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Empresas & Negócios

- Publicada em 15 de Maio de 2016 às 00:59

Gigante chinesa Baidu quer conquistar internautas brasileiros

Di comenta que Baidu quer encurtar distância entre usuários e prestadores de serviços

Di comenta que Baidu quer encurtar distância entre usuários e prestadores de serviços


BAIDU/DIVULGAÇÃO/JC
Patricia Knebel
O Baidu já foi considerado o Google da China. Principal provedor de pesquisa na internet em língua chinesa, detém 80% de marketshare no país, que tem o maior número de usuários de internet do mundo. Mas definir a multinacional de tecnologia asiática apenas por esse serviço seria muito simplista. O player faturou US$ 51 bilhões em 2015 e é líder no seu país em soluções voltadas para mapas, Big Data e inteligência artificial, apenas para citar outros mercados em que atua.
O Baidu já foi considerado o Google da China. Principal provedor de pesquisa na internet em língua chinesa, detém 80% de marketshare no país, que tem o maior número de usuários de internet do mundo. Mas definir a multinacional de tecnologia asiática apenas por esse serviço seria muito simplista. O player faturou US$ 51 bilhões em 2015 e é líder no seu país em soluções voltadas para mapas, Big Data e inteligência artificial, apenas para citar outros mercados em que atua.
A empresa pretende conquistar os usuários da web acrescentando novas funcionalidades a ferramentas consagradas por players globais, como o assistente Siri, da Apple, e o próprio sistema de buscas do Google. "A nossa ferramenta tem grandes diferenciais e, inclusive, eles estão correndo atrás para seguir o nosso caminho", diz o country manager do Baidu no Brasil, Yan Di.
A empresa está há três anos no País e se prepara para lançar a versão tupiniquim do seu buscador, que chegou a funcionar em caráter beta em português, tailandês, árabe e japonês, mas está sendo reformulado antes do relançamento oficial. O cenário conjuntural não preocupa o executivo, que veio para o Brasil há 15 anos para atuar na Huawei, se casou com uma brasileira e já se sente em casa. "Estamos acelerando a análise de novos serviços e de olho em ativos interessantes para adquirir, como já fizemos com o Peixe Urbano. Tenho fé na recuperação do País", afirma.
JC Empresas & Negócios - Como o Baidu pretende chamar a atenção dos internautas de outros países para a sua ferramenta de busca e competir com o Google?
Yan Di - Os internautas estão acostumados com o conceito de search como algo que você coloca uma palavra-chave e pronto. Mas nós enxergamos muito mais que isso e estamos explorando uma série de técnicas de reconhecimento facial e de voz que possam nos ajudar a tornar esse conceito amplo. Tudo pode ser um input para se fazer uma pesquisa na web, como voz, imagem e documentos físicos, como os hashi inteligentes, produto que lançamos ano passado e que, ao ser mergulhado na comida, detecta a qualidade do óleo e do próprio alimento. O nosso buscador tem grandes diferenciais em relação ao que o Google oferece hoje e, inclusive, eles estão correndo atrás para seguir o nosso caminho. O que o Google faz hoje é conectar você à informação. Mas quando alguém digita no buscador o nome de um restaurante de comida chinesa, ele dificilmente quer saber sobre a história dessa empresa. Ele deseja pedir comida. A partir dessa percepção, criamos uma interface e algoritmos que facilitam essa busca. Encurtamos distância entre o usuário e o prestador de serviço. Ao colocar o nome do restaurante, a pessoa consegue especificar a quantidade, horário e o tipo de comida que deseja. A nossa visão é conectar as pessoas aos prestadores de serviços e lincar o mundo on-line do off-line.
Empresas & Negócios - Quais tecnologias são as maiores apostas da empresa para os próximos anos?
Di - Como qualquer gigante de tecnologia, começamos com um produto, o buscador, e depois passamos a ter várias verticais. Somos uma empresa de internet relativamente jovem, fundada em 2000, e estamos em expansão. Antes de o Google tomar a decisão de sair do mercado chinês, em 2010, o nosso buscador tinha 60% de marketshare na China. Hoje, temos 80% só nesse serviço e vivemos uma grande onda de evolução tecnológica. Já somos o maior player de mapas, Big Data e soluções de inteligência artificial da China. Desenvolvemos um carro autônomo e vamos começar a testar em breve nos Estados Unidos, em parceria com a BMW. Também temos um assistente virtual, o Duer, que é como se fosse Siri, da Apple, mas com a grande diferença de conseguir conectar pessoas aos serviços.
Empresas & Negócios - Como tem sido a expansão no Brasil e quais as principais diferenças entre os usuários de internet brasileiros e os chineses?
Di - Temos uma equipe dedicada à operação local, que está trabalhando nas melhorias tecnológicas e na versão brasileira do nosso buscador e em outros serviços. Já disponibilizamos aqui alguns produtos (o foco atual são aplicativos como Photo Wonder, Du Emoji Keyboard e Du Speed Booster). São 27 milhões de usuários brasileiros utilizando os nossos serviços mobile e mais 10 milhões em desktop. Sobre os diferenciais entre os dois países, vemos que os brasileiros são mais exigentes e querem serviços adaptados a sua realidade. Isso foi e continua sendo um desafio para nós.
Empresas & Negócios - A situação política e econômica atual do Brasil preocupa a empresa?
Di - O mercado está sendo muito pessimista com a situação do Brasil. Os investidores estão assustados, e muitos fugiram nesse momento, especialmente os americanos. Agora é o momento de investir no Brasil, não de fugir daqui. O Baidu, que é um dos maiores players de internet do mundo, confia muito no potencial do Brasil. Somos o único grande player chinês de internet presente no País e vamos continuar fazendo um trabalho consistente.
Empresas & Negócios - O Baidu adquiriu o Peixe Urbano e ajudou a empresa de compras coletivas a se reposicionar no mercado. Como foi essa migração do modelo de negócios?
Di - O modelo clássico de compras coletivas morreu mundialmente. Os grandes players dessa área, tanto no Brasil como na China, se transformaram em marketplace de serviços. Trouxemos o nosso expertise para o Peixe Urbano, especialmente o conceito On-line to Off-line (O2O), em que o desafio é fazer com que o tráfego on-line possa alavancar os negócios das empresas no mundo físico. Isso já é realidade na China há pelo menos três anos. O que as empresas brasileiras estão vivenciando agora nós já experimentamos, portanto conseguimos nos antecipar com o Peixe Urbano. Levamos a equipe deles para a China, onde eles receberam treinamento dos novos sistemas de tecnologia e táticas de vendas e marketing. A empresa se transformou em um canal de vendas. Quem entra no site vê que 80% das companhias ali presentes vendem serviços, como na área de alimentação, beleza e pacotes turísticos. O usuário pode comprar o cupom e usar na hora, não precisa esperar fechar uma quantidade mínima de compradores, como acontecia no passado. O Peixe Urbano baixou a comissão, aumentou as vendas, conseguiu garantir uma margem interessante e ainda se transformou em um grande contribuidor para os negócios dos estabelecimentos comerciais tradicionais. Foi uma grande virada, já que, um ano e meio depois dessa aquisição, eles estão faturando 100% mais do que em 2011, na época do boom das compras coletivas.
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