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- Publicada em 10 de Abril de 2016 às 22:01

Brique da Redenção enfrenta crise na segurança

Feira, que antes era chamada de Mercado de Pulgas, completou 38 anos

Feira, que antes era chamada de Mercado de Pulgas, completou 38 anos


JONATHAN HECKLER/JC
Isabella Sander
Uma das atrações mais tradicionais de Porto Alegre, o Brique da Redenção completou 38 anos de existência no final de março. Localizada na avenida José Bonifácio, bairro Bom Fim, e ocorrendo sempre aos domingos, a feira foi iniciada com o nome de Mercado de Pulgas e foi ganhando força e diversidade ao longo dos anos. O número de expositores, que já foi de 22 e, em época de crise, chegou a sete, hoje é de 300. De 1978 para cá, os comerciantes já enfrentaram diversas dificuldades. Atualmente, o grande problema é a falta de segurança.
Uma das atrações mais tradicionais de Porto Alegre, o Brique da Redenção completou 38 anos de existência no final de março. Localizada na avenida José Bonifácio, bairro Bom Fim, e ocorrendo sempre aos domingos, a feira foi iniciada com o nome de Mercado de Pulgas e foi ganhando força e diversidade ao longo dos anos. O número de expositores, que já foi de 22 e, em época de crise, chegou a sete, hoje é de 300. De 1978 para cá, os comerciantes já enfrentaram diversas dificuldades. Atualmente, o grande problema é a falta de segurança.
José Jorge Lima Farias, de 84 anos, expõe antiguidades no Brique da Redenção desde o início da feira. "Mesmo com a falta de cuidados da prefeitura, não nos oferecendo infraestrutura adequada nem segurança, a cultura de valorizar antiguidades persiste. Porém, é inegável que estamos com um problema sério de falta de segurança. Não temos assaltos a mão armada, mas registramos muitos furtos, o que não ocorria há 15 anos", lamenta.
A impressão do expositor Vandré La Cruz Duval, de 30 anos, é a mesma. "Eu faço parte da comissão organizadora do Brique e posso afirmar que este é o ano mais catastrófico na relação da feira com o poder público. Estamos sem fiscalização e sem policiamento. Então, o Brique tem funcionado praticamente por inércia. Infelizmente, hoje, é um lugar perigoso para se ir aos domingos", observa. 
O aniversário do Brique deste ano ainda não foi comemorado devido ao medo. "Não sabemos se vamos fazer algo, pois não há o que celebrar. Sempre convidamos artistas para se apresentarem aqui, fazemos desfile de carros antigos, os expositores vêm a caráter. Porém, o pessoal tem medo de organizar algo desse porte sem o apoio da polícia, da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio (Smic)", explica Duval.
O fechamento do posto da Brigada Militar, na quinta-feira passada, aumentou o temor. "A prova disso é que o Brique costumava ir até as 18h. Agora, umas 16h, todo mundo já está indo embora. Temos medo, colegas foram assaltados a uma quadra daqui, tem gente até desistindo por causa disso, está bem complicado", resume o expositor.
Nova no Brique da Redenção, a artista plástica Maísa Stolz, de 32 anos, começou a expor seu trabalho em papel machê em dezembro. Por enquanto, não sentiu a insegurança relatada pelos colegas. "Não noto muito a falta de segurança, mas também raramente vejo alguma viatura da polícia passar por aqui", avalia.
Conforme o comandante do 9º Batalhão da Polícia Militar (BPM), tenente-coronel Marcus Vinicius Gonçalves, o fechamento do posto localizado na José Bonifácio, em frente à avenida Osvaldo Aranha, servirá para que o policiamento seja mais efetivo. "O posto não dava segurança nenhuma. Os policiais precisavam ficar ali dentro e, por isso, não andavam pelas ruas. A ideia é que a medida gere proatividade no nosso efetivo", aponta.
Até o momento, a mudança tem tido um saldo positivo, de acordo com o tenente-coronel. "Tínhamos muitos assaltos em paradas de ônibus, por exemplo. Desde quinta-feira, não tivemos mais reclamações, simplesmente por ter destacado um policial para ficar próximo às paradas. Das 18h30min às 23h30min, aproximamos o policial da rua Sarmento Leite com a Osvaldo Aranha, a fim de acompanhar a saída das aulas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), e recebemos até elogios da reitoria da universidade", ressalta.
Mesmo assim, o comandante deixa claro que o Brique será priorizado no policiamento. "Todos sabemos que o efetivo está escasso, mas estamos buscando focar nas áreas de mais risco. Antes, não tínhamos policiais ali aos fins de semana. Agora, temos. Não temos registros significativos de assaltos durante a feira e, desde outubro do ano passado, quando assumi como comandante, os feirantes não me procuraram. Isso não quer dizer que não haja esse problema, mas a ideia é melhorarmos o policiamento remanejando os policiais", defende.
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