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Mercado de Capitais

- Publicada em 12 de Maio de 2016 às 19:02

Na mudança de governo, dólar tem alta de 0,88%

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A confirmação da votação do Senado que afastou a presidente Dilma Rousseff do governo foi bem recebida no mercado de câmbio, mas não impediu uma alta de 0,88% do dólar, que fechou cotado a R$ 3,4776 no mercado à vista nesta quinta-feira.
A confirmação da votação do Senado que afastou a presidente Dilma Rousseff do governo foi bem recebida no mercado de câmbio, mas não impediu uma alta de 0,88% do dólar, que fechou cotado a R$ 3,4776 no mercado à vista nesta quinta-feira.
Segundo operadores do mercado de câmbio, a procura por dólares persistiu mesmo com a boa recepção à abertura do processo de impeachment no Senado. Isso porque os investidores se mostraram cautelosos em relação às medidas econômicas que deverão ser tomadas, algumas delas impopulares e que serão alvo de forte oposição.
Além disso, o Banco Central (BC) vendeu o lote integral de quase US$ 1 bilhão em contratos de swap reverso pela manhã, o que corresponde a uma compra de dólares no mercado futuro, pressionando as cotações para cima. Segundo profissionais do mercado, a alta também se sustentou diante de um movimento de realização de lucros recentes.
A concretização do já esperado afastamento da presidente Dilma Rousseff foi recebida sem sobressaltos no mercado de ações nesta quinta-feira. À espera do anúncio dos nomes para a equipe econômica do governo de Michel Temer, os investidores mantiveram ao mesmo tempo otimismo e cautela. Com isso, a Bovespa fechou em alta de 0,90%, aos 53.241 pontos.
A bolsa abriu em alta em torno de 1%, perdeu fôlego no final da manhã e caiu até 0,65%, mas voltou a subir firmemente à tarde, alcançando alta máxima de 1,96%. Os nomes de Henrique Meirelles para o Ministério da Fazenda e de Ilan Goldfajn para o Banco Central já vinham sendo dados como certos nos últimos dias e estão no rol dos profissionais que agradam ao mercado. A novidade foi o surgimento de Mansueto Almeida, especialista em contas públicas, como apontado para a Secretaria do Tesouro Nacional. O nome foi bem recebido nas operações.
Sem euforia com a concretização do afastamento temporário de Dilma Rousseff, o mercado também monitorou de perto as oscilações das commodities e das bolsas de Nova Iorque, além dos balanços trimestrais das empresas brasileiras. Os contratos futuros de petróleo tiveram uma sessão de volatilidade, mas fecharam em alta. As ações da Petrobras também enfrentaram instabilidade, especialmente devido à proximidade da divulgação do balanço trimestral. Ao final dos negócios, Petrobras ON caiu 1,55% e Petrobras PN recuou 4,49%, ignorando a valorização do petróleo.
Entre as 59 ações que compõem o Ibovespa, a maior alta ficou com JBS ON, que disparou 21,01% em reação ao anúncio de reestruturação divulgado ontem pela companhia. Já Banco do Brasil ON caiu 2,83%, depois da divulgação de números considerados ruins. Além da queda no lucro, preocupou o crescimento das provisões para devedores duvidosos. Vale ON (-3,14%) e Vale PNA (-2,00%) também ajudaram a limitar a alta da bolsa, uma vez que acompanharam a queda dos preços do minério de ferro.

Mudança influencia queda dos contratos de juros

Para os especialistas, o mercado que mais foi impactado pela mudança de governo foi o de juros. O contrato DI com vencimento em 2021 caiu de 12,26% para 12,13% ao ano, enquanto o que vence em 2017 recuou de 13,60% para 13,56%. O DI é um indicativo da expectativa dos investidores para a taxa básica Selic no momento do vencimento. Hoje os juros estão em 14,25% ao ano.
"Os investidores esperam que a nova equipe econômica seja capaz de promover o ajuste fiscal necessário. Se ele acontecer, o governo terá espaço para promover cortes mais acentuados dos juros. Há muita gordura para queimar, podendo mesmo chegar a 11,5% no meio do ano que vem", disse Alexandre Espírito Santo, economista da distribuidora de fundos Órama e professor do Ibmec-Rio.
Mas Alexandre Póvoa, economista da Canepa Asset, ponderou que a expectativa do mercado pode ser frustrada em virtude do cenário econômico. "Esse movimento está longe de ser óbvio, depende fortemente de algumas variáveis e pode decepcionar o mercado", escreveu em relatório.