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Agronegócios

- Publicada em 05 de Maio de 2016 às 22:06

Estado lidera criação de empregos do agronegócio

Fabricação de produtos de fumo gerou saldo positivo de 8.049 postos

Fabricação de produtos de fumo gerou saldo positivo de 8.049 postos


JTI/DIVULGAÇÃO/JC
O Rio Grande do Sul liderou a expansão no estoque de vagas de trabalho no agronegócio no primeiro trimestre. Até março, as atividades ligadas ao campo geraram 21.069 novos postos no Estado, resultado seguido por Mato Grosso (8.567 vagas) e Goiás (8.355 vagas). O dado ganha relevância quando leva-se em conta que, no mesmo período, o Brasil teve perda de 14.567 postos de trabalho formais no segmento.
O Rio Grande do Sul liderou a expansão no estoque de vagas de trabalho no agronegócio no primeiro trimestre. Até março, as atividades ligadas ao campo geraram 21.069 novos postos no Estado, resultado seguido por Mato Grosso (8.567 vagas) e Goiás (8.355 vagas). O dado ganha relevância quando leva-se em conta que, no mesmo período, o Brasil teve perda de 14.567 postos de trabalho formais no segmento.
"Apesar disso, não chega a ser um número surpreendente. É parte da dinâmica histórica do setor no Estado o crescimento nas vagas no primeiro trimestre", argumenta Rodrigo Daniel Feix, economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE), entidade responsável pela divulgação. Feix ainda relativiza afirmando que, se a comparação for feita com o primeiro trimestre de 2015, o Estado apresenta uma diminuição no estoque (de 337.418 para 335.468 vagas), pois mesmo o forte crescimento no início de 2016 não foi suficiente para compensar as perdas durante o ano passado.
Para o estudo, são utilizados os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. A FEE organiza os dados brutos, que, somando todos os segmentos, mostraram uma criação de 18.614 vagas no Estado no trimestre. Deles, são extraídos os setores que integram o agronegócio - antes da porteira (máquinas e insumos), dentro da porteira (manejo do solo, colheita e criação animal), e depois da porteira (transporte, armazenagem, indústrias e distribuição).
Foi justamente o segmento que integra as etapas posteriores à colheita o que mais gerou trabalhos com carteira assinada até março. Apenas a fabricação de produtos do fumo gerou um saldo positivo de 8.049 vagas. Na sequência, aparecem o comércio atacadista, com 4.370 vagas e a produção de lavouras permanentes (como pomares), com 3.845. Com isso, cidades ligadas à cultura fumageira, como Santa Cruz do Sul (5.167 vagas) e Venâncio Aires (2.972 vagas), e outras ligadas às plantações de maçã, como Vacaria (2.696) e Bom Jesus (683 vagas), foram as que registraram os maiores crescimentos.
No total, o segmento depois da porteira criou 15.118 novas vagas até março, enquanto dentro da porteira o crescimento foi de 6.533 postos. Já a categoria antes da porteira registrou a única retração, de 582 vagas, puxada pela produção de sementes e mudas, que fechou 517 postos, e pela fabricação de tratores e máquinas, que eliminou 246 empregos. "Vemos que segue a queda contínua nas máquinas, que já perdeu cerca de 20% dos funcionários nos últimos anos", comenta Feix.
O economista lembra que, no caso das mudas e sementes, é normal a queda, tradicional para o período do ano. O setor é responsável pela queda nas vagas em Cruz Alta, que perdeu 328 empregos no trimestre, o pior resultado entre os municípios. Também foi percebida retração em Morro Redondo, ligada à produção de conservas, que fechou 128 postos. No Brasil, os piores resultados foram os de Pernambuco e Alagoas, que perderam 24.678 e 21.085 vagas, respectivamente. A retração é reflexo da crise do setor sucroalcooleiro.
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Exportações ainda sofrem com queda nos preços e crise nas máquinas

Se na esfera trabalhista o agronegócio trouxe boas notícias ao Estado, nas exportações o segmento segue sofrendo com a queda dos preços das commodities. Nos três primeiros meses de 2016, o total exportado pelo setor alcançou US$ 1,694 bilhão, uma queda de 10,5% ante 2015, com diminuição de valores (-4,4%) e no volume embarcado (-6,3%). O setor respondeu por 60,3% da exportação gaúcha até março.
Apesar da queda, o economista da FEE, Sérgio Leusin Júnior, argumenta que o valor está próximo da média dos últimos anos. "Ainda mais se levarmos em conta a desvalorização do câmbio, em torno de 15% em relação a 2015. Em reais, a rentabilidade é positiva", comenta Leusin. A maior quebra percebida se deu nos cereais, com destaque ao trigo, cujo valor das vendas caiu 66,1%. Tradicionalmente sem grande movimentação no primeiro trimestre, o produto teve grandes vendas em 2015 por problemas de qualidade que atrasaram a sua comercialização, afetando a comparação. O farelo de soja também perdeu uma fatia considerável, de 40% do valor em suas vendas em 2016.
Um dos casos mais curiosos é o do fumo, que diminuiu o valor de suas vendas em 9,2% no trimestre em relação ao mesmo período de 2015, graças à queda de 11,1% no preço. "Porém, mesmo registrando quebra da safra, o fumo não manufaturado, por exemplo, que é o principal item, cresceu 15,5% em volume exportado", analisa Leusin. Já o destaque positivo ficou novamente com as vendas externas de celulose. Graças a ampliação da CMPC Celulose Riograndense, que entrou em operação em maio de 2015, o produto teve crescimento de impressionantes 669,2% no valor, puxado por um aumento de 696% no volume. Já o setor de máquinas e implementos sofreu novamente perda nas vendas externas, com redução de 36,2% no valor.
Em termos gerais, a expectativa é mais positiva para os próximos meses, porém. "Temos notícias de frustração na safra de soja na argentina, que pode ajudar a subir os preços", diz Leusin.