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Energia

- Publicada em 28 de Agosto de 2016 às 21:02

Porto Alegre tem 31 bairros com gás natural

Previsão é de que até 2020 o produto esteja sendo oferecido em 34 bairros porto-alegrenses

Previsão é de que até 2020 o produto esteja sendo oferecido em 34 bairros porto-alegrenses


FREDY VIEIRA/JC
O Gás Natural (GN) está chegando a mais residências na capital dos gaúchos. Como apenas 31 dos 92 bairros de Porto Alegre estão com as canalizações da Companhia de Gás do Rio Grande do Sul (Sulgás) instaladas, ainda existe um imenso potencial a ser explorado. Mas o volume do produto mais do que dobrou nos últimos três anos. De 11,6 mil apartamentos abastecidos em junho de 2013, a Sulgás passou a atender 25.470 residências neste ano.
O Gás Natural (GN) está chegando a mais residências na capital dos gaúchos. Como apenas 31 dos 92 bairros de Porto Alegre estão com as canalizações da Companhia de Gás do Rio Grande do Sul (Sulgás) instaladas, ainda existe um imenso potencial a ser explorado. Mas o volume do produto mais do que dobrou nos últimos três anos. De 11,6 mil apartamentos abastecidos em junho de 2013, a Sulgás passou a atender 25.470 residências neste ano.
Contabilizados os segmentos de indústria, comércio, residencia e veiculo, o total de clientes que utilizam gás natural chega a 30.258. Ao todo, são 465 quilômetros de extensão de redes de gás natural, que abrangem 31 bairros. Bela Vista, Boa Vista, Jardim Lindóia, Menino Deus, Moinhos de Vento, Mont' Serrat e Petrópolis são totalmente cobertos pelas redes canalizadas. O projeto é expandir para Azenha, Santana, Partenon, Centro, Bom Fim, Auxiliadora e Higienópolis e, até 2020, chegar a 34 bairros na cidade.
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Embora a Sulgás concentre o maior número de fornecimento a residências, também conta em seu portfólio com 616 pontos comerciais, 119 industrias e 81 veículos. Além da capital gaúcha, a Sulgás tem projetos de expansão para São Leopoldo, Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Gramado. A empresa também está trabalhando para substituir por gás natural o abastecimento de gasolina e óleo diesel em veículos coletivos.
A principal diferença entre o GN e o GLP está na composição química. O professor da Faculdade de Engenharia de Petróleo da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) Romulo Farias explica que o GLP é um gás originado através do processo de refino do petróleo e tem como principal composição gases mais pesados: butano e propano. Enquanto o GN é composto por gases mais leves: metano e etano. Assim, sendo um gás mais leve, inodoro e incolor, não é tóxico e tem um baixo impacto ambiental. Porém, a composição faz com que o poder calorífico do gás natural seja inferior ao do GLP. "Para ter mesma a caloria de 1m3 de GLP é necessário queimar maior quantidade de GN", aponta Farias.
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Atualmente, o gás que chega ao Brasil é importado da Bolívia pelo Gasbol (Gasoduto Brasil-Bolívia) - são cerca de 31 milhões de m3 diários -, passando pelos estados do Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Santa Catarina até chegar ao Rio Grande do Sul, ponto final da rede do gasoduto.
A ligação, denominada Cone Sul, se inicia na região de Paulínia (SP) e finaliza em Canoas (RS), com uma distância de aproximadamente 1.070 quilômetros. Farias explica que, para vencer a distância, o gás é bombeado e, no caminho, dependendo da estrutura do terreno e das temperaturas, são instaladas estações de compressão de gás natural. "O fato de estarmos na ponta da rede de gasodutos não interfere no recebimento, pois há as estações que bombeiam, e ele chega no Estado sem problema algum", ressalta o professor Farias.

Sulgás destaca a questão ambiental

Previsão é de que até 2020 o produto esteja sendo oferecido em 34 bairros porto-alegrenses

Previsão é de que até 2020 o produto esteja sendo oferecido em 34 bairros porto-alegrenses


FREDY VIEIRA/JC
O diretor-presidente da Sulgás, Claudemir Bragagnolo, afirma que, para a cidade, o gás natural contribui para a segurança, a mobilidade urbana e a questão ambiental. "Não é necessário ter uma central de gás nos condomínios, já que o abastecimento é feito através da canalização, o que garante um fornecimento contínuo", afirma.
Para a instalação dos condutos de gás em Porto Alegre, a Sulgás trabalha com um sistema não destrutivo, que realiza um trabalho subterrâneo nas ruas a partir de buracos para introdução da canalização, em um equipamento mais leve, porém semelhante aos "tatuzões" utilizados na perfuração dos túneis para metrôs. Depois das realizadas, elas dispensam futuras manutenções.
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José Henrique Hornung, síndico profissional responsável por cerca de 30 prédios residenciais em Porto Alegre, administra condomínios que são abastecidos tanto por GLP quanto por GN. Entre as vantagens ele ressalta o fato de não ser necessário dispor de uma central de gás nos condomínios, já que o combustível natural é canalizado.
Além de facilitar o abastecimento nas residências, há um ganho de segurança para os moradores, já que não é necessário o acesso de terceiros nos locais. Segundo Hornung, o maior atrativo do GN é o preço, que chega a ser cinco vezes mais barato que o gás liquefeito de petróleo. Porém o síndico acredita que o fato de haver apenas uma empresa que comercializa o gás na cidade é uma desvantagem.
O contrato atual entre Brasil e Bolívia é vigente até 2019. O professor da Ufpel Romulo Farias afirma que o Brasil cresceu na produção de gás natural nos últimos anos, principalmente nos reservatórios oriundos dos poços de petróleo da bacia de Santos, e possui potencial de crescimento muito grande.
"Deixar de receber um gás natural em que há um contrato é abrir possibilidade para um investimento em outras áreas", destaca Farias. O diretor-presidente da Sulgás diz que, no momento em que a economia brasileira se estabilizar, a solução da energia do País será o gás natural, pois é mais rápido para a distribuição e está disponível em maior volume no mundo.

Produção da Petrobras em julho é recorde

A produção de gás natural no País em julho, excluído o volume liquefeito, foi de 79,4 milhões m3/dia, 0,7% acima do mês anterior (78,8 milhões m3/dia), o que é um novo recorde mensal. A produção média de gás natural no exterior foi de 16 milhões m3/d, 7% abaixo dos 17,2 milhões m3/d alcançados no mês anterior.
A Petrobras informou que a produção total de petróleo e gás natural, em julho, foi de 2,89 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), mesmo patamar do mês anterior, que foi de 2,90 milhões boed. Desse total, 2,70 milhões foram produzidos no Brasil e 0,19 milhão no exterior.
A extração de petróleo e de gás natural operada pela Petrobras na camada pré-sal, em julho, cresceu 6% em relação ao mês anterior e bateu um novo recorde mensal, com o volume de 1,32 milhão boed.
Esse resultado se deve, principalmente, à entrada em operação, 8 de julho, do sistema de produção de Lula Central, através do FPSO Cidade de Saquarema, e ao crescimento da produção de novos poços interligados aos FPSOs Cidade Maricá e Cidade de Itaguaí, também instalados no campo de extração de Lula.