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Política

- Publicada em 24 de Junho de 2016 às 14:55

Temer diz que interinidade não traz 'nenhuma amarra' para ele governar

Presidente em Exercício Michel Temer durante entrevista para os jornais

Presidente em Exercício Michel Temer durante entrevista para os jornais


Marcos Corrêa/PR/JC
Agência Estado
Em entrevista de pouco mais de uma hora a cinco jornais, o presidente em exercício, Michel Temer, disse ter consciência de sua interinidade, mas que quer governar o País "intensamente". Sem referência direta à presidente afastada, Dilma Rousseff, criticou a falta de diálogo do governo petista com os outros poderes e ironizou a ideia de Dilma querer "voltar para sair", referindo-se a uma possível vitória de Dilma no processo de impeachment seguida da proposta de novas eleições.
Em entrevista de pouco mais de uma hora a cinco jornais, o presidente em exercício, Michel Temer, disse ter consciência de sua interinidade, mas que quer governar o País "intensamente". Sem referência direta à presidente afastada, Dilma Rousseff, criticou a falta de diálogo do governo petista com os outros poderes e ironizou a ideia de Dilma querer "voltar para sair", referindo-se a uma possível vitória de Dilma no processo de impeachment seguida da proposta de novas eleições.
Em sua fala, Temer contou que marca dia a dia a sua interinidade, lembrando que está no 42º dia de governo e explicou que precisou fazer isso porque já no fim de semana seguinte ao que assumiu começaram a cobrá-lo, como se estivesse há dois anos no governo. Em seguida, disse que é sempre lembrado da interinidade e avisou que ela não traz "nenhuma amarra" para ele governar.
"Tenho consciência da interinidade e vou aguardar, respeitosamente, a decisão do Senado Federal", disse, mas ressaltou que, neste período, fará tudo "intensamente". "O que nós temos de fazer é governar o País. Se lá em agosto mudar, o País foi governado. Se foi melhor ou pior, a história é que vai dizer. Mas foi governado intensamente", disse.
Sem se referir a Dilma Rousseff, fez questão de ressaltar que, neste período, "modestamente, nestes 40 dias, o País caminhou muito", criticou a falta de diálogo e sugeriu que o País vinha sendo governado por uma pessoa autoritária.
"Só posso dizer que o diálogo é fundamental, porque num estado democrático você tem de exercer a atividade executiva amparado pelo Legislativo. Precisa deste conjunto de forças para governar. Qualquer outra visão é uma visão autoritária. Se se despreza o Congresso Nacional, por exemplo, ou se critica o Judiciário. Isso é uma visão antidemocrática e inconstitucional. Nós precisamos é de reconstitucionalizar o País porque certos hábitos vão tomando conta da cultura política do País e vão desprezando as instituições. E eu faço questão de dizer e fazer o contrário", avisou ele.
Temer voltou a defender que o julgamento das contas da campanha à reeleição pelo Tribunal Superior Eleitoral sejam separadas. "Fisicamente já são separadas", comentou, acrescentando que "a condenação de alguém não pode importar na condenação de outrem".
O presidente em exercício ironizou a tese de eleições diretas defendidas pelos petistas e até por Dilma. "Ela quer voltar para sair? Não é uma tese que a favoreça", comentou ele. Sobre a possibilidade de Dilma, em caso de volta, querer manter sua equipe econômica, disse: "Seria aplauso a minha administração".
Temer disse que "fala com todo mundo" e conversou com o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, há umas três semanas e assegurou que ele não o atrapalha "em nada". Sobre a presença de Waldir Maranhão no cargo de presidente interino da Casa, lembrou que ele é "um parlamentar com todos os direitos".
Para Temer, "há uma visão preconceituosa sobre a participação popular". Segundo ele, não dá para falar se o Congresso "piorou ou melhorou". "O que pode acontecer, é o voto equivocado", comentou, ressaltando que "não interfere nas questões do Legislativo".
Temer disse que "espera" que haja redução dos juros até o fim do ano, para "animar a economia", justificando que, além de isso ter um "efeito concreto", tem também o "efeito psicológico". Ele pediu que se grifasse a palavra "espera" na afirmação, justificando que esse processo de diminuição das taxas deve ser feito de forma "responsável". Temer também pediu aos ministros da área econômica que apresentem "medidas a curto prazo" que possam ser tomadas "de acordo com possibilidades do erário público".
Sobre aumento de impostos, para enfrentar este momento de crise, Temer repetiu que, "até o presente momento, não se falou em tributos". E, de forma descontraída, voltou a usar a mesóclise, uma marca de sua fala: "Economia é assim. Muitas vezes você tem de fazer readequações e fá-las-á no tempo certo", disse ele, provocando risos em todos, e esclarecendo que se trata de uma coisa que pode ser estudada no futuro. "Mas se puder evitar tributos, tanto melhor."
O presidente em exercício afirmou também que não quer antecipar decisões sobre eventuais mudanças no texto do projeto de Lei de Responsabilidade das Estatais. Ele afirmou que ainda não estudou o material. "Eu não quero vetar a ponto de desnaturar o projeto. Isso eu não vou fazer." A sanção do projeto está prevista para a próxima terça-feira.
Ele informou ainda que havia pedido para reexaminar a regra para quem tem dez anos de atividades naquele setor. Este prazo foi reduzido para quatro anos e o Senado acolheu para aquele setor ou atividade similar. Para Temer, isto é mais uma vitória do diálogo, que tem permitido as votações. "O que nós temos de fazer é governar o País. Se lá em agosto mudar, o País foi governado. Se foi melhor ou pior, a história é que vai dizer. Mas foi governado intensamente."
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