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Economia

- Publicada em 29 de Abril de 2016 às 13:20

Bradesco espera queda de índice de inadimplência só em 2018

Agência Estado
O Bradesco espera que seu índice de inadimplência diminua apenas em 2018, de acordo com Luiz Carlos Angelotti, diretor gerente e de Relações com Investidores da instituição. Até o final deste ano, início do próximo, o indicador, conforme ele, tende a atingir o pico e se estabilizar.
O Bradesco espera que seu índice de inadimplência diminua apenas em 2018, de acordo com Luiz Carlos Angelotti, diretor gerente e de Relações com Investidores da instituição. Até o final deste ano, início do próximo, o indicador, conforme ele, tende a atingir o pico e se estabilizar.
"Esperamos estabilização da inadimplência no final do ano ou começo de 2017 e, a partir daí, movimento mais estável. Em 2018, o movimento talvez já seja de queda da inadimplência, recuperando a elevação de custo como, por exemplo, em 2014, quando tivemos uma situação mais normal da inadimplência", explicou Angelotti. "Temos benefícios futuros a serem recuperados em relação ao custo da inadimplência que reflete o momento econômico", acrescentou.
Para as pequenas e médias empresas, segmento que tem sido mais impactado pela crise, o Bradesco espera, segundo Angelotti, desaceleração nos calotes. "A tendência é de subida, assim como para a pessoa física. Temos larga experiência deste segmento e boas margens. Na média empresa, a inadimplência está menor que a apresentada pelo indicador", afirmou ele.
A inadimplência do Bradesco, considerando atrasos acima de 90 dias, teve piora de 0,1 ponto porcentual ao final de março ante dezembro, para 4,2%. Os calotes na pessoa física recuaram de 5,55% ao final de dezembro para 5,50% em março. Há um ano, estavam em 4,8%. Nas MPEs, os calotes subiram de 5,98% para 6,66%, sendo que no primeiro trimestre de 2015 o indicador ficou em 4,7%. A inadimplência de grandes empresas baixou de 0,54% em dezembro para 0,43% em março. Há um ano, estava em 0,8%.
O Bradesco espera que o desempenho da sua carteira de crédito convirja até o final de 2016 para o piso do guidance anunciado para este ano, que vai de alta de 1% a 5%, de acordo com Angelotti. "Passando o impacto da desvalorização do dólar, que no primeiro trimestre refletiu no desempenho do crédito, a carteira deve ter desempenho na parte inferior do guidance durante o ano. Entendemos que ainda é cedo para mexer no guidance do crédito", explicou ele, em teleconferência com analistas e investidores, nesta manhã.
Da queda de R$ 7 bilhões do crédito no primeiro trimestre, conforme o executivo, R$ 5 bilhões referem-se à desvalorização do dólar no período. A carteira de crédito expandida do Bradesco, que considera avais e fianças, fechou março com R$ 463,208 bilhões, redução de 2,3% em relação ao saldo de dezembro, de R$ 474,027 bilhões. Em um ano, quando somou R$ 463,305 bilhões, o saldo ficou estável.
De acordo com Angelotti, há demanda reprimida em relação a investimentos e não problemas em termos de oferta. "As empresas estão aguardando o melhor momento e visibilidade de um cenário econômico futuro mais adequado para fazer novos investimentos. A demanda é parte do crescimento do crédito. Oferta de recursos, o banco tem. Temos recebido muita oferta de funding", destacou o diretor do Bradesco.
Ele afirmou ainda que o Bradesco tem crescido a oferta de empréstimos "o quanto é possível" e lembrou ainda da reprecificação das carteiras, que beneficia o banco. "Nossa área econômica vê tendência de que algumas questões devem ser alinhadas ou resolvidas durante o ano. Com isso, alguns sinais de PIB positivo podem aparecer no final do ano ou início de 2017", disse Angelotti.
Em relação às pequenas e médias empresas, ele disse que a tendência é que essa carteira continue em queda visto que esse segmento é o que mais tem sido impactado pela crise no País. Afirmou ainda que o banco tem sido seletivo e buscado obter melhores garantias nos empréstimos fora o aperfeiçoamento dos modelos de concessão de recursos. "A melhora (da economia) deve reabrir o mercado de capitais e ampliar as alternativas de reestruturação de passivos das empresas. Tudo isso vem no conjunto", acrescentou Carlos Firetti, diretor de relações com o mercado do Bradesco.
O caso do cliente específico do setor de óleo e gás para o qual o Bradesco constituiu uma provisão de R$ 836 milhões no primeiro trimestre não era um impacto esperado para 2016, de acordo com Angelotti. O crédito concedido, conforme ele, tinha 10% de provisão e ainda garantias que cobriam 30%. Com a agravação do risco, a PDD deste cliente que, segundo analistas, seria a Sete Brasil, foi elevada para 70%, o que gerou a constituição de PDD específica no primeiro trimestre.
"Não estava considerado o impacto (do cliente específico) para este ano, mas entendemos que nos próximos trimestres o movimento de revisão de rating continua. Podemos ter eventuais novas situações de casos específicos, mas a tendência é de desaceleração do processo de provisionamento por conta da desaceleração da inadimplência", explicou Angelotti, em teleconferência com analistas e investidores.
De acordo com ele, apesar da constituição da PDD específica de R$ 836 milhões, a projeção para as despesas com calotes ainda segue dentro do intervalo divulgado para o ano, de R$ 16,5 bilhões a R$ 18,5 bilhões. "Agora, não é necessário fazer mudança do guidance", afirmou Angelotti.
A empresa de afretamento de plataformas Sete Brasil deve entrar com pedido de recuperação judicial este ano, conforme antecipou na quinta-feira, 28, o Broadcast. A empresa tem dívidas de R$ 14 bilhões, dos quais R$ 12 bilhões foram tomados com Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú Unibanco, Santander e Standard Chartered. Dessa cifra, R$ 4 bilhões já teriam sido recuperados. Ou seja, o restante deve ser provisionado nos balanços dos credores.
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