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Economia

- Publicada em 10 de Março de 2016 às 09:49

Banco Central projeta inflação acima do centro da meta em 2016 e 2017

Agência Estado
A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada nesta quinta-feira (10) informou que a projeção de inflação da instituição no cenário de referência aumentou ante a ata passada e se situa acima do centro da meta para 2016. O BC não divulga qual a taxa prevista na ata, mas no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro a autoridade monetária revelou que a estimativa estava em 6,2% para o fim deste ano pelo cenário de referência.
A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada nesta quinta-feira (10) informou que a projeção de inflação da instituição no cenário de referência aumentou ante a ata passada e se situa acima do centro da meta para 2016. O BC não divulga qual a taxa prevista na ata, mas no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro a autoridade monetária revelou que a estimativa estava em 6,2% para o fim deste ano pelo cenário de referência.
No RTI, a probabilidade estimada pela instituição de a inflação ultrapassar o limite superior da meta em 2016 subiu de 20% para 41% para esse cenário. Uma nova edição desse documento está prevista para o fim deste mês.
No caso em que o BC usa variáveis de mercado para desenhar seu cenário, a estimativa da autoridade monetária também aumentou, continuando acima do centro da meta. No RTI, por esses mesmos parâmetros, a previsão do BC estava em 6,3% para este ano. No mesmo documento, a chance de estouro da meta neste caso foi calculada em 43% pela autoridade monetária ante 22% da edição anterior.
O documento traz o detalhamento sobre a decisão da semana passada de manter, pela quinta vez consecutiva, a taxa básica de juros em 14,25% ao ano.
A decisão, pela terceira vez seguida, não foi unânime (6x2), com membros do colegiado votando pela alta imediata da Selic em 0,50 ponto porcentual. A meta é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e está em 4,5% para 2016 e 2017. Em 2017, a margem de tolerância será reduzida dos atuais 2 pontos porcentuais (pp) para cima ou para baixo para 1,5 pp.
No Relatório de Mercado Focus da última segunda-feira, a mediana das estimativas dos analistas para o IPCA de 2016 subiram para 7,59%. No caso do Top 5, a mediana das expectativas para a inflação do ano se situou em 7,95%.
A ata desta quinta ressalta que o cenário de referência leva em conta um taxa de câmbio em R$ 3,95 e Selic em 14,25% ao ano. No documento anterior, o BC trabalhava com a cotação do dólar em R$ 4,00. Já o cenário de mercado considera estimativas para câmbio e juros de analistas de mercado às vésperas do encontro da diretoria para definir o rumo da Selic.
Na previsão para a inflação em 2017, o Banco Central retirou o termo "ligeiramente" que estava na ata anterior, ao se referir ao IPCA acima da meta no ano que vem.
O Copom informou que sua expectativa para a inflação de 2017 subiu no cenário de referência e segue acima da meta de 4,5%. No caso do cenário de mercado, a projeção da autoridade monetária para o ano aumentou e também fica acima do centro da meta, sem usar o termo "ligeiramente".
No RTI de dezembro, o BC informou que sua previsão para o IPCA de 2017 estava em 4,8% no cenário de referência e em 4,9% no de mercado. Nesse mesmo documento, a autoridade monetária admitiu que a chance de estouro da meta era de 20% no primeiro caso e de 21%, no segundo. Nova edição do RTI está prevista para o fim deste mês.
O BC mantém o discurso de que a inflação convergirá para o centro da meta no ano que vem e que, em 2016, deverá se situar entre o centro (4,5%) e o teto (6,5%) estipulado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O teto em 2017 é menor, de 6,00%.

Ata retira avaliação de que incertezas externas se ampliaram

A ata do Copom retirou o termo "ampliaram" ao se referir às incertezas com o cenário externo. Agora, o documento diz que as incertezas externas estão mantidas. Foi o cenário externo, com efeito desinflacionário, que fez o BC manter a taxa de juros no mesmo patamar na reunião da semana passada.
Como argumentos para a decisão de manter a taxa em 14,25% ao ano, a ata informa que o colegiado considera que remanescem incertezas associadas ao balanço de riscos, principalmente, quanto ao processo de recuperação dos resultados fiscais e sua composição, ao comportamento da inflação corrente e das expectativas de inflação.
Ressalta, ainda, que estão mantidas as incertezas em relação ao cenário externo, com destaque para a preocupação com o desempenho da economia chinesa e seus desdobramentos e com a evolução de preços no mercado de petróleo.
O placar da decisão ficou, pela terceira vez, em 6 votos pela manutenção da taxa, contra 2 votos que defendem uma alta de 0,5 p.p.
Votaram pela elevação o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural, Sidnei Marques, e o diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, Tony Volpon.
O grupo majoritário, que votou pela manutenção da taxa Selic em 14,25% ao ano, afirmou que incertezas internas e externas justificam continuar monitorando a evolução do cenário macroeconômico para, então, definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária.
O grupo minoritário, segundo a ata, argumentou que seria oportuno ajustar, de imediato, as condições monetárias, de modo a reduzir os riscos de não cumprimento dos objetivos do regime de metas para a inflação, reforçar o processo de ancoragem das expectativas inflacionárias e contribuir para deter a alta das projeções de inflação.
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