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Economia

- Publicada em 26 de Abril de 2016 às 21:38

Exportações gaúchas caem ao nível de 2010

Números devem disparar com os resultados dos embarques de soja

Números devem disparar com os resultados dos embarques de soja


VANESSA ALMEIDA DE MORAES/EMATER/DIVULGAÇÃO/JC
Guilherme Daroit
Mesmo ainda crescendo em volume, as exportações gaúchas registraram, no primeiro trimestre de 2016, o pior resultado para o período desde 2010. Nos três primeiros meses do ano, as vendas externas totalizaram US$ 2,80 bilhões, queda de 9,2% em relação a 2015. O resultado é explicado pelo recuo de 17,7% nos preços, que anularam o crescimento de 10,4% no total embarcado. Com isso, o Estado perdeu duas posições entre os maiores exportadores, para Mato Grosso e Paraná (cujos embarques de soja começam antes do que no Rio Grande do Sul), e agora é o sexto principal do País.
Mesmo ainda crescendo em volume, as exportações gaúchas registraram, no primeiro trimestre de 2016, o pior resultado para o período desde 2010. Nos três primeiros meses do ano, as vendas externas totalizaram US$ 2,80 bilhões, queda de 9,2% em relação a 2015. O resultado é explicado pelo recuo de 17,7% nos preços, que anularam o crescimento de 10,4% no total embarcado. Com isso, o Estado perdeu duas posições entre os maiores exportadores, para Mato Grosso e Paraná (cujos embarques de soja começam antes do que no Rio Grande do Sul), e agora é o sexto principal do País.
Segundo o pesquisador da Fundação de Economia e Estatística (FEE) Tomás Torezani, a queda nos preços é decorrência da diminuição generalizada do preço internacional das commodities, além de sofrer influência da desvalorização do real, que torna o produto brasileiro mais barato em dólar. "Por outro lado, vemos que o volume segue crescendo sistematicamente há vários anos", contextualiza Torezani. Todos os principais estados exportadores brasileiros cresceram em volume e sofreram com a queda nos preços.
Embora, pelo estudo, não seja possível medir a influência real do câmbio, o pesquisador ressalta que, provavelmente, a rentabilidade dos exportadores tenha crescido por conta da desvalorização da moeda nacional. Torezani lembra, porém, que boa parte dos custos e insumos também é atrelada ao dólar, o que afetaria negativamente o resultado.
Entre os grupos de produtos, a única variação positiva foi vista, novamente, nos semimanufaturados. O crescimento de 57,8% entre os períodos é ainda fruto da entrada em funcionamento da expansão da Celulose Riograndense em maio de 2015, que fez com que as vendas de celulose crescessem 700% em volume. O produto deve continuar sendo destaque na pauta até o fim do ano, assim como a soja. Tradicionalmente, é a partir de abril, com o início dos embarques do grão, que as exportações gaúchas disparam, algo que deve se repetir neste ano com previsão de nova safra recorde.
Nos básicos, que caíram 19,6% em valor, os destaques positivos foram as carnes bovina ( 52,8%) e suína ( 10,4%), puxadas pelas aberturas de mercado, principalmente a China. Por outro lado, o setor sofreu com a queda de 66,1% nas vendas de trigo. O cereal teve vendas atípicas em 2015, por conta da baixa qualidade da safra, que atrasou as exportações e direcionou o trigo a países como Tailândia e Bangladesh, que nunca haviam comprado do Estado, e em 2016 voltou a níveis normais. O farelo de soja também sofreu uma redução de 40% no valor, graças a diminuições nos embarques para a Holanda.
Nos manufaturados, cujo valor sofreu retração de 9,8%, o destaque foi a retomada do setor calçadista, que cresceu 37,5% em volume e 9,5% em valor, com vendas principalmente para os Estados Unidos. Os principais produtos industrializados da pauta continuam sendo os polímeros plásticos, que representaram 21% do total embarcado na categoria. As maiores quedas foram percebidas em máquinas agrícolas (-58% em valor) e ônibus (-79,8% em valor).
Para os próximos meses, as perspectivas são positivas, de acordo com Torezani, pelo câmbio favorável e pelas safras recordes. "Além disso, a demanda por alimentos da China não deve cair, independentemente do cenário econômico, e vemos os Estados Unidos voltando a ter um crescimento sustentável", projeta. Os países são os dois principais compradores dos produtos gaúchos e registraram crescimentos de US$ 69,9 milhões e US$ 45,2 milhões, respectivamente. O terceiro destino é a Argentina, que diminuiu em US$ 39,4 milhões as suas compras no Estado.
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