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Teatro

- Publicada em 11 de Fevereiro de 2016 às 22:31

Duplo vendaval: do clima e da dupla Nico-Hique

Eram tradicionais, ao longo de 30 anos, nesta época, os espetáculos que ocorriam no Theatro São Pedro, anualmente renovados, sob a denominação de Tangos e tragédias. Com a morte de Nico Nicolaiewsky, houve, evidentemente, para além do choque da perda, a interrupção do que se tornara uma verdadeira tradição da cidade. Neste ano, contudo, ocorreu uma tentativa de retomada, promovendo-se uma espécie de balanço, homenagem e indicação de um novo caminho. Isso tudo ocorreu com o comando do parceiro de Nico, Hique Gomez, da atriz Márcia do Canto, viúva de Nico, do sempre amigo Cláudio Levitan e de um grupo de artistas que resolveu dar prosseguimento à saga da Sbórnia, através de dois espetáculos. Nico - A grande atração, que tinha a presença de Fernanda Takai, da própria Márcia do Canto, Cláudio Levitan, Fernando Pezão, Nina Nicolaiewsky - filha do artista falecido - Pedro Verissimo e Arthur de Faria, numa verdadeira homenagem de amigos e conhecidos de Nico, numa espécie de reencontro divertido - como ele certamente gostaria que fosse - e que, além de mostrar o talento de Nina, aproximou artistas que raramente veríamos juntos, como Pedro Verissimo e Fernanda Takai, todos irmanados no sentido de celebrar Nico e sua arte, sua herança e, sobretudo, o caminho por ele (desco)aberto. Muitos momentos foram alegres, outros foram profundamente emocionantes e emocionados. De certo modo, pode-se dizer que Nico estava entre todos, presente, naquele palco e em meio à plateia, durante as três noites de espetáculo, que reuniu os mais fiéis e convictos admiradores de Nico.
Eram tradicionais, ao longo de 30 anos, nesta época, os espetáculos que ocorriam no Theatro São Pedro, anualmente renovados, sob a denominação de Tangos e tragédias. Com a morte de Nico Nicolaiewsky, houve, evidentemente, para além do choque da perda, a interrupção do que se tornara uma verdadeira tradição da cidade. Neste ano, contudo, ocorreu uma tentativa de retomada, promovendo-se uma espécie de balanço, homenagem e indicação de um novo caminho. Isso tudo ocorreu com o comando do parceiro de Nico, Hique Gomez, da atriz Márcia do Canto, viúva de Nico, do sempre amigo Cláudio Levitan e de um grupo de artistas que resolveu dar prosseguimento à saga da Sbórnia, através de dois espetáculos. Nico - A grande atração, que tinha a presença de Fernanda Takai, da própria Márcia do Canto, Cláudio Levitan, Fernando Pezão, Nina Nicolaiewsky - filha do artista falecido - Pedro Verissimo e Arthur de Faria, numa verdadeira homenagem de amigos e conhecidos de Nico, numa espécie de reencontro divertido - como ele certamente gostaria que fosse - e que, além de mostrar o talento de Nina, aproximou artistas que raramente veríamos juntos, como Pedro Verissimo e Fernanda Takai, todos irmanados no sentido de celebrar Nico e sua arte, sua herança e, sobretudo, o caminho por ele (desco)aberto. Muitos momentos foram alegres, outros foram profundamente emocionantes e emocionados. De certo modo, pode-se dizer que Nico estava entre todos, presente, naquele palco e em meio à plateia, durante as três noites de espetáculo, que reuniu os mais fiéis e convictos admiradores de Nico.
Na segunda semana, Hique Gomez comandou mais decididamente o espetáculo Kraunus e convidados, em mais uma hora e meia. Se, no primeiro trabalho, havia um cuidado muito especial com o cenário e os efeitos especiais, sobretudo das luzes, neste segundo o cenário ficou simplificado, e a iluminação ganhou maior relevo, com efeitos especiais, buscando valorizar o sentido das composições apresentadas, parte delas ainda tiradas do acervo e do baú do antigo conjunto, relembrando inclusive o filme de longa-metragem, de animação, que foi produzido com base no espetáculo teatral.
O resultado, com a presença de novos parceiros, como Simone Rasslan, foi o indicativo dos caminhos que começam a ser abertos pelo grupo. Hique Gomez, como se disse, comandou o trabalho, repartindo o espaço com Simone, que esteve ao piano e que igualmente tem larga experiência de palco e de shows mais criativos e dinâmicos do que simples concertos musicais. Simone perdeu a parceira Adriana Marques, com quem criara o excelente Rádio Esmeralda, e agora se junta a Hique Gomez e Cláudio Levitan, que escreveu o roteiro do novo espetáculo, a partir de uma canção inédita de Nico, Teatro esperança, e que permanece em cena, somando-se a Nina Nicolaiewsky, que tem uma voz muito bonita, melodiosa e doce, e que mostrou personalidade ao recriar algumas composições do pai, que Nico e Hique celebrizaram no palco. Há, neste segundo trabalho, uma jovem sapateadora, cujo nome, infelizmente, não é mencionado em nenhum lugar, mas que merece ser louvada e elogiada: é extraordinária sapateadora, revivendo esta dança difícil e infelizmente muito esquecida do sapateado, e que atraiu para si todas as atenções sempre que esteve em cena. Precisa ser valorizada e reconhecida.
Neste segundo trabalho, como disse, além de se buscar reviver algumas composições da dupla, começa-se a experimentar novas roupagens para as antigas obras, e Hique Gomez ensaia novo repertório, variando ritmos, trazendo novas influências, apresentando outros caminhos que, literalmente, terminam na rua e na praça, como ele mesmo disse, ao final do show.
A dupla experiência foi muito feliz. Dá alento, e garante que o espírito de Nico continua em seu parceiro Hique, agora, parceiro de Simone e de Márcia. O Theatro São Pedro fecha as portas para as suas férias de fevereiro. Mas podemos partir para março, sabendo que esta herança sobreviveu, assim como muitas árvores da cidade, depois do vendaval que nos assolou.
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