Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Geral

- Publicada em 11 de Fevereiro de 2016 às 22:10

Ministério Público investigará casos de pacientes acomodados no chão em postões

Pacientes psiquiátricos são colocados em cima de cobertores no piso

Pacientes psiquiátricos são colocados em cima de cobertores no piso


SIMERS/DIVULGAÇÃO/JC
Isabella Sander
O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) entregou, nesta quinta-feira, ao Ministério Público do Estado (MP-RS), uma denúncia sobre o caso de pacientes psiquiátricos acomodados em colchonetes, sofás e até no chão dos postões das vilas IAPI e Cruzeiro do Sul. A situação será averiguada pelo procurador-geral de Justiça, Marcelo Dornelles, junto à Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos de Porto Alegre.
O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) entregou, nesta quinta-feira, ao Ministério Público do Estado (MP-RS), uma denúncia sobre o caso de pacientes psiquiátricos acomodados em colchonetes, sofás e até no chão dos postões das vilas IAPI e Cruzeiro do Sul. A situação será averiguada pelo procurador-geral de Justiça, Marcelo Dornelles, junto à Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos de Porto Alegre.
As más condições de atendimento ocorrem quando há superlotação nos serviços de emergência psiquiátrica. Em visita realizada em janeiro, a entidade verificou, na Vila Cruzeiro, 24 pessoas sendo atendidas em um espaço com 14 leitos - as dez pessoas restantes foram acomodadas em cima de cobertores no chão. Na unidade do IAPI, há 15 leitos e, no momento da vistoria, dez pessoas a mais sendo atendidas em leitos de observação improvisados em macas, cadeiras e sofás.
Segundo o presidente do Simers, Paulo de Argollo Mendes, a denúncia foi entregue diretamente ao procurador-geral da Justiça, ao invés de ser levada, como de praxe, à área de saúde e direitos humanos. "Fizemos isso porque consideramos a questão muito grave. Desta vez, estamos diante de uma situação nova, que não representa apenas o desrespeito à saúde, mas também espezinha a dignidade humana. Em todos esses anos atuando no Sistema Único de Saúde (SUS), eu nunca tinha visto uma coisa dessas. Cruzou-se outra fronteira", pondera.
Uma alternativa apontada pela entidade é encaminhar os pacientes internados para o Hospital Parque Belém (HPB), que dispõe de 40 leitos psiquiátricos vazios, sendo 20 deles prontos para uso. "A Promotoria de Direitos Humanos se comprometeu a marcar, em breve, uma reunião com o diretor do HPB para buscar uma mediação. Hoje, a prefeitura não manda os pacientes para o hospital e os deixa deitarem no chão devido a um desentendimento entre o município e a instituição de saúde", critica Argollo.
O presidente do Simers defende que a prefeitura declare estado de calamidade pública na área da saúde, ponha o hospital sob intervenção, afaste a administração atual e abra os leitos com sua própria administração. "Estamos pedindo ao nosso setor jurídico para estudar a possibilidade de responsabilizar, criminal e pessoalmente, o prefeito José Fortunati por esse episódio. A prefeitura tem a obrigação de intervir no HPB, abrir esses leitos e colocar os pacientes nos leitos ociosos", destaca.
Outra questão apontada por Argollo é a atuação, hoje, dos postos de saúde como hospitais clandestinos. "Os leitos existentes nessas unidades de saúde são, supostamente, para observação, em casos nos quais o médico tem dúvida sobre se precisa encaminhar o paciente para uma internação em hospital ou consegue medicá-lo, tirá-lo do surto e devolvê-lo à família para seguir tratamento em ambulatório. Entretanto, atualmente, são usados para internação, o que transforma o posto em um hospital clandestino", ressalta.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO