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Economia

- Publicada em 11 de Maio de 2016 às 19:32

Mercosul e UE negociam para fechar acordo de livre comércio

Europeus deixaram de fora carnes e etanol, produtos que faziam parte do que havia sido sinalizado pela UE há 12 anos e que eram aguardados pelo agronegócio brasileiro

Europeus deixaram de fora carnes e etanol, produtos que faziam parte do que havia sido sinalizado pela UE há 12 anos e que eram aguardados pelo agronegócio brasileiro


JUAN MABROMATA/AFP/JC
Em um movimento esperado desde 2004, quando os dois blocos deram início às negociações para um acordo de livre comércio, Mercosul e União Europeia (UE) trocaram suas ofertas ontem, em Bruxelas (sede da UE, na Bélgica). Os sul-americanos excluíram de sua proposta setores industriais considerados sensíveis, como os de automóveis e de bens de capital. Já os europeus deixaram de fora carnes e etanol, produtos que faziam parte do que havia sido sinalizado pela UE há 12 anos e que eram aguardados pelo agronegócio brasileiro. "O jogo recomeçou", disse o subsecretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, Carlos Márcio Cozendey.
Em um movimento esperado desde 2004, quando os dois blocos deram início às negociações para um acordo de livre comércio, Mercosul e União Europeia (UE) trocaram suas ofertas ontem, em Bruxelas (sede da UE, na Bélgica). Os sul-americanos excluíram de sua proposta setores industriais considerados sensíveis, como os de automóveis e de bens de capital. Já os europeus deixaram de fora carnes e etanol, produtos que faziam parte do que havia sido sinalizado pela UE há 12 anos e que eram aguardados pelo agronegócio brasileiro. "O jogo recomeçou", disse o subsecretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, Carlos Márcio Cozendey.
A proposta do Mercosul atinge 87% dos itens comercializados com a UE. Além disso, a oferta inclui abertura nas áreas de serviços, investimentos e compras governamentais. "É uma proposta bastante ampla, mas ainda é um primeiro passo. São ofertas iniciais, que vão dar origem à negociação", afirmou Cozendey.
Segundo ele, em julho, haverá nova reunião dos negociadores principais de cada bloco. O objetivo é planejar um cronograma para o segundo semestre. Antes disso, a oferta europeia será examinada pelo governo brasileiro. "Vamos avaliar o que está sendo oferecido", acrescentou.
Carlos Abijaodi, diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), espera um nivelamento entre as propostas do Mercosul e da União Europeia, para que as negociações avancem. Para ele, este é o momento de a Europa reconhecer o Mercosul como um grande mercado a ser desenvolvido.
"O Brasil vai continuar exportando mais matéria-prima para a Europa, mas não queremos ser só exportadores de matéria-prima. Vale lembrar que a União Europeia é nosso principal destino de manufaturados", disse Abijaodi, que espera que o acordo traga mais investimentos de firmas europeias ao Brasil. Ele lembra que, mesmo na atual crise, muitas empresas decidiram permanecer aqui, à espera de retornos melhores a longo prazo.
Mercosul e UE começaram a ensaiar aproximação comercial em 1999, em reunião no Rio de Janeiro. Cinco anos depois, as negociações começaram oficialmente. Desde então, há mais divergências do que consenso. Nem todos na UE concordam em reduzir subsídios à agricultura - caso da França; Brasil e Argentina não se entendiam sobre a lista de produtos que teriam o acesso liberado ao bloco.
Também influenciaram as negociações fatores externos, como a crise econômica mundial de 2008. As turbulências retraíram os países, que acabaram tomando medidas protecionistas para blindar as indústrias locais. Diante de tantos imprevistos ao longo do caminho, nem o governo, nem o setor privado conseguem prever quando o acordo será finalmente assinado. "A troca de ofertas é importante. Afinal de contas, há 12 anos, isso não ocorria. Finalmente os dois blocos se aproximam. É o primeiro passo para um acordo. Foi dada a largada", disse o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.
Entre os destaques da oferta do Mercosul, um dos mais importantes é a isonomia a empresas do bloco e a europeias em compras governamentais. Outro é a garantia de previsibilidade, proteção e facilitação de investimentos. A área de serviços é ampla.
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