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Balanços

- Publicada em 21 de Março de 2016 às 21:35

Petrobras registra prejuízo recorde de R$ 34,8 bilhões no ano passado

 PLATAFORMA P-61 E P-63 NO CAMPO DE PAPA TERRA NO EXTREMO SUL DA BACIA DE CAMPOS FOTO AGÊNCIA PETROBRAS

PLATAFORMA P-61 E P-63 NO CAMPO DE PAPA TERRA NO EXTREMO SUL DA BACIA DE CAMPOS FOTO AGÊNCIA PETROBRAS


AGÊNCIA PETROBRAS/DIVULGAÇÃO/JC
A Petrobras fechou 2015 com prejuízo de R$ 34,836 bilhões, com forte impacto dos efeitos da queda do preço do petróleo em suas operações. O resultado reflete a baixa de R$ 49,748 bilhões no valor dos ativos da empresa decorrente da nova realidade de preços e do aumento do risco-Brasil, em função da perda do grau de investimento.
A Petrobras fechou 2015 com prejuízo de R$ 34,836 bilhões, com forte impacto dos efeitos da queda do preço do petróleo em suas operações. O resultado reflete a baixa de R$ 49,748 bilhões no valor dos ativos da empresa decorrente da nova realidade de preços e do aumento do risco-Brasil, em função da perda do grau de investimento.
A perda representa um aumento de 61% com relação ao prejuízo de R$ 21,587 bilhões de 2014. Naquele trimestre, a empresa promoveu baixas contábeis por perdas causadas pelo esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.
No quarto trimestre, a Petrobras teve prejuízo de R$ 36,938 bilhões. No mesmo período do ano anterior, a perda foi de R$ 26,600 bilhões. É neste trimestre que se concentram as baixas de ativos feitas pela empresa nos dois anos.
O preço médio do petróleo caiu de US$ 98,99, em 2014, para US$ 52,46 em 2015, o que levou a companhia a rever o valor de seus ativos. A baixa de ativos se concentrou em projetos de exploração e produção de petróleo, que responderam por R$ 33,7 bilhões do total de perdas. Apenas a revisão do projeto Papa-Terra, na Bacia de Campos, representou baixa de R$ 8,7 bilhões. Isso significa que a Petrobras espera, hoje, ter menos receita futura com os projetos. Houve baixas também no valor do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), de R$ 5,3 bilhões, e nas unidades de fertilizantes com obras paralisadas, de R$ 2,6 bilhões.
Em 2014, a empresa já havia reconhecido perdas de R$ 45,4 bilhões no valor de seus ativos, mas concentradas na área de abastecimento, que foi mais atingida pelo esquema de corrupção investigado pela Lava Jato. No ano de 2015, além dos preços do petróleo, houve revisão nas taxas de desconto utilizadas para calcular o valor atual dos investimentos, que foi elevada em decorrência do risco-Brasil. Isto é, quanto maior o risco, maior o custo para financiar os projetos e, consequentemente, menor o retorno esperado.
A política de corte de gastos e investimentos levou a empresa a fechar o primeiro ano com fluxo de caixa positivo desde 2007. Em 2015, a Petrobras arrecadou R$ 15,626 bilhões a mais do que gastou. "É um recurso que sobra para amortização de dívida", disse Mario Jorge da Silva, gerente executivo de desempenho operacional da companhia, em apresentação para detalhar o resultado.
A empresa fechou o ano com uma dívida de R$ 492,849 bilhões, aumento de 40% em relação à posição da dívida no final de 2014, refletindo principalmente a desvalorização do real durante o ano. No período, reduziu em 5% o endividamento em dólar e conseguiu alongar o prazo médio de pagamento de sua dívida de 6,1 para 7,14 anos. O custo da dívida, porém, subiu de 5,6% para 6,3% ao ano. Silva disse que, sem considerar as baixas de ativos e o reconhecimento de passivos tributários e dívidas do setor elétrico, o resultado operacional da companhia seria positivo em R$ 13,6 bilhões em 2015.
A queda nos preços do petróleo levou a área de exploração e produção da companhia a um prejuízo de R$ 17,938 bilhões no ano, contra um lucro de R$ 50,328 bilhões em 2014. Já a área de abastecimento, responsável pelas vendas de combustíveis, teve um lucro de R$ 25,438 bilhões, revertendo um prejuízo de R$ 58,776 bilhões.
 

Estatal recuperou R$ 300 milhões desviados por corrupção, afirma Bendine

O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, afirmou ontem que a empresa recuperou R$ 300 milhões desviados por corrupção e que a companhia trabalha para recuperar ainda mais dinheiro desviado. Em meio ao prejuízo recorde da empresa em 2015, o executivo também disse que não haverá distribuição de dividendos. "Não haverá pagamento de participação em lucro", revelou.
A respeito de investimentos, afirmou que provavelmente haverá uma pequena redução em 2016, mas que a companhia continua investindo pesadamente. "Não há número fechado de investimento de 2016", disse. O presidente da companhia também afirmou que a empresa vive "surpreendendo analistas".
Bendine afirmou também que a previsão de desinvestimentos da companhia para este ano, de
US$ 14,4 bilhões, está mantida. De acordo com o executivo, as negociações estão em ritmo bastante intensos. "Os ativos têm demonstrado procura forte, alguns estão já em fase final de negociação", afirmou Bendine, que destacou que a empresa busca não vender nenhum ativo que não seja pelo seu real valor.
O presidente da Petrobras afirmou ainda que a estatal tem capacidade de caixa para honrar compromissos até o final de 2017 sem necessidade de captações. Segundo Bendine, se houver janela de oportunidade para alongar prazo e reduzir custo, a empresa pode fazer, mas isso não está no radar agora.
Bendine disse ainda que vai levar os nomes da nova diretoria ao conselho de administração, na próxima reunião, dia 30. Com a extinção da diretoria de Gás e Energia, o futuro do executivo da área, Hugo Repsold, não está definido.
Bendine evitou dar opinião sobre o momento político da empresa. Ele disse que, independentemente do cenário atual, a diretoria da empresa continua "tocando a vida com foco no imaginado", referindo-se ao esforço em melhorar as condições operacionais e financeiras da companhia.