O volume de transações com dólar caiu 8% em 2015 na comparação com o ano anterior, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central (BC). No ano passado, a moeda americana teve valorização de 48,5%. Conforme o BC, as operações cambiais que passaram pelos bancos somaram US$ 2,796 trilhões ante
US$ 3,037 trilhões de 2014 e de US$ 3,652 trilhões de 2013 - a queda já havia sido de 17% de um ano para o outro. O histórico da instituição para essa movimentação começa em 2013.
No acumulado de 2015, também segundo dados do BC, o Banco Santander seguiu na liderança de maior movimentação da moeda no Brasil, com um total de US$ 382,4 bilhões distribuídos em 824 mil operações. A instituição espanhola, que havia ultrapassado o Itaú Unibanco em 2014, ficou na contramão do mercado ao registrar aumento do fechamento de contratos e de volume, já que no ano anterior havia movimentado US$ 379 bilhões por meio de 794 mil operações.
Em 2015, o Itaú Unibanco se manteve na segunda posição, com um total de US$ 262,1 bilhões negociados por meio de 1,25 milhão de contratos. Em 2014, o banco brasileiro havia ficado com a segunda posição, ao movimentar US$ 310,4 bilhõesem 1,120 bilhão de contratos. Na terceira colocação permaneceu o Citibank, com US$ 258,0 bilhões (395 mil operações), seguido pelo HSBC, com US$ 232,6 bilhões distribuídos em 518 mil operações.
O Banco do Brasil também continuou em quinto lugar, como em 2014. A instituição movimentou US$ 202,9 bilhões no ano passado, um volume bem mais baixo do que os US$ 255,4 bilhões vistos um ano antes. O total de operações também caiu de 974 mil para 821 mil de um ano para o outro.
A quantidade de empresas habilitadas pelo BC para fazer comercialização com a divisa, que havia aumentado de 180 para 185 de 2013 para 2014, foi mantida em 2015. No ano passado, as operações do mercado primário (US$ 1,416 trilhão) ficaram levemente maiores do que as do mercado interbancário
(US$ 1,380 trilhão).
O mercado primário, também conhecido como mercado de varejo, é formado pelas negociações feitas por governos, empresas ou famílias diretamente com o exterior. As informações que são capturadas nessas operações geralmente constam do balanço de pagamentos, que o BC detalha todo final de mês.
Já o mercado secundário é composto por transações feitas entre instituições financeiras. Fazem parte dessas operações os registros de contratos de arbitragem fechados no Brasil e no exterior bem como as operações realizadas diretamente com o Banco Central.
No mercado interbancário, as compras somaram
US$ 689,770 bilhões e as vendas, US$ 689,863 bilhões. Já no primário, as exportações foram responsáveis pela movimentação de US$ 183,880 bilhões, enquanto as importações somaram US$ 155,630 bilhões. As transferências do exterior atingiram um total de US$ 528,447 bilhões e as para o exterior, US$ 548,247 bilhões. Nessa lista atualizada nesta segunda-feira, 11, pelo BC, a autarquia subiu da 19ª para a 16ª colocação.
Conforme dois operadores de mercado consultados, a segunda queda seguida de volume dos negócios não era esperada, apesar da expectativa de que haveria muita volatilidade ao longo de 2015. Se, por um lado, a queda dos preços das commodities influenciou negativamente o mercado, por outro, os primeiros sinais de recuperação da economia americana se tornaram uma luz no fim do túnel.
Apesar de muitos agentes terem procurado hedge no mercado depois que o BC deu fim, em março de 2015, ao programa de ração diária de swaps cambiais, essa busca não foi suficiente para elevar o volume do ano. A alta volatilidade também pressupõe um aumento dos negócios, segundo os especialistas, justamente por causa das projeções.