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Aviação

- Publicada em 05 de Maio de 2016 às 15:08

TAM já começou a pintar os aviões com o novo nome da companhia

Empresa chega com nova identificação ao aeroporto de Brasília em voo relacionado aos jogos olímpicos

Empresa chega com nova identificação ao aeroporto de Brasília em voo relacionado aos jogos olímpicos


ANTONIO CRUZ/ABR/JC
A Latam Airlines apresentou, na semana passada, a nova pintura de suas aeronaves. A partir de maio, os passageiros da TAM e da LAN já começarão a embarcar em aviões com o nome Latam. A troca das marcas será gradativa e deve demorar até três anos para ser concluída, segundo informou Claudia Sender, presidente da TAM.
A Latam Airlines apresentou, na semana passada, a nova pintura de suas aeronaves. A partir de maio, os passageiros da TAM e da LAN já começarão a embarcar em aviões com o nome Latam. A troca das marcas será gradativa e deve demorar até três anos para ser concluída, segundo informou Claudia Sender, presidente da TAM.
O primeiro avião pintado, um Boeing 767, voou do Rio de Janeiro para Genebra, para buscar a tocha olímpica que chegou a Brasília na terça-feira da semana passada. No dia cinco do mês que vem, três voos comerciais decolarão com a nova pintura.
As rotas com o nome Latam estampado nos aviões serão de São Paulo para Santigo; de Santiago para Lima; e de São Paulo para Brasília. Internamente, os aviões serão padronizados. Na nova marca, as poltronas são de couro cinza e vermelho. Os uniformes da tripulação e dos funcionários em terra também serão renovados e levarão o nome Latam. Os consumidores passarão a ser redirecionados para o site da Latam quando acessarem TAM ou LAN.
"Sem dúvida, lançar uma marca neste momento é um desafio. Mas não dá para ficar escondido esperando a crise passar", afirmou Claudia Sender, a presidente da TAM, em um encontro com jornalistas, em São Paulo.
Falando sobre a crise econômica e política que o País passa, Claudia citou que a demanda por passagens aéreas para os Jogos Olímpicos Rio 2016 está "bem mais baixa que o planejado" e estimou que a companhia vendeu entre 30% e 40% menos do que projetava. Segundo ela, o aumento do desemprego e a baixa confiança no futuro são os fatores que estão impactando diretamente o consumo de passagens. A executiva acrescentou ainda que acidentes como o ocorrido na ciclovia Tim Maia também afetam a demanda destinada às Olimpíadas.
"Eu fico bastante triste de ver que a gente está perdendo mais uma oportunidade de mostrar o Brasil", lamentou a executiva. Perguntada sobre se a saída da presidente da República, Dilma Rousseff, resolveria ao menos a questão da falta de confiança, Claudia afirmou considerar "difícil saber como a população pode reagir ao impeachment". Ela defendeu que haja um "desfecho" à crise política que retire o País "da paralisia". Independentemente do que ocorra politicamente, a direção da TAM estima que a retomada da economia brasileira deva ocorrer somente daqui a dois anos.
A redução mais forte na demanda por passagens aéreas é notada na TAM desde julho do ano passado. Com menos passageiros, a companhia anunciou no segundo semestre de 2015 um rearranjo na malha aérea externa para este ano. As mudanças reduziram as frequências de voos para Miami e Orlando, por exemplo.
Sem perspectiva de melhoria do consumo e número ainda baixos nos voos corporativos, Claudia não descartou a possibilidade de haver nova mudança na malha aérea. Ela contou que até as promoções feitas pela empresa "perderam dramaticamente o efeito".
"Temos visto que ainda há excesso de capacidade. Tivemos um aumento de custos que não conseguimos repassar no preço das passagens e as taxas de ocupação no Brasil estão abaixo da indústria mundial. Então podemos, sim, ter que cortar mais a capacidade."

País precisa sair da situação de paralisia, diz Claudia Sender

O impasse político trava os investimentos e impede o País de retomar o crescimento. Para a presidente da TAM, Claudia Sender, qualquer governo precisa de maioria no Congresso para aprovar medidas necessárias, porém impopulares, que levarão ao ajuste das contas públicas.
À frente da empresa líder na aviação comercial brasileira, Claudia trabalha com um cenário de retração do PIB neste ano de quase 4% e, assim como seus concorrentes, promove um dos maiores cortes de capacidade já feitos pela aviação brasileira. A expectativa é voltar a crescer apenas em 2018.
O impeachment da presidente Dilma foi aprovado na Câmara e aguarda agora o Senado. Como a senhora vê esse cenário?
Claudia Sender - Estamos no meio do caminho e o mais importante é tomar um rumo. Não vemos nenhum investimento sendo destravado e todos os processos de concessão estão praticamente parados. As grandes reformas, importantes para a nossa economia e para o futuro do País, não conseguem tramitar no Congresso. Temos de sair dessa paralisia, para qualquer lado que seja.
Quais as consequências do impeachment para a economia?
Claudia - Haverá uma mudança de expectativas em um primeiro momento. Mas, se não tivermos medidas sérias, profundas, que enderecem o problema da Previdência, do déficit primário, do baixíssimo nível de investimento no Brasil, não teremos uma retomada do PIB. Então, qualquer que seja o cenário, precisamos mudar a forma como Brasília enxerga o Brasil. E precisamos tomar as decisões difíceis. A não decisão é muito pior do que uma decisão ruim.
Um eventual governo Temer tem condições de fazer o Brasil voltar ao crescimento?
Claudia - Isso vai depender muito de como as coalizões vão funcionar. É importante que, qualquer que seja o governante, ele tenha maioria no Congresso para conseguir aprovar reformas duras. Não tem nenhuma reforma popular de fácil aprovação. As contas do Brasil estão em uma situação muito crítica e as medidas que têm de ser tomadas não são simples ou populares. Qualquer um que esteja no poder precisa angariar apoio para implementar essas reformas.
Quais as medidas urgentes?
Claudia - Precisamos entender como reduzir as contas públicas, como aprovar a desvinculação das receitas da União e qual vai ser a equação para voltar a aumentar a arrecadação. O governo precisa gerar superávit primário. O segundo passo é entender como estimular o investimento, que está muito baixo. O Brasil tem uma estrutura deficitária de portos, aeroportos e estradas que precisa de projetos atrativos para os investidores. Existe muito caixa no mundo para investir em infraestrutura, mas não temos projetos atrativos o suficiente. Se o País conseguir resolver isso, seria um casamento no paraíso.
Como a turbulência política afeta as empresas?
Claudia - Muitas empresas seguram investimentos para ver o que vai acontecer no País. Isso gera um círculo vicioso. Se você não investe, não cresce, não inova, não gera emprego e renda e o PIB continua contraído.
Como a TAM, especificamente, foi afetada?
Claudia - A expectativa ruim das empresas e da população afetou negativamente a aviação. Um empresário não vai pegar um voo para Brasília se não acreditar que vai fechar negócio. E o passageiro de lazer tem medo de perder o emprego ou está endividado e não pode parcelar a passagem. Por isso, reduzimos significativamente a nossa malha doméstica e internacional.
As empresas aéreas precisam de um pacote de socorro?
Claudia - Não. Elas precisam de regras alinhadas às práticas mundiais para conseguir competir com as empresas estrangeiras que voam para o Brasil. As regras de assistência ao passageiro e legislação trabalhista são mais duras no Brasil, o custo do combustível é mais alto e tivemos um modelo de concessão de aeroportos pela maior outorga, que resultou em tarifas aeroportuárias mais caras. Isso tudo onera a aviação brasileira.