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Empresas & Negócios

- Publicada em 02 de Maio de 2016 às 16:04

Multimeios fortalecem atuação da comunicação corporativa


ANTONIO PAZ/JC
Marina Schmidt
Cada vez mais imprescindível, o alinhamento entre discurso e prática é o pilar de sustentação de um ramo de atuação que tem ganhado evidência em tempos de comunicação multimeios. Caracterizada pelo atendimento a empresas, governos e entidades representativas da sociedade civil, a Comunicação Corporativa cresce na proporção da expansão das diversas plataformas de interação, explica o presidente executivo da Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom), Carlos Henrique Carvalho.
Cada vez mais imprescindível, o alinhamento entre discurso e prática é o pilar de sustentação de um ramo de atuação que tem ganhado evidência em tempos de comunicação multimeios. Caracterizada pelo atendimento a empresas, governos e entidades representativas da sociedade civil, a Comunicação Corporativa cresce na proporção da expansão das diversas plataformas de interação, explica o presidente executivo da Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom), Carlos Henrique Carvalho.
A entidade lançou recentemente a campanha Somos Comunicação Corporativa, para pontuar esse que é mais um segmento da atuação da Comunicação Social. "Somos empresas de comunicação corporativa, e que empregam profissionais de comunicação corporativa", frisa Carvalho. "Essa vai ser a nossa assinatura." A importância de consolidar essa identidade, justifica, está no fato de que a área não se enquadra nos demais ramos da comunicação, mas tem papel imprescindível no diálogo de seus clientes com os mais variados públicos. São gestores de diálogos, administradores de imagem, criadores de ideias, entre uma gama ampla de profissionais que atuam muito mais do campo da criação, da elaboração intelectual do que operacional. "Antes da execução de um trabalho, as ideias foram elaboradas, pensadas, os públicos envolvidos foram ouvidos. É uma comunicação que não é unidirecional. Cada vez mais os processos de comunicação exigem que se ouça demais os públicos com os quais as empresas se relacionam, não por pesquisas, apenas."
JC Empresas & Negócios - Qual é o propósito da campanha Somos Comunicação Corporativa, fortalecer o setor?
Carlos Henrique Carvalho - O fortalecimento já tem ocorrido com o crescimento constante do segmento, que ano a ano cresce acima da economia brasileira. Os dados de 2015 não estão consolidados, mas em 2014 foram R$ 2 bilhões de faturamento em todo o País, em um universo que emprega mais de 15 mil profissionais. Esses especialistas e os empresários do setor convivem, já há algum tempo, com a dificuldade de dizer quem são. Muitos perguntam: é assessoria de imprensa? Não é só isso. Nem tão pouco é relações públicas ou publicidade. O que fazem os profissionais? Quem nos pergunta isso são as nossas mães. Nosso trabalho, muitas vezes, é invisível e intangível, embora ajude muito as organizações a dialogarem com a sociedade - e esse é o centro do trabalho de uma empresa de comunicação corporativa. Intermediamos um diálogo cada vez mais interativo, usando, para isso, uma série de ferramentas, entre elas a assessoria de imprensa, mas ainda tem os eventos, mídias sociais, relacionamento com comunidade, relacionamento com investidores, comunicação interna, campanhas de mobilização social, enfim, uma série de serviços que são prestados por quem? Essa é a pergunta. Aí, não é jornalista, não é relações públicas, não é publicitário, é tudo isso.
Empresas & Negócios - Há uma integração dessas áreas...
Carvalho - As pesquisas que realizamos mostram uma tendência de alinhamento com o que se faz no exterior em termos de composição de equipes. Hoje, empresas de comunicação nacionais têm 52% dos seus profissionais formados em jornalismo, os outros 48% representam uma diversidade enorme, com mais de 30 formações diferentes: tem relações públicas, administrador, psicólogo, muita gente de relações internacionais (é bastante significativa a participação desses profissionais no nosso setor).
Empresas & Negócios - O que leva a essa abrangência?
Carvalho - Ao propor soluções de comunicação e de diálogo com públicos diversificados, é preciso entender muito bem o que faz aquele cliente, qual é a essência do negócio dele e qual é a necessidade de relacionamento que ele tem e com quais públicos. E, ao entender isso, é preciso propor estratégias que não são resumidas a processos de comunicação via imprensa, que é o serviço de assessoria de imprensa, o mais dominante. A multidisciplinaridade é um fato. É crescente, mas ainda está abaixo do que deveria ser. Nos mercados internacionais, na verdade, a formação do profissional é o menos importante. O que se leva em conta é o que se sabe fazer, as habilidades que traz do background acadêmico e as experiên cias anteriores.
Empresas & Negócios - No Brasil a formação ainda conta muito?
Carvalho - Já começa a contar menos. Hoje, o que se busca é a função, seja um gestor de diálogos, bom mediador de conflitos, gerenciador de crises. Se um advogado é bom nisso, não quer advogar e tem mais pendor para trabalhar com a comunicação, pode ser aproveitado pela empresa. Só que esses profissionais precisam de parâmetros éticos e de uma uniformidade e unicidade em suas atividades, e de identidade, de orgulho. Acredito que trabalhamos para pertencer a alguma profissão - ainda mais em atividades que têm caráter predominantemente intelectual, é natural querer assinar como tal profissional. Mas há uma abrangência grande de profissões no nosso segmento. Psicólogos estão vindo para o setor também, principalmente psicólogos sociais, especializados em conhecimento comportamento de massa, de grupos, relações de consumo. É um setor já multidisciplinar. Atualmente, 48% de profissionais com formações diversas e 52% formados em Jornalismo. Nossa projeção é que, em mais 10 anos, essa relação se inverta e a tenhamos menos jornalistas, profissionais formados nessa área, embora seja um perfil profissional interessante para as empresas. As organizações vão continuar buscando jornalistas, mas vão querer ampliar o leque.
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