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Esportes

- Publicada em 14 de Agosto de 2016 às 16:37

Queniana vence maratona e faz história; melhor brasileira fica em 69º lugar

Jemima é a primeira mulher de seu país a ganhar a medalha de ouro em uma Olimpíada

Jemima é a primeira mulher de seu país a ganhar a medalha de ouro em uma Olimpíada


JOHANNES EISELE/POOL/AFP/JC
Agência Estado
Numa manhã de invasões de pista, protestos e sol escaldante, a queniana Jemima Jelagat Sumgong, de 31 anos, venceu neste domingo a maratona feminina dos Jogos Olímpicos do Rio. Ela é a primeira mulher de seu país a ganhar a medalha de ouro em uma edição de Olimpíada na mais longa e tradicional prova do atletismo após ultrapassar, a dois quilômetros da linha de chegada, no Sambódromo, um pelotão de atletas africanas que ditou o ritmo da corrida.
Numa manhã de invasões de pista, protestos e sol escaldante, a queniana Jemima Jelagat Sumgong, de 31 anos, venceu neste domingo a maratona feminina dos Jogos Olímpicos do Rio. Ela é a primeira mulher de seu país a ganhar a medalha de ouro em uma edição de Olimpíada na mais longa e tradicional prova do atletismo após ultrapassar, a dois quilômetros da linha de chegada, no Sambódromo, um pelotão de atletas africanas que ditou o ritmo da corrida.
Jemima percorreu em 2 horas, 24 minutos e quatro segundos os 42 quilômetros da prova, um trajeto que teve como cenários o Pão de Açúcar, a Enseada de Botafogo e as ruas e avenidas históricas do Rio.
Foi uma façanha única para uma atleta do Quênia, país de tradição em corrida de longa distância, mas que só tinha faturado o ouro na maratona masculina, com Samuel Wanjiru, em 2008. A queniana conseguiu a terceira melhor marca da maratona feminina em Olimpíada desde a inclusão da corrida no evento, em 1984.
A medalha de prata ficou para a também queniana Eunice Kirwa (2h24min13), que foi naturalizada para concorrer pelo Bahrein, e a de bronze para a etíope Mare Dibaba (2h24min30). Em entrevista, Jemima disse que, durante a prova, não se preocupou com as invasões. "Eu não me assustei, pois vi policiais na pista. Eu mantive o meu foco para vencer. Achei que pudessem me parar, mas pensei que pudessem parar as demais", afirmou.
Pelo menos quatro invasões da pista ocorreram na reta final da prova, quando manifestantes com cartazes colocaram as atletas da linha de frente em risco. Um homem pulou o alambrado e se aproximou das primeiras colocadas na altura da Central do Brasil, na Avenida Presidente Vargas. Ele deixou a pista, pulando o alambrado do outro lado, antes de ser detido por agentes da Força Nacional de Segurança e da Polícia Rodoviária Federal.
Logo depois, um outro manifestante pulou e saiu da pista, sendo perseguido pelos policiais. Um terceiro homem entrou no asfalto e foi retirado pelos agentes. Por fim, a poucos metros da linha de chegada, um quarto manifestante com cartaz invadiu a Marquês de Sapucaí, quase se chocando com Jemima, que conseguiu completar a prova em primeiro. Pelas primeiras imagens da prova, não foi possível saber o que estava escrito nos cartazes. Ao longo de todo o percurso, pessoas seguravam faixas e cartazes, perto do alambrado, com mensagens contra o presidente interino Michel Temer.
A maratona começou às 9h30min na área onde as escolas de samba terminam o seu desfile no Carnaval. Um forte aparato policial estava desde cedo nas ruas do centro, próximo do Sambódromo. Na largada das 157 atletas que participaram da prova, o público ainda era pequeno. Um grupo de sambistas foi contratado para animar as arquibancadas. Melhor brasileira na prova, Adriana Aparecida dos Santos foi ovacionada pela torcida ao chegar em 69º lugar, com o tempo de 2h43min22s.
Aos 15 minutos de prova, a campeã mundial Mare Dibaba despontava no pelotão formado por atletas africanas. Ela liderou boa parte da corrida. Também faziam parte do pelotão que se formou na primeira parte da prova, no Aterro do Flamengo, a etíope Tirfe Tsegaye e as quenianas Rose Chelimo (oitavo lugar), outra naturalizada pelo Bahrein, e Visiline Jepkesh (86º). As três não conseguiram lugar no pódio. Durante a corrida, o pelotão foi desafiado pela bielo-russa Volha Mazuronak, que terminou em quinto lugar, e pela norte-americana Shalane Flanagan, sexto. Desde o início, Jemina se manteve pouco atrás do pelotão.
As atletas atravessaram a Marquês de Sapucaí e entraram na Avenida Presidente Vargas, dando início a uma das poucas provas olímpicas em que os cariocas e turistas puderam presenciar sem pagar. Numa Olimpíada em que ingressos chegam a custar mais de R$ 4 mil, sete vezes um salário mínimo, a prova da maratona incluiu avenidas e ruas importantes do dia-a-dia do Rio, como a Rio Branco, e com vistas a cartões postais como o Monumento dos Pracinhas, no Aterro do Flamengo, o Outeiro da Glória, o Museu da Manhã e a Candelária.
Jemima só despontou na liderança da prova na Presidente Vargas, após duas horas de corrida. Ela se afastou do pelotão das compatriotas e das etíopes e abriu distância, tirando a liderança de Mare Dibaba. A atleta do Quênia atravessou a linha de chegada praticamente sem sinal das adversárias.
Na maratona feminina, o recorde olímpico continua sendo da etíope Tifi Gelana, que percorreu em 2 horas 23 minutos e 7 segundos as ruas de Londres, em 2012. Símbolo máximo dos jogos antigos da Grécia, a maratona faz parte da Olimpíada desde a primeira versão, em 1896. A maratona feminina, no entanto, só foi incluída no evento em Los Angeles-1984, prova vencida pela norte-americana Joan Benoit, com 2 horas, 24 minutos e 52 segundos. Eleonora Mendonça foi a primeira brasileira a disputar a maratona olímpica, obtendo a 44ª posição em Los Angeles.
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