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Economia

- Publicada em 29 de Abril de 2016 às 13:59

Pela primeira vez na história, saldo primário do 1º tri é deficitário, diz Banco Central

Agência Estado
O chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, disse nesta sexta-feira (29) que, pela primeira vez na história, o saldo primário do primeiro trimestre de um ano ficou deficitário. De janeiro a março, de acordo com o BC, o resultado ficou negativo em R$ 5,771 bilhões, o equivalente a 0,39% do Produto Interno Bruto (PIB), portanto, o maior déficit primário da série da instituição iniciada em dezembro de 2001.
O chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, disse nesta sexta-feira (29) que, pela primeira vez na história, o saldo primário do primeiro trimestre de um ano ficou deficitário. De janeiro a março, de acordo com o BC, o resultado ficou negativo em R$ 5,771 bilhões, o equivalente a 0,39% do Produto Interno Bruto (PIB), portanto, o maior déficit primário da série da instituição iniciada em dezembro de 2001.
Ao mesmo tempo, a conta de juros nos primeiros três meses do ano teve o melhor resultado para o período desde 2014. Isso se deve ao fato inédito de essa rubrica ter ficado positiva no mês passado. Especificamente em relação a março, Rocha destacou que essa conta de juro positiva ajudou o déficit nominal a ser o melhor para o mês desde 2011, quando apresentou resultado negativo de R$ 6,9 bilhões. "Isso ajudou a reduzir de forma significativa o resultado nominal de março", comentou.
Em relação ao resultado acumulado nos últimos 12 meses até março, o economista do BC ressaltou que o primário continua a piorar porque atividade segue em queda. Também influenciada pelo saldo fora da curva em março, a conta de juros, que ficou em 7,4% do PIB em 12 meses até o mês passado é a melhor relação desde junho de 2015.
Fernando Rocha projetou nesta sexta que a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) em relação ao PIB ficará em 39,1% em abril. Há perspectiva, portanto, de elevação, já que, no mês passado, de acordo com divulgação feita hoje pela instituição, essa relação estava em 38,9%.
O resultado de 38,9% em março foi o maior desde julho de 2010, quando estava em 39%. Para o encerramento de 2016, a expectativa da autoridade monetária apresentada em março era de 39,9% - uma revisão está prevista para junho. Para fazer a previsão para abril, o economista explicou que foi usado como referência a cotação do câmbio do fechamento de quinta-feira, 28, de R$ 3,4986.
Já no caso da dívida bruta na comparação com o PIB, Rocha informou que a previsão da casa para este mês é de uma taxa de 67,3%. Em março, estava exatamente nesse patamar. A estimativa apresentada ao final do mês passado pelo BC para essa variável no encerramento deste ano era de 71,6% e também poderá ser revisada em junho.
O resultado de março foi amplamente influenciado pela valorização de 10,6% do câmbio no período. "A política de câmbio do País é flutuante, então ora (o dólar) se deprecia ora se aprecia. Esta é a melhor política para o País e as consequências dela são analisadas caso a caso", defendeu.
Fernando Rocha confirmou que a conta de juros apresentou receitas líquidas em março de forma inédita na série histórica da instituição iniciada em dezembro de 2001. "É, portanto, o resultado melhor da conta de juros para qualquer mês da série", comparou.
Rocha salientou que o costume até então era ver uma perda muito grande para o BC com as operações de swap cambial. "O que aconteceu agora foi o efeito oposto simétrico ao de agosto e setembro do ano passado", disse. Em setembro, o real registrou queda de 8,9% ante o dólar. Ele alertou, porém, que não se deve esperar receitas líquidas positivas na conta de juros nos próximos meses. "Isso não é tendência, é resultado pontual", ressaltou.
A apreciação do real ante o dólar em março foi de 10,6% e em abril até ontem, de 1,7%. Essa variação do atual mês, de acordo com o economista do BC, não deve ser de uma magnitude para fazer com que a conta de juros tenha receita líquida. "Deve haver ganho (com swaps), mas não para se sobrepor às despesas com juros", previu.
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