a violência ascendente, a população mostrou nesta sexta-feira (26) que não aguenta mais e cobrou ação do governador José Ivo Sartori (PMDB).
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Os moradores de Porto Alegre querem polícia na rua. Revoltada com a violência ascendente, a população mostrou nesta sexta-feira (26) que não aguenta mais e cobrou ação do governador José Ivo Sartori (PMDB).
A morte de uma mãe após um tiro desferido na cabeça por um assaltante quando buscava o filho na escola, elevou a pressão. Sartori, que conseguiu aprovação nesta sexta do presidente interino Michel Temer (também PMDB) para deslocar tropas da Força Nacional de Segurança Pública ao Estado, recuou da ideia de colocar 200 homens em presídios.
Durante a tarde, o governo disse que os pelotões que se deslocam do Rio de Janeiro e chegam neste domingo (28) a Porto Alegre vão atuar nas ruas. Sartori montou um gabinete de crise chefiado pelo seu vice José Paulo Cairoli. A medida preenche a lacuna deixada pelo delegado federal aposentado Wantuir Jacini, que pediu demissão do cargo de secretário estadual de Segurança Pública, no fim da noite dessa quinta-feira (25). Foi a reação após a morte da vendedora Cristine Fonseca Fagundes, 44 anos, após levar o tiro.
O Colégio Dom Bosco, na zona norte da Capital, onde estudam os filhos da vítima, não teve aula nesta sexta e recebeu faixas pretas de luto. Neste sábado (27), ocorre um ato convocado como um evento pelo Facebook intitulado Basta de violência, Passeata pela Paz e + Segurança, a partir das 11h, com saída em frente do colégio, na rua Eduardo Chartier, 360, no bairro Higienópolis. Pais, moradores, alunos e até profissionais do postão do Iapi devem participar.
Moradora próxima à escola, a dona de casa Silvia Cristina Rodrigues da Costa conta que viu Cristine dentro do carro já morta. "Ouvi gritos, abri a porta e saí correndo. Quando cheguei, só tinha ela no carro. mas já estava morta", lamentou Silvia, que disse estar em pânico. "Meu pedido ao governador é que coloque o Exército na rua! E tome consciência, pelo amor de deus, e coloque mais policiamento."
O vice diretor da escola, Oswaldo Dalpiaz, descreveu como de tristeza e indignação o ambiente no estabelecimento. Dalpiaz e demais professores estão preocupados com o trauma para os alunos na retomada das aulas na segunda-feira (29). "Há um silêncio e a pergunta: Por que a situação chegou a este ponto?", diz Dalpiaz.
Se pudesse, o vice-diretor faria um pedido ao governador. "Que ele olhasse para as nossas crianças e desse um jeito para que elas pudessem sair e voltar para casa de forma alegre", apelou. "Por que hoje as crianças saem de casa e ouvem dos pais: 'Cuide, cuide, cuide. Em vez de 'se divirtam'."
Vizinho do governador em um condomínio na zona sul da Capital, o gestor ambiental e especialista em energia solar Sergio Santos Pereira revolta-se: "Está morrendo gente honesta, de bem". No canteiro central da avenida Wenceslau Escobar, em frente ao condomínio, familiares de vítimas da violência, fincaram cruzes com nomes das vítimas e penduraram um caixão em um poste.
"Moro no mesmo condomínio, mas não me sinto mais seguro. Não? Porque saio para a rua", justificou Pereira. "Precisamos de segurança. É um direito básico. A questão de segurança grita, grita. É lamentável morrer gente de bem por que vai buscar um filho na escola", indigna-se. "E se acontece com um familiar dele (do governador) em Porto Alegre e morresse de um tiro de um vagabundo que quer um celular ou um carro?"