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Economia

- Publicada em 29 de Janeiro de 2016 às 19:59

Gravataí terá cinema a partir de março

Arcoplex Itaguaçu, localizado em São José/SC.

Arcoplex Itaguaçu, localizado em São José/SC.


Arcoplex Cinemas/Divulgação/JC
Bruna Oliveira
Gravataí é uma das principais cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre e concentra uma população de mais de 255 mil habitantes. Apesar do médio porte e dos 252 anos de fundação, o município verá inaugurar, somente em março, o único cinema em funcionamento na cidade. A operação será da rede Arcoplex, dona de outros sete cinemas no Rio Grande do Sul.
Gravataí é uma das principais cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre e concentra uma população de mais de 255 mil habitantes. Apesar do médio porte e dos 252 anos de fundação, o município verá inaugurar, somente em março, o único cinema em funcionamento na cidade. A operação será da rede Arcoplex, dona de outros sete cinemas no Rio Grande do Sul.
O caso de Gravataí não é isolado, já que no Brasil mais de 90% das cidades não têm salas de cinema. O quadro tem apresentado mudanças a partir da instalação de uma política do governo federal, viabilizada por órgãos como Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (Bndes), que destina financiamentos à juro baixo para a construção e modernização das salas pelo País. Através desse programa, a rede Arcoplex foi beneficiada com R$ 12,6 milhões. Além do empreendimento em Gravataí, a rede inaugura em fevereiro duas salas na cidade de Jaraguá do Sul (SC), e entregou no ano passado novas salas em Itajaí e Araranguá, também no estado catarinense.
O plano de mercado da Arcoplex é se inserir justamente em locais onde não há concorrência, explica Mário Luiz Santos, atual gestor da rede e sucessor do seu pai, fundador do negócio. No mercado há 54 anos, a Arcoplex possui 96 salas de cinema no País, em seis estados brasileiros: Ceará, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. O maior número delas fica em Santa Catarina, estado de origem da empresa.
A escolha por Gravataí para o investimento, diz Santos, é estratégica.
“Nós achamos que Gravataí tem um potencial interessante. A cidade tem uma população bastante grande, e carente porque não tem cinemas. Há ali uma demanda reprimida há muitos anos nesta área. Para nós, que temos a experiência do negócio, vai ser um empreendimento muito importante”.
Já em fase de finalização, o novo empreendimento da Arcoplex funcionará no Shopping Gravataí. O espaço será para cinco salas, com capacidade para 939 espectadores ao todo.

Número de salas de cinema no País aumentou em 2015

Impulsionado pela abertura de novos centros comerciais em cidades do interior e nas regiões metropolitanas, nos últimos anos o número de salas de cinemas deu um salto no Brasil. Segundo dados da Agência Nacional do Cinema (Ancine), 2015 voltou a bater a marca dos 3 mil parques de exibição, totalizando 3013 salas. Em 1977, este número chegou a 3,5 mil.
Ainda aquém do esperado para a promoção cultural, a taxa de crescimento do mercado de cinema no ano passado foi a maior para os últimos cinco anos no levantamento da Ancine. Notoriamente, a consolidação do interior como ponto de atração para novos shoppings facilita para que mais cidades tenham acesso aos filmes. Somado a isso, a mudança de consumo da indústria cinematográfica tem concentrado, nos últimos anos, as salas de cinema nesse tipo de empreendimento, o que modifica a cultura de cinemas de rua. Uma pesquisa da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) apontava que, em 2014, 84% dos shoppings brasileiros possuíam cinema.
“Na época do meu pai, nós tínhamos 150 cinemas de rua. Quando veio o shopping center para o Brasil, o país adquiriu essa característica de que ele só cresce com shopping center. Então, todas as iniciativas de cinema fora de shopping não funcionam”, diz Santos.
Até o ano passado, a Arcoplex era a responsável pela operação do Cine Victória, tradicional no Centro de Porto Alegre. Em grandes cidades, onde predominam os complexos com várias salas de cinema, dificilmente um espaço de pequena capacidade se torna viável em termos de empresa, justifica Mário, e por isso a rede acabou não renovando o contrato de operações no local.
Outro levantamento da Abrasce aponta que 67% das inaugurações de shoppings em 2015 ocorreram fora das capitais, possibilitando que o cinema saísse dos grandes centros. O crescimento, no entanto, ainda não é suficiente para suprir a carência de acesso da população brasileira à sétima arte.
“É uma característica do Brasil, infelizmente, que o crescimento do cinema está atrelado exclusivamente ao do shopping center. Em função disso, nós não temos o mínimo que seria ideal para cinemas no Brasil”, avalia.
Apesar o desenvolvimento lento, o mercado de cinema no País caminha numa projeção otimista, sobretudo pela liberação das linhas de financiamento, que fomentam não somente a modernização e a ampliação das salas, mas encorajam, também, a produção cinematográfica nacional. Em 2015, foram produzidos no país 128 longas-metragens, um aumento de 12,3% de títulos brasileiros nos cinemas.
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