Resolução publicada na semana passada pela prefeitura de São Paulo liberou um "bônus" para incentivar o compartilhamento de um mesmo carro por passageiros diferentes para viagens feitas em aplicativos de transporte, como o Uber e o Cabify. Pela norma, cada quilômetro percorrido em viagens assim vai descontar um quilômetro do limite que as empresas têm para operar.
Por exemplo: se a viagem é feita por passageiro em uma viagem comum, a cada quilômetro percorrido, é descontado um quilômetro do limite de quilometragem estabelecido pela prefeitura. Mas se a viagem é de compartilhamento (quando um passageiro aceita dividir o carro com um desconhecido, que fará trajeto parecido), o quilômetro percorrido, na verdade, equivale a "- 1 quilômetro" da cota da empresa. Se há duas pessoas no carro, menos 2, e assim sucessivamente, até o limite de quatro pessoas viajando no mesmo carro.
A medida serve para estimular o compartilhamento de carros, como ocorre no serviço UberPooL. A regra, segundo a resolução do recém-criado Comitê Municipal do Uso do Viário (CMUV), estabelece, entretanto, que as empresas terão de pagar outorga à prefeitura mesmo por esses quilômetros negativos. A proposta é que cada quilômetro de viagem custe R$ 0,10 para as empresas.
Os limites de quilometragem são a forma que a prefeitura definiu para tentar equilibrar o uso do viário. Inicialmente, as empresas poderão rodar 27 milhões de quilômetros por mês - o equivalente ao que rodam 5 mil táxis. Se o comitê perceber que a medida está provocando saturação do viário, ou seja, se o trânsito da cidade piorar, a ideia é que esse limite seja reduzido.
Por outro lado, se mostrar que há redução do trânsito, como acreditam técnicos da prefeitura e representantes das empresas, por causa do compartilhamento de viagens, o limite de quilômetros poderá aumentar. Outra medida é reduzir ou aumentar o valor do quilômetro rodado. A prefeitura deve determinar também benefícios para aumentar a circulação desses veículos em regiões que são mais carentes de transporte.