A Prumo Logística inaugurou, na semana passada, três novos terminais no porto do Açu, projeto idealizado por Eike Batista em São João da Barra, no Norte fluminense, quando o empresário vivia momentos de grandes realizações. O investimento foi de R$ 1,5 bilhão. O porto já operava um terminal de minério e instalações de prestadores de serviços para o setor de petróleo.
Dois dos novos terminais também são para o setor: o T-Oil, que permite a transferência da produção de óleo para navios maiores voltados à exportação, e o terminal de combustíveis marítimos.
O T-Oil resolve um gargalo logístico do setor de petróleo, evitando que as empresas privadas tenham que ir ao Uruguai para transferir a commodity para navios maiores.
O primeiro cliente será a Shell, que usará as instalações para escoar a produção de projetos do pré-sal adquiridos quando comprou a BG.
Parceria com a alemã Oiltanking, o terminal tem capacidade para movimentar 1,2 milhão de barris por dia, quase 50% da produção atual. José Magela, presidente da Prumo, controladora do porto, disse que está negociando o uso do terminal com outras empresas.
A terceira inauguração foi do terminal múltiplo, que movimentará cargas a granel - a Prumo tem um contrato com a Votorantim para exportação de bauxita -, mas será ampliado para contêineres.
A Prumo trabalha agora para viabilizar a entrada no mercado de gás natural, com a construção de um terminal de importação do combustível e de térmicas. O porto já tem licença para operar térmicas com capacidade de 3.200 megawatts (MW), mas depende de condições econômicas em leilões de energia do governo.
A Prumo atualmente é controlada pelo fundo americano EIG. Presente à inauguração dos terminais, o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, anunciou que o governo pode elevar a taxa de retorno dos futuros leilões de concessão de infraestrutura.
Uma primeira reunião do grupo criado para discutir o tema acontece em até 20 dias. Na semana passada, o ministério suspendeu o leilão para concessão de um terminal de fertilizantes no porto de Santarém, no Pará, por falta de interessados. "Esse leilão foi pensado em 2013, quando as perspectivas eram outras", explicou.