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Economia

- Publicada em 06 de Julho de 2016 às 22:42

Escutas revelam conluio entre executivos do setor

Marina Schmidt
Depois de prender o secretário do Instituto Gaúcho do Leite (IGL), Clóvis Marcelo Roesler, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) deve convocar outros dois representantes do setor lácteo a prestarem esclarecimentos: o diretor executivo do IGL, Oreno Ardêmio Heineck, e o secretário executivo da Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil/RS), Alexandre Cunha Rota.
Depois de prender o secretário do Instituto Gaúcho do Leite (IGL), Clóvis Marcelo Roesler, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) deve convocar outros dois representantes do setor lácteo a prestarem esclarecimentos: o diretor executivo do IGL, Oreno Ardêmio Heineck, e o secretário executivo da Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil/RS), Alexandre Cunha Rota.
O promotor de Justiça e coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado Segurança Alimentar, Mauro Rockenbach, confirmou que as interceptações telefônicas que indicam uma articulação de Roesler, preso na terça-feira durante a mais recente fase da Operação Leite Compensado, para "derrubar o secretário (da Agricultura) Ernani Polo" e para "colocar o dedo no MP-RS" envolvem Rota, no primeiro caso, e Heineck, no segundo.
"Queremos saber a extensão dessa orquestração: qual é o objetivo e quem mais está envolvido não só na articulação para derrubar o secretário como também o que significa colocar o dedo no Ministério Público", destaca. O promotor frisa que, à princípio, não identifica prática criminosa nas conversas, mas pondera que essa troca de ideias é preocupante. "É um empresário (Roesler) que estava usando a sua empresa para adulterar produtos lácteos (temos laudos positivos para adulteração do leite, da nata e do queijo fabricados pela empresa), e que estava inserido dentro do IGL e buscando apoio dessa entidade para interferir não só na investigação como também na condução da Secretaria da Agricultura", assinala Rockenbach, que classifica essa atuação como "uma verdadeira ação de crime organizado".
Os áudios indicam incômodo com a atuação do secretário Ernani Polo, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), e destacam que estavam sendo elaboradas diversas formas de tirá-lo do comando da pasta. Para o promotor do MP-RS, essa movimentação tem como objetivo interferir no combate às adulterações. "O secretário Polo, desde o início, colocou a secretaria como nossa parceira, se irmanou conosco na busca de um produto de qualidade, entende da mesma forma como nós que temos que separar os bons dos maus produtores e empresários", destaca Rockenbach, ressaltando que Polo "fechou questão com o corpo técnico da secretaria para fiscalizar com rigor e exigir todas as adequações necessárias à liberação do selo Sisbi".
Sobre o IGL, Rockenbach lembra que o instituto foi criado para fomentar a produção e a qualidade do leite no Estado. Ele acrescenta que a entidade foi criada "na carona da Leite Compensado", e que, por conta das operações, ganhou força para se estabelecer e para ser aprovada pela Assembleia Legislativa. Heineck e Rota já foram procurados pelo MP-RS. Ambos alegaram que ainda não tiveram acesso aos áudios. Rota declarou que está à disposição do MP-RS para o que for preciso. "A gente não é conivente com irregularidades, só acho estranho que ainda não tenha ouvido o áudio e já esteja à disposição da imprensa", sinalizou. Heineck reportou que apoia as operações de combate e que contribuiu com o início das ações. Frisou, no entanto, que tem críticas à gestão de Polo. "Minha indignação é com a improbidade do secretário. Quanto aos áudios, estou muito tranquilo."
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