O dólar caiu pelo terceiro dia seguido e rompeu a barreira dos R$ 3,20 nesta quinta-feira (4). A queda foi determinada principalmente pelo cenário externo, mas ganhou reforço com o ingresso de recursos ao País e a melhora da percepção com o cenário doméstico. No final dos negócios, a moeda recuou 1,39%, aos R$ 3,1935 - menor patamar desde o dia 21 de julho de 2015.
O pacote de estímulos anunciado pelo Banco da Inglaterra (BoE) foi o principal fato do dia, com reflexos no câmbio em todo o mundo. O BoE confirmou as expectativas ao cortar os juros básicos do país de 0,50% para a mínima histórica de 0,25% e ainda ampliou o tamanho de seu programa de compra de bônus em 60 bilhões de libras, alcançando 435 bilhões de libras.
O Banco da Inglaterra também lançou um programa de compra de dívida corporativa de 10 bilhões de libras. Além disso, o BC inglês sinalizou que novas medidas de estímulo podem ser fornecidas ao longo dos próximos meses.
O afrouxamento monetário promovido pelo BoE agradou aos mercados e reforçou a expectativa de fluxo de recursos externos para países emergentes. Em reação, o dólar teve um movimento de desvalorização generalizado, principalmente ante a libra e a divisas emergentes. A recuperação dos preços do petróleo, em meio a novos indicativos de queda de estoques nos Estados Unidos, foi outro fator a favorecer a queda da moeda americana.
No Brasil, o dólar já iniciou o dia em baixa e passou por um rali de quedas após o meio-dia, acompanhando a aceleração dos preços do petróleo. Foi nesse momento também que a Comissão Especial do Impeachment no Senado aprovou o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), favorável ao afastamento de Dilma Rousseff.
Nesse início de tarde o mercado testou pela primeira vez o piso informal dos R$ 3,20, considerado bastante relevante. Ao tocar os R$ 3,1986, no entanto, o dólar ganhou um pouco de fôlego nas horas seguintes. A consolidação do novo patamar veio na última meia hora de negócios, quando houve uma abrupta aceleração no ritmo de queda, provocada por um movimento de zeragem de posições compradas.