Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Gestão

- Publicada em 03 de Março de 2016 às 08:36

Divergência acirra disputa na Federasul

A inédita disputa ao comando da Federasul, entre Simone Leite e Paulo Afonso Pereira, quase foi abortada nessa semana com a decisão da empresária de não inscrever sua chapa ao comando da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA - filiada e principal mantenedora da Federação, que realiza eleição simultânea). Com a desistência, o caminho ficaria livre para Pereira conquistar a Associação, enquanto Simone disputaria como candidata única a presidência da Federasul. Este arranjo chegou a ser proposto por Pereira quando as duas candidaturas foram lançadas, mas Simone não concordou na época. Agora, quem não concorda é Pereira, que se mantém firme na disputa pelas duas entidades. Na prática, se nada mudar, a Associação terá um candidato (Pereira) e a Federasul dois (Pereira e Simone).
A inédita disputa ao comando da Federasul, entre Simone Leite e Paulo Afonso Pereira, quase foi abortada nessa semana com a decisão da empresária de não inscrever sua chapa ao comando da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA - filiada e principal mantenedora da Federação, que realiza eleição simultânea). Com a desistência, o caminho ficaria livre para Pereira conquistar a Associação, enquanto Simone disputaria como candidata única a presidência da Federasul. Este arranjo chegou a ser proposto por Pereira quando as duas candidaturas foram lançadas, mas Simone não concordou na época. Agora, quem não concorda é Pereira, que se mantém firme na disputa pelas duas entidades. Na prática, se nada mudar, a Associação terá um candidato (Pereira) e a Federasul dois (Pereira e Simone).
Conforme Pereira, a tentativa de chegar a um consenso já tinha sido feita. "Mas, agora que a nossa candidatura está posta, que os compromissos estão firmados, que o trabalho está feito, não existe mais, da minha parte, a intenção de retirar (a candidatura à Federasul)." O empresário acrescenta que sua candidatura não lhe "pertence mais", sendo um projeto de grupo. Como justificativa para não concorrer mais à presidência da ACPA, Simone cita a necessidade de atenção plena a uma das atividades. "Eu entendo que para fazermos um bom trabalho na Federasul temos que ter um presidente que se dedique com um foco na Federação e outro na ACPA", afirma.
Se não houver reviravolta, essa será a primeira disputa entre dois candidatos pela presidência da Federasul e também a primeira vez que a Federação e a ACPA poderão ter presidentes distintos. O colégio eleitoral da ACPA é o Conselho Superior da instituição, que possui 37 membros. Já o colégio eleitoral da Federasul, também composto pelo Conselho Superior da entidade, possui 56 membros. A votação será secreta e o prazo para inscrição de chapas finda dia 29. Procurado pelo Jornal do Comércio, o presidente da Federasul, Ricardo Russowsky, preferiu não se manifestar sobre as candidaturas.
Apesar de não chegarem a um acordo e de, provavelmente, serem adversários nas eleições dos dias 12 e 13 de abril (ACPA e Federação, respectivamente), os candidatos, ambos vice-presidentes da Federasul, dizem ter um bom diálogo entre si. Pereira, com 69 anos de idade, foi presidente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) e diretor de Senai e Senac. Hoje, preside a empresa Paulo Afonso Pereira Propriedade Intelectual. Já Simone, com 38 anos, formada em História e Administração, é diretora da companhia Urano, exerceu a presidência da CIC de Canoas e foi titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do mesmo município, além de ter concorrido ao Senado.

As propostas de Pereira

 Entrevista com candidato a presidência da Federasul    na foto: Paulo Afonso Pereira

Entrevista com candidato a presidência da Federasul na foto: Paulo Afonso Pereira


ANTONIO PAZ/JC
  • Fortalecimento e robustez financeira de todas as associações comerciais.
  • Agregar mais empresários à ACPA e Federasul.
  • Formação de lideranças comerciais no Interior do Estado.
  • Cuidado com o meio ambiente.
  • Integração estadual, com as eleições de todas as associações comerciais sendo feitas no mesmo período (objetivo é não ter desencontro de mandatos, permitindo uma maior continuidade de planejamento).

As propostas de Simone

 entrevista com a candidata à presidência da Federasul Simone Leite

entrevista com a candidata à presidência da Federasul Simone Leite


MARCELO G. RIBEIRO/JC
  • Ampliação da atuação empresarial, promovendo o associativismo e o empreendedorismo.
  • Ação político-empresarial, com presença nas discussões importantes para a sociedade.
  • Reforçar as Associações Comerciais e Industriais filiadas à Federasul, com elaboração de produtos e serviços para garantir a sustentabilidade financeira.
  • Autonomia de posicionamento, independentemente de governos ou partidos políticos.
  • Foco na gestão interna da Federasul.

Identificação e posicionamento político distinguem os concorrentes aos cargos das instituições

Entre as diferenças dos candidatos à Federasul é possível citar a questão política. Enquanto Simone Leite já concorreu ao Senado, em 2014, pelo Partido Progressista (PP), Paulo Afonso Pereira diz não ter aspirações nessa área e não possui filiação partidária. "Eu não tenho projeto político, eu tenho um projeto de gestão, de fazer a Federasul continuar com a sua independência e credibilidade", afirma Pereira. O empresário acrescenta que é notório que a sua oponente possui um projeto político. Simone argumenta que participar da política partidária é uma condição importante para quem é líder empresarial e precisa dialogar com os meios políticos. "Hoje, a Simone da Federasul (referência a si mesma) ocupou um espaço político, fizemos um trabalho de política empresarial dentro da Federasul, fomos reconhecidos e aí convidados para fazer parte da política partidária", comenta a dirigente.
Apesar da diferença da inserção pessoal no campo político, Simone e Pereira concordam com a relevância do relacionamento com essa área. A dirigente sustenta que é fundamental a Federasul ter participação efetiva dentro da Assembleia Legislativa, não no momento em que uma proposta de lei vai ser discutida em plenário, mas antes. Essa ideia está alinhada com uma das propostas de Pereira, que é a implantação de uma assessoria parlamentar, dentro da Assembleia, para acompanhar o trabalho diário da Casa. Esse profissional trataria com deputados e funcionários para que, quando houver a intenção de um parlamentar em levar adiante uma iniciativa que possa interferir na atividade comercial, o assunto seja melhor debatido previamente.