A empresa do ramo tabagista Souza Cruz anunciou, nesta quinta-feira (4), o encerramento da produção de cigarros que é feita na unidade existente em Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O Centro de Desenvolvimento de Produtos da empresa, que funciona no mesmo local, será mantido.
Dos 240 funcionários da fábrica, 190 serão demitidos e outros 50 realocados. Em nota oficial, a companhia justificou o ato em razão "do crescimento desenfreado do contrabando e da alta carga tributária".
Na nota, a Souza Cruz destaca que, nos últimos quatro anos, o IPI sobre cigarros aumentou 110%, chegando a 140% de ajuste nas marcas de menor preço. Na última semana, houve novo ajuste de 14% na alíquota do imposto, sendo 7% em maio e 7% em dezembro. Conforme a empresa, a carga tributária chegará a 80% do valor de cada maço e tem impacto direto no valor de venda dos produtos, o que incentiva os consumidores a buscar o mercado ilegal - 31% do mercado total no País, chegando a 43,3% no Rio Grande do Sul.
Entre 2011 e 2014, o volume comercializado pelo contrabando, segundo a companhia, teria dado um salto de 39,4%, o que representa 9,3 bilhões de cigarros, cerca de 75% da produção anual da fábrica de Cachoeirinha.