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Turismo

- Publicada em 24 de Junho de 2016 às 17:57

Brasil ainda recebe poucos visitantes estrangeiros

 A logo of Rio 2016 is seen at the Olympic and Paralympic Village in Rio de Janeiro, Brazil, on June 23, 2016. / AFP PHOTO / YASUYOSHI CHIBA

A logo of Rio 2016 is seen at the Olympic and Paralympic Village in Rio de Janeiro, Brazil, on June 23, 2016. / AFP PHOTO / YASUYOSHI CHIBA


YASUYOSHI CHIBA/AFP/JC
Ainda que a visibilidade do Brasil tenha crescido em torno do mundo, o interesse de estrangeiros por destinos brasileiros é baixo, se comparado com outros destinos. Para se ter uma ideia, em 2015, desembarcaram, no País, cerca de 6 milhões de visitantes internacionais. "Este é o mesmo número de pessoas que visita anualmente a Torre Eiffel em Paris", compara o presidente regional da Associação Brasileira de Viagens (Abav-RS), João Augusto Machado. O dirigente destaca que um dos principais motivos para que o volume de turistas estrangeiros permaneça baixo, mesmo após um evento do porte da Copa do Mundo, é a falta de investimento em divulgação por parte do governo federal.
Ainda que a visibilidade do Brasil tenha crescido em torno do mundo, o interesse de estrangeiros por destinos brasileiros é baixo, se comparado com outros destinos. Para se ter uma ideia, em 2015, desembarcaram, no País, cerca de 6 milhões de visitantes internacionais. "Este é o mesmo número de pessoas que visita anualmente a Torre Eiffel em Paris", compara o presidente regional da Associação Brasileira de Viagens (Abav-RS), João Augusto Machado. O dirigente destaca que um dos principais motivos para que o volume de turistas estrangeiros permaneça baixo, mesmo após um evento do porte da Copa do Mundo, é a falta de investimento em divulgação por parte do governo federal.
Machado faz um comparativo, baseado em dados do Ministério do Turismo (MTur): "Em 2015, o México gastou US$ 477 milhões em propaganda e divulgação do país; a Colômbia e o Equador gastaram, cada um, US$ 100 milhões; a Argentina, com toda a crise, desembolsou US$ 58 milhões; e o Brasil, mesmo com as Olimpíadas marcadas para este ano, ficou em apenas US$ 16 milhões". Fato é que, desde 2003, quando a Embratur passou a cuidar da promoção internacional do País como destino turístico, a chegada de estrangeiros vem evoluindo, defende o presidente substituto da Embratur, José Antonio Parente.
Segundo o gestor, as principais ferramentas de promoção do Brasil como destino turístico têm sido marcar presença em feiras, que compreendem um dos mais importantes instrumentos neste sentido. Ainda assim, o presidente da Abav-RS contesta: "Com todo potencial que se tem no País, com serras, praias, florestas, gastronomia diversa e cultura, e, agora, com as Olimpíadas, parece que não está acontecendo nada", provoca. "Aqui no Estado, por exemplo, não se vê ninguém se preparando para receber um eventual turista que venha do Rio de Janeiro após os Jogos Olímpicos. Nosso receptivo é pobre, e, nos últimos anos, mesmo com estes megaeventos, não aumentou a estrutura", critica Machado.
O diretor de Estudos e Pesquisas do MTur, José Francisco de Salles Lopes, rebate que, em nível nacional, a Embratur desenvolve trabalho efetivo, principalmente nos Estados Unidos, segundo destino que mais envia turistas estrangeiros para o País. "E eu acredito que, em 2016, estaremos com crescimento consolidado neste sentido." Em 2013, aproximadamente 5,8 milhões de visitantes de fora chegaram ao País - a maioria originários de destinos do Mercosul.
O número inflou em 2014, com mais 700 mil estrangeiros que vieram assistir o Mundial de futebol, mas, segundo dados do MTur, caiu 1,9% no ano passado. "No entanto, é importante ressaltar que os números de 2015 apresentam um crescimento de 8,5% frente a 2013", destaca Lopes. Levantamento realizado pelo ministério com base em dados da Polícia Federal aponta que 54% dos turistas estrangeiros que circularam no País durante o ano passado eram vizinhos da América do Sul. Destes, 2.079.823 eram argentinos, o que corresponde a 33% do total. Os Estados Unidos permaneceram na segunda posição (575.796) do ranking dos países que mais enviaram turistas ao Brasil em 2015, seguido do Chile (306.331).
O diretor do MTur comenta que o grande volume de argentinos (mais de 2 bilhões) que visitaram o Brasil foi uma resposta justamente ao crescimento dos atrativos e à melhora na infraestrutura turística. "Claro que o fator dólar contou. Mas também nosso marketing, e não somente federal, mas em nível de estados."

Crise impactou na divulgação do Rio Grande do Sul

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ANTONIO PAZ/JC
O secretário de Turismo, Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul, Juvir Costella, admite: em 2015, o governo gaúcho optou por não viajar para fora do Brasil para divulgar o Estado em feiras estrangeiras. "Focamos nos eventos nacionais, realizados em São Paulo, Santa Catarina e Brasília." Com isso, a divulgação dos destinos acabou ficando mais voltada para o turismo doméstico, completa Costella. Ainda assim, o número de visitantes internacionais que ingressaram no Brasil pelo Rio Grande do Sul em 2015 aumentou. A maioria proveniente da América do Sul (97,3%).
"Foi uma grata surpresa a quantidade de argentinos (850 mil) que visitou o Litoral e a Serra gaúchos", comenta o presidente da Abih-RS, Abdon Barreto Filho. Também o Uruguai (com 131 mil visitantes) e o Chile (39 mil) enviaram uma grande quantidade de turistas concentrados durante os meses de janeiro e março, principalmente. "Houve uma liberação da política econômica da Argentina, e muitos argentinos vieram para o Brasil para dar uma represada", comenta Filho, lembrando que - apesar de a grande maioria ter seguido para Santa Catarina - a economia gaúcha também lucrou com um incremento da receita em lojas do comércio, postos de gasolina, hotéis e restaurantes.
Segundo Costella, Argentina, Chile e Uruguai, juntos, somam 95,67% do total de turistas que chegam ao Estado.