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- Publicada em 05 de Abril de 2016 às 18:37

Plano poderia ter evitado mortes em Mariana, diz presidente da Samarco

O presidente da Samarco, Roberto Carvalho, disse que se um plano emergencial como o que foi elaborado pela mineradora após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), estivesse pronto antes da tragédia "poderia ajudar" a evitar parte das mortes no subdistrito de Bento Rodrigues, o mais afetado pela lama. A declaração foi dada nesta terça-feira (5), em Belo Horizonte.
O presidente da Samarco, Roberto Carvalho, disse que se um plano emergencial como o que foi elaborado pela mineradora após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), estivesse pronto antes da tragédia "poderia ajudar" a evitar parte das mortes no subdistrito de Bento Rodrigues, o mais afetado pela lama. A declaração foi dada nesta terça-feira (5), em Belo Horizonte.
Bento Rodrigues foi encoberto pelos rejeitos de lama de mineração que vazaram da barragem no último dia 5 de novembro, na maior tragédia ambiental do Brasil, que deixou 19 mortos e um rastro de destruição que alcançou o litoral do Espírito Santo.
Em apresentação à imprensa das ações realizadas pela empresa nos cinco meses após o incidente, Carvalho afirmou que o novo plano de emergência da mineradora incluiu a instalação de sirenes nas comunidades afetadas e que há simulações de situação de emergência nesses locais.
Questionado se o novo plano poderia evitar as 19 mortes, ele disse que "seria muito difícil, mesmo com o plano, evitar as mortes de 14 pessoas que estavam trabalhando na barragem". "Das cinco que estavam em Bento Rodrigues, tivemos pessoas que voltaram (aos locais soterrados), pessoas que não saíram (de casa). É difícil responder a essa pergunta claramente, mas sem dúvida nenhuma (o novo plano) poderia ajudar."
Como revelado pela Folha de S.Paulo, o plano que existia na ocasião do rompimento ignorava o alerta a moradores. O documento é um dos subsídios usados pela Polícia Civil para indiciar sete pessoas sob suspeita de homicídio. O presidente diz que ele "foi estabelecido de acordo com as normas vigentes".
Um dos indiciados é o ex-presidente da Samarco Ricardo Vescovi, que pediu afastamento da empresa em 20 de janeiro para trabalhar em sua defesa. Carvalho assumiu o posto. A empresa ainda tenta evitar que o rio Doce receba rejeitos de lama de córregos que passam próximos a Fundão, mesmo com os diques de contenção que foram construídos. Uma das obras que deverá ser feita é a ampliação de um desses diques e também uma espécie de barreira na área da barragem.
Outra ação recente, feita após acordo com o Ministério Público de Minas Gerais, é a retirada da lama que ficou retida na Usina Hidrelétrica Risoleta Neves (Candonga), a 100 km de distância da barragem que se rompeu. De acordo com a Samarco, 550 mil metros cúbicos de lama devem ser dragados até o final do ano e serão depositados em área próxima à usina. Carvalho sugere construir um "parque" no local.
A empresa afirma que já tem condições de retornar a operar a partir do quarto trimestre deste ano, com dois terços da capacidade anterior ao incidente. As atividades da empresa em Minas Gerais estão suspensas desde novembro. Para retomar as atividades, a Samarco, que pertence à Vale e à BHP Billiton, ainda depende de autorização da Secretaria de Meio Ambiente do Estado. Em vez da barragem, seriam utilizadas duas cavas de mineração - buracos abertos após a retirada de minério - para jogar os rejeitos por dois ou três anos, enquanto a empresa estudaria soluções futuras para o depósito da lama.
Folhapress
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