ThyssenKrupp desenvolve elevador customizado

As evoluções da chamada indústria 4.0 começam a chegar ao segmento de elevadores. Na unidade da ThyssenKrupp em Guaíba (RS), está sendo produzido o Synergy One, pensado e produzido de forma customizada para atender a um mercado especifico: prédios residenciais com duas a 12 paradas, limite de até oito pessoas e operando com velocidade de 1 metro por segundo.

O diferencial de se pensar um produto desses com foco direcionado, explica o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da ThyssenKrupp, Reinaldo Paixão, é a escolha certeira da potência do motor e dos componentes que devem ser usados. "A grande inovação desse produto foi que, como tudo foi dimensionado para essa faixa de aplicação, não agregamos aos custos itens que não eram necessários, como um motor mais potente que o necessário", exemplifica.

A máquina de tração é sem engrenagem, com motor de imãs permanentes, que melhora o rendimento e reduz o gasto de energia. A cabina possui iluminação LED, que reduz em 75% o consumo elétrico em comparação com as lâmpadas comuns, e sua durabilidade é cinco vezes maior que a fluorescente.

O Synergy One também chega ao mercado com algumas funcionalidade extras. Uma delas é a de entrar em stand-by cerca de cinco minutos depois de estar totalmente parado. Quando isso acontece, toda parte de exaustores é automaticamente desligada, garantindo um consumo mínimo de energia. Para religar, basta um usuário fazer uma chamada. Outra característica é o resgate automático. Em situações de falta de energia, o elevador entra em funcionamento pleno, se movimenta até o próximo andar, nivela e automaticamente abre a porta para que as pessoas possam sair tranquilamente, evitando o desconforto causado às pessoas quando ficam presas no elevador.

O elevador possui versões com painéis de uma cor só ou cores combinadas - como bege e branca ou e vermelha e branca - e um modelo em aço inox escovado combinado com o aço inox polido. Paixão explica que a cabina colorida é uma tendência e que a empresa optou por um modelo clean e moderno.

O desenvolvimento do Synergy One partiu de uma espécie de desconstrução da forma atual de se conceber um elevador. "Dividimos a nossa equipe, seccionamos o elevador e partimos para a missão de tentar reinventar o que já existia", conta. Além da customização, o time tinha como meta criar um produto robusto - o que reduz as chamadas ocorrências não previstas - e confortável para os usuários, ou seja, capaz de manter a disponibilidade do serviço.

O aumento do foco da empresa no segmento residencial está ligado à situação crítica vivida pelo Brasil. Reconhecida pela oferta de equipamentos de alta velocidade e performance para prédios comerciais, o player sentiu a queda acentuada da demanda do setor de construção civil. "Tivemos que buscar uma alternativa, e a nossa área de marketing sinalizou para as oportunidades dos empreendimentos residenciais, de tamanho mais limitado", observa.

Do ponto de vista da inovação tecnológica, Paixão comenta que uma das grandes tendências nesse segmento é a manutenção preditiva. Alguns elevadores da ThyssenKrupp de mais alta performance já recebem informações do quadro de comando, que chegam por meio de sensores. Com isso, os técnicos conseguem identificar se ocorreu alguma queda de energia e se as partidas estão ocorrendo sem interrupção. Tudo é monitorado e, se algo for detectado, o técnico é notificado. "Isso permite que o reparo possa ser agendado de acordo com o melhor momento para a empresa e para o prédio, e também garante a correção antes que se torne um problema mais sério", explica.

Além disso, mesmo os elevadores das linhas mais populares da marca monitoram dados como número de partidas e de fechamento das portas - cada elevador está dimensionado para um número determinado de manobras e, quando esse número é atingido, o técnico é acionado para providenciar as trocais de componentes. "A revolução da indústria 4.0 já começou, e estamos atentos para todas essas inovações. Estamos ampliando as ações voltadas para a manutenção preditiva e, até o final do ano, queremos oferecer novos recursos também para os modelos de menor performance", diz o gestor.