A mediana da inflação esperada pelos consumidores nos próximos 12 meses ficou em 11,4% em fevereiro, informou ontem a Fundação Getulio Vargas (FGV), que divulgou o Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores. É o quarto mês de alta do índice, e o patamar representa um novo recorde histórico na série, iniciada em setembro de 2005. Em janeiro, o indicador estava em 11,3%.
"O resultado de fevereiro indica que a expectativa de inflação dos consumidores estabilizou no patamar de 11%", disse o economista Pedro Costa Ferreira, pesquisador da FGV. "Tal resultado pode ser explicado pelo IPCA nos últimos 12 meses (10,71%) e pelo aumento dos preços de transportes e alimentação e gastos com educação", completa Ferreira.
Segundo a instituição, 60,2% dos consumidores preveem inflação acima de dois dígitos nos 12 meses a partir de fevereiro, menos do que em janeiro (61,2%). Porém, quase metade deste contingente aposta em taxas acima de 12%, fatia que avançou no período. Apenas 3,4% acreditam em uma inflação que se restrinja à meta perseguida pelo governo, cujo teto é 6,5% ao ano.
Por faixas de renda, as famílias com ganhos mensais de até
R$ 2,1 mil são as mais pessimistas em relação à inflação e determinaram a piora neste mês. A expectativa para os preços saltou de 11,6% em janeiro para 12,0% em fevereiro.
Outro aumento foi observado entre consumidores com ganhos de R$ 4,8 mil a R$ 9,6 mil mensais. Para eles, a expectativa saiu de 11,1% em janeiro para 11,2% neste mês. Entre quem ganha mais que esse valor, a expectativa ficou estável em 11,0%. Na faixa 2 (R$ 2,1 mil até R$ 4,8 mil mensais), a projeção recuou de 11,8% para 11,4%.
O Indicador de Expectativas Inflacionárias dos Consumidores é obtido com base em informações coletadas no âmbito da Sondagem do Consumidor da FGV, que coleta mensalmente informações de mais de 2,1 mil brasileiros em sete das principais capitais brasileiras.