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Turismo

- Publicada em 18 de Abril de 2016 às 00:01

Vendas de pacotes para o exterior aumentam com desvalorização do dólar

Oferta de passagens para países como o Canadá alavancou negócios

Oferta de passagens para países como o Canadá alavancou negócios


CI ZONA SUL/DIVULGAÇÃO/JC
Se os consumidores interessados em viajar para o exterior andavam acuados desde 2015, o cenário vem mudando gradativamente com a desvalorização do dólar em relação ao real. Com a queda da moeda americana - que passou de R$ 4,14 em setembro do ano passado para R$ 3,47 (cotação da quinta-feira) e R$ 3,52 (cotação de sexta-feira), muitos brasileiros decidiram por fechar negócio com as agências de viagens. "O movimento começou a aumentar a partir da estabilidade do câmbio", confirma o sócio-diretor da Prontur Turismo e Câmbio, Pietro Predebon. "O pessoal está perdendo o medo e começou a comprar dólar novamente", completa. Na casa de câmbio, em Porto Alegre, a demanda pela moeda americana aumentou 25%.
Se os consumidores interessados em viajar para o exterior andavam acuados desde 2015, o cenário vem mudando gradativamente com a desvalorização do dólar em relação ao real. Com a queda da moeda americana - que passou de R$ 4,14 em setembro do ano passado para R$ 3,47 (cotação da quinta-feira) e R$ 3,52 (cotação de sexta-feira), muitos brasileiros decidiram por fechar negócio com as agências de viagens. "O movimento começou a aumentar a partir da estabilidade do câmbio", confirma o sócio-diretor da Prontur Turismo e Câmbio, Pietro Predebon. "O pessoal está perdendo o medo e começou a comprar dólar novamente", completa. Na casa de câmbio, em Porto Alegre, a demanda pela moeda americana aumentou 25%.
Nas agências de turismo, os destinos mais procurados atualmente, quando se trata de venda para o exterior, são Canadá, Estados Unidos e Austrália. Em março, as vendas de pacotes para estes e outros destinos no exterior aumentaram entre 10% e 20%, dependendo da empresa. "A queda do dólar ajudou, mas também houve uma oferta muito grande de passagens com preços promocionais", pondera o sócio-diretor da Argus Turismo, Danilo Martins. Algumas companhias de aviação ofereceram passagens aéreas com descontos de pelo menos 50%. "Os preços para o Canadá e os EUA baixaram para US$ 250,00 a US$ 300,00 no mês de março e início de abril (baixa temporada)", diz. "Há um ano, os preços das passagens para Miami custavam US$ 1 mil, então mesmo que o dólar estivesse mais alto, as passagens já estão muito mais baratas", reforça o presidente da regional Sul da Associação Brasileira das Agências de Viagens (ABAV-RS), João Augusto Machado.
"Para a Europa, houve quem oferecesse passagem por US$ 400,00", ilustra Martins. Atualmente, os preços do transporte aéreo para o Velho Mundo estão em média US$ 540,00. "Quando se converte para a moeda local (real), o custo deste transporte ficou bem mais em conta", avalia Martins. Já para o Caribe é possível encontrar passagens por US$ 299,00.
"O Caribe nunca perdeu demanda, porque em geral as agências oferecem sistema de hospedagem all incluse, que possibilita um planejamento mais certeiro por parte dos consumidores. Esse foi o destino que mais atraiu turistas brasileiros durante todo esse período de alta do dólar", afirma o presidente da ABAV-RS. Neste sentido, Cancun e Punta Cana foram os campeões de venda. E continuam sendo, mas agora seguidos pelos Estados Unidos. "Só que agora, o pessoal vai mais para passear do que para fazer compras", pondera Machado. Destinos tradicionais como Lisboa, Paris e Madrid também estão começando a integrar o portfólio de mais vendidos pelas agências.

Destinos exóticos atraem classe AA

Tailândia é opção para o público que não sente o impacto do câmbio

Tailândia é opção para o público que não sente o impacto do câmbio


PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Além de Caribe, Estados Unidos e Europa, que ficaram mais baratos, também há boa saída de pacotes para destinos exóticos. "O público classe AA não é afetado pelo câmbio e está buscando destinos como Tailândia, Indochina, Vietnã e Laos", diz o diretor da Operadora Uneworld, Fabian Morandi Saraiva. Segundo ele, os pacotes para estes lugares não saem muito barato devido aos custos operacionais, que são altos - "mas a cotação do dólar estando mais baixa em R$ 1,00 sempre ajuda".
O aumento da demanda por viagens internacionais ainda não pode ser comparado ao desempenho de anos anteriores, observa o sócio-diretor da Argus Turismo, Danilo Martins. "De qualquer forma, este pequeno aquecimento é um alento para o setor." Uma das vantagens dos destinos internacionais é que o mercado doméstico ainda está muito caro. "Ir para um resort no Caribe custa o mesmo que ir para um empreendimento semelhante no Recife", diz.
Por conta da crise e da queda das vendas para o exterior, alguns negócios foram inclusive desfeitos. Em março, as companhias áereas Delta Air Lines e American Airlines deixaram de operar em diversas capitais do País, entre elas Porto Alegre, onde a American cancelou os voos diretos para Miami.

Procura por viagens para as férias de julho ainda está fraca

A procura para férias de julho já começou nas agências, no entanto, ainda está fraca, comparada com outros anos. "A demanda esta 60% menor que no ano passado", comenta o sócio-diretor da Argus Turismo, Danilo Martins. "A nossa expectativa é que a política se resolva no País para a economia voltar a se movimentar, e o setor recuperar suas vendas." O parcelamento de salários de servidores públicos estaduais também afetou bastante o desempenho das vendas de janeiro e fevereiro. "As vendas vinham em queda livre nas agências de viagens. Com o câmbio mais barato e estável, a retomada está ocorrendo, aos poucos", garante Martins.
Nas últimas semanas, a moeda norte-americana vem baixando, e as pessoas estão se sentindo mais confiantes, explica o presidente da Abav-RS, João Machado. "Neste período, o movimento nas agências está muito alto. Se, em janeiro e fevereiro, estávamos só vendendo destinos nacionais, agora praticamente quase voltou ao normal a demanda para o exterior - e isso inclui as férias de julho", comenta.
"Vivemos uma maré boa. Fazia tempo que não ocorria a compra rápida, por exemplo. Os consumidores estavam se limitando a pesquisar antes da queda do valor da moeda", comemora a gerente da CI Zona Sul, Janaína Brentano. "Desde a metade do ano passado, quando o dólar esteve em seu patamar mais alto, o mercado estava reprimido", completa.
Apesar dos pacotes serem pagos em reais, a insegurança do consumidor ficava em torno dos custos com o dólar no destino, explica a agente. Segundo ela, a busca pela Austrália e pelo Canadá está bastante aquecida, em vista de que o dólar australiano e o dólar canadense estão mais baixos do que o norte-americano. "Para intercâmbio, a Irlanda também é uma das prediletas."