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Economia

- Publicada em 02 de Março de 2016 às 18:47

Casa dos Ventos admite assumir ativos da Abengoa, mas vê receita como entrave

Agência Estado
A Casa dos Ventos, que possui um dos maiores portfólios de projetos eólicos do País, se ofereceu para assumir, em consórcio com outros potenciais investidores, algumas das linhas de transmissão da Abengoa. A empresa se colocou à disposição do governo para "fazer parte da solução" para os ativos da empresa espanhola, que paralisou suas atividades no Brasil devido a dificuldades financeiras que a levaram ao processo de pré-recuperação judicial na Espanha.
A Casa dos Ventos, que possui um dos maiores portfólios de projetos eólicos do País, se ofereceu para assumir, em consórcio com outros potenciais investidores, algumas das linhas de transmissão da Abengoa. A empresa se colocou à disposição do governo para "fazer parte da solução" para os ativos da empresa espanhola, que paralisou suas atividades no Brasil devido a dificuldades financeiras que a levaram ao processo de pré-recuperação judicial na Espanha.
A desenvolvedora de projetos eólicos participou de reunião com o Ministério de Minas e Energia, juntamente com outras geradoras de energia, e mostrou áreas mapeadas para futuros projetos eólicos que seriam impactados pela paralisação dos projetos da Abengoa. Entre as obras interrompidas pela espanhola está uma linha, prevista para entrar em operação em agosto próximo, que deve ser utilizada para conectar 1,2 MW da Casa dos Ventos. A empresa ainda possui projetos para mais 1,2 MW na região. "Nos dispusemos a fazer parte da solução, tentar colaborar, porque temos bons projetos lá e é uma das linhas mais avançadas da Abengoa", disse o diretor de Desenvolvimento de Projetos da empresa, Lucas Araripe.
Segundo ele, para assumir esse e potenciais outros ativos de interesse da empresa, seria necessária uma flexibilização dos contratos, para uma elevação da Receita Anual Permitida (RAP). "Todas as empresas transmissoras que avaliaram, nenhuma, nem chinesa, disse que queria assumir", disse.
O chefe de project finance do Santander, Diogo Berger, lembrou que quando a Abengoa participou e venceu os leilões, em 2013, 2014, o contexto macroeconômico era outro, com outro nível de taxa de juros, e a empresa disputou lotes importantes sozinha, oferecendo grandes descontos. "Por que alguém agora, em um contexto pior, vai assumir aqueles compromissos, ainda precisando fechar contrato de EPC, assumindo que não é uma construtora. O governo tem um problema", disse. Araripe lembrou que as empresas espanholas atuantes no setor de transmissão brasileiro, como a Abengoa, têm foco na construção para a captura do retorno.
"O governo está ciente que terá que passar por alguma flexibilização de tarifa ou RAP", afirmou Araripe. "Se for pelo rito regulatório, vai ser muito complicado esperar caducar, a Aneel entrar... Então estão tentando buscar uma solução", completou.
Na terça-feira, 1, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse que há dois grupos estrangeiros interessados nos ativos da Abengoa no País, um deles seria a chinesa State Grid, que confirmou ter interesse nos ativos, mas disse que não fez uma proposta formal.
"O que nós queremos é que a proposta que seja colocada para nós seja uma proposta viável. Estamos estudando e conversamos com dois interessados, que efetivamente manifestaram interesse, e estamos analisando se as propostas são viáveis e firmes no sentido de viabilizar a entrega das concessões no prazo estabelecido", afirmou o ministro.
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