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Opinião

- Publicada em 16 de Março de 2016 às 17:49

Ex-presidente na Casa Civil é medida impopular

O que parecia uma possibilidade distante acabou sendo posta no intricado e imprevisível jogo da política. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi nomeado ministro-chefe da Casa Civil, o que inaugura uma espécie de regime parlamentarista que não ousa dizer o nome no Brasil. Teremos a presidente Dilma Rousseff (PT) no cargo máximo e Lula abaixo dela organizando as votações no Congresso e tentando fazer a blindagem política para tentar evitar o cada vez mais próximo processo de impeachment da presidente Dilma.
O que parecia uma possibilidade distante acabou sendo posta no intricado e imprevisível jogo da política. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi nomeado ministro-chefe da Casa Civil, o que inaugura uma espécie de regime parlamentarista que não ousa dizer o nome no Brasil. Teremos a presidente Dilma Rousseff (PT) no cargo máximo e Lula abaixo dela organizando as votações no Congresso e tentando fazer a blindagem política para tentar evitar o cada vez mais próximo processo de impeachment da presidente Dilma.
Irritado, segundo ele, com o interrogatório na Polícia Federal e acuado pela transferência do pedido de prisão do Ministério Público de São Paulo para o juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba, Lula poderá tanto ser um sucesso - o que parece cada vez mais difícil - ou representar o popular "abraço dos afogados" de um governo que acumulou erros em demasia.
Com Lula, que chega anunciando uma guinada à esquerda, o uso das reservas cambiais para fazer reais e, com eles, investir na infraestrutura desenha-se um desastre anunciado. Tal política, ensinam os economistas, faria a nossa moeda se sobrevalorizar, faciliar as importações e, depois, provocar ainda mais inflação. A presidente Dilma, ao menos oficialmente, descartou o uso das reservas. Certos políticos, contudo dizem o que vão fazer e em seguida fazem o contrário.
Os rumores sobre novos nomes para o Banco Central e Ministério da Fazenda foram descartados pela presidente. Ela garante que não mexerá na equipe econômica. Não parece a intenção de Lula, porém. Para a tal guinada à esquerda, sem dúvida trocará os atuais operadores da economia. O que parece não estar nos cálculos do governo é o tamanho da inquietação social do País. As manifestações de 13 de março foram apenas a prova da forte insatisfação.
A continuar o atual cenário, sem mudanças significativas em resposta às ansiedades brasileiras, os protestos se sucederão e cada um será maior do que o anterior. No início da noite desta quarta-feira, os protestos espalharam-se pelas capitais brasileiras. Na prática, o simulacro de parlamentarismo não esconde que a presidente Dilma será a governante, mas quem mandará de fato será o "primeiro-ministro" Lula.
Nesta sexta-feira, os apoiadores da presidente querem tomar as ruas, "contra o golpe", segundo setores alinhados ao PT, casos do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). A julgar pelas pesquisas sobre o governo, a convocação pode voltar-se contra o próprio governo. Haverá militantes nas ruas, sem dúvida. Serão em número suficiente para satisfazer o Planalto? As bases do PT repudiam, desde sempre, reformas na Previdência, nas leis trabalhistas e abominam a volta da CPMF, como pretendido pela equipe econômica de Nelson Barbosa. Joaquim Levy, também na Fazenda, teve o seu "prazo de validade" expirado justamente pelo ex-presidente Lula. Ora, então estas propostas, talvez as únicas a garantir a recuperação da economia serão definitivamente arquivadas. Os apoiadores de Lula querem é mais consumo, mesmo que isso represente o rombo final nas contas públicas, por meio de isenções fiscais e crédito subsidiado.
Porém, a tese de que, como ministro, Lula terá foro privilegiado e, assim, ficará mais distante de um pedido de prisão é algo duvidoso. O processo será mais demorado, mas é possível ocorrer e já na última instância, aí não terá mais recursos. Enfim, entrelinhas de um País que geme com inflação alta, desemprego em massa e poucas ou nenhuma solução para estes problemas.
 
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