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Economia

- Publicada em 04 de Abril de 2016 às 17:42

Crise faz a comercialização de combustíveis cair no 1º bimestre

Comercialização de diesel, usado notransporte rodoviário de cargas, teve queda de 6,6%

Comercialização de diesel, usado notransporte rodoviário de cargas, teve queda de 6,6%


MARCELO G. RIBEIRO/JC
A crise econômica faz com que as vendas de combustíveis registrem queda pela segunda vez consecutiva no primeiro bimestre. E dessa vez, a redução no comércio de diesel, gasolina e etanol é ainda maior. Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o total comercializado pelas distribuidoras nos dois primeiros meses caiu 5,5% - em 2015, a queda foi de 1,9%.
A crise econômica faz com que as vendas de combustíveis registrem queda pela segunda vez consecutiva no primeiro bimestre. E dessa vez, a redução no comércio de diesel, gasolina e etanol é ainda maior. Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o total comercializado pelas distribuidoras nos dois primeiros meses caiu 5,5% - em 2015, a queda foi de 1,9%.
Combustível mais consumido no País, devido ao peso do transporte rodoviário de cargas, o diesel apresentou queda de 6,6%. Mas houve redução também de etanol (-6,8%), que sofre com a entressafra de cana-de-açúcar, e da gasolina (-2,6%).
A diminuição é reflexo do movimento nas rodovias. Segundo o índice ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias), nos dois primeiros meses, houve queda de 4,6% no fluxo de veículos pesados nas rodovias e de 1,4% no de leves. Nos últimos 12 meses, a redução atinge 5,1% nos pesados e 0,9% nos leves. O índice é calculado com base no total de veículos que passam pelas praças de pedágio.
No caso do diesel, a venda tem acompanhado o desempenho da economia na última década. Em 2007, por exemplo, o PIB cresceu 6,1%, e a comercialização do diesel aumentou 6,53%. Nos dois anos de PIB negativo, o diesel seguiu o ritmo: em 2009, as vendas do ano todo caíram 1,03%, enquanto o PIB recuou 0,1% e, em 2015, as quedas foram de 4,69% e 4,77%, respectivamente.
Segundo o índice ABCR, nos dois primeiros meses, houve queda de 4,6% no fluxo de veículos pesados nas rodovias e de 1,4% no de leves. A taxa é calculada com base no total de veículos que passam pelas praças de pedágio. "É uma situação compatível com a dinâmica industrial. O deslocamento de cargas depende do ritmo de produção. Como a produção está em retração, há arrefecimento no movimento nas rodovias", disse Luciano Bacciotti, economista da Tendências Consultoria, que calcula o índice em parceria com a ABCR.
Apesar de ter crescido 37,5% e batido recorde de vendas em 2015 impulsionado por incentivos tributários, o etanol atingiu em fevereiro o pior volume desde setembro de 2014. As vendas foram menores também graças à entressafra das usinas, que tradicionalmente encerram a moagem de cana em dezembro e retomam a produção a partir de março. No período, os estoques caem, e os preços sobem.
A perda de competitividade do etanol ocorre desde novembro, quanto o preço chegou a 70,7% do valor da gasolina - até 70%, ele é mais vantajoso, segundo a pesquisadora Ivelise Bragato, do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. "Em fevereiro, a relação chegou a 76% e ficou ainda mais agravada para o etanol, o que não ocorria desde 2011."
O preço do etanol só não subiu mais, porque havia 23 usinas moendo cana em fevereiro, fora do período tradicional, devido a três fatores: a necessidade de fazer caixa, moer sobra do ano passado, que foi chuvoso, e aproveitar o preço em alta. O início de ano ruim confirma tendência verificada ao longo do ano passado, quando as vendas caíram 1,9% no mercado de combustíveis - a primeira queda desde 2013.
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