Mudar é preciso

Infelizmente, nos acostumamos a tudo. Segundo Sócrates, aquilo que nos faz homem é exatamente nossa capacidade de adaptação, como o sapo na panela, esperando a água aquecer lentamente.

Num mundo de possibilidades, estávamos habituados a fazer compras no pequeno mercado da esquina: preços mais elevados, pouca variedade, atendimento ruim. Comodidade? Talvez. Nesse mesmo mundo, com obras públicas superfaturadas, serviços públicos de baixa qualidade, gestões ineficientes e corrupção, por algum tempo, também nos condicionamos a não procurar muito, a não andar muito mais longe, e votar em qualquer um que batesse em nossa porta. No atual cenário, é preciso mudar paradigmas e buscar novas soluções para antigos problemas. Devemos inovar a partir do que deu certo, e avançar no que deu errado.

A sociedade não tem mais tempo para dicotomias arbitrárias e interesses escusos. Não precisamos mais de notáveis oradores, mas de grandes soluções. Não queremos inúmeras promessas, mas muitas atitudes. O período é de evidente transição entre a sociedade centrada nas instituições para a sociedade que reconhece o valor das pessoas.

Aquele que não se acostumar com essa nova realidade será referenciado pela história junto à máquina de escrever. Não há mais espaço para corporativismo, ostentação e desperdício. A simplicidade deve ser a palavra central de todas plataformas e ações políticas.