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Economia

- Publicada em 03 de Janeiro de 2016 às 17:40

Mercado de seguros projeta um 2016 mais desafiador

"Teremos um crescimento um pouco mais modesto, mas o Brasil ainda tem espaço para crescer em seguros", avalia Roberto Westenberger, da Susep

"Teremos um crescimento um pouco mais modesto, mas o Brasil ainda tem espaço para crescer em seguros", avalia Roberto Westenberger, da Susep


SUSEP/DIVULGAÇÃO/JC
Estadão Conteúdo
O mercado de seguros projeta um 2016 mais desafiador do lado operacional, com aumento da sinistralidade como reflexo da crise no País, mas ainda assim espera sustentar expansão de prêmios de dois dígitos no próximo ano. Haverá, de qualquer forma, uma desaceleração desses prêmios e o resultado financeiro crescerá de modo mais contido, obrigando as companhias do setor a serem mais competitivas em preço, mesmo que essa postura signifique sacrificar um pouco as margens do segmento.
O mercado de seguros projeta um 2016 mais desafiador do lado operacional, com aumento da sinistralidade como reflexo da crise no País, mas ainda assim espera sustentar expansão de prêmios de dois dígitos no próximo ano. Haverá, de qualquer forma, uma desaceleração desses prêmios e o resultado financeiro crescerá de modo mais contido, obrigando as companhias do setor a serem mais competitivas em preço, mesmo que essa postura signifique sacrificar um pouco as margens do segmento.
Depois de sentir a crise de modo mais forte no terceiro trimestre, o mercado de seguros revisou suas expectativas para 2015 e também prevê menor avanço neste 2016. Espera alta de 11% nos prêmios emitidos em 2015, contra cerca de 12% estimados no final de 2014 pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). No próximo exercício, o crescimento deve ficar em 10,3%, segundo a entidade.
"Teremos um crescimento um pouco mais modesto, mas o Brasil ainda tem espaço para crescer em seguros", avalia o superintendente da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Roberto Westenberger.
Um dos responsáveis pela desaceleração mais rápida do setor, conforme demonstram as projeções da CNseg, é o ramo de saúde complementar. O setor deve crescer 11,4% em 2016, contra projeção de avanço de 13,2% para 2015. Marcio Coriolano, presidente da Bradesco Saúde e da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), explica que a crise econômica e também a Lava Jato, que resultou em várias demissões nas empresas envolvidas, afetam diretamente o setor, que ainda assim mostra "resiliência" pelo fato de o plano de saúde ser um dos últimos itens a entrar na lista de ajuste das famílias.
O segmento também será afetado, conforme Coriolano, em termos de sinistralidade, uma vez que as pessoas que engordam a lista do desemprego tendem a utilizar mais o plano. Gabriel Portella, presidente da SulAmérica, observa, porém, que o mercado está mais bem preparado sob o ponto de vista de gestão de sinistros. "Em 2009, não estávamos preparados e o mercado também não. Agora, as empresas estão mais conscientes, o desenho dos planos mudou, os funcionários participam mais com co-participação", admite o executivo.
Já na área de seguro de automóvel, o mercado prevê leve aceleração. A CNseg espera expansão de 3,9% no próximo ano, contra expectativa de alta de 3,5% em 2015. Como estímulo para o segmento, a despeito da queda nas vendas de automóveis, o presidente do conselho de administração da Porto Seguro e também interino da CNseg, Jayme Garfinkel, cita o seguro popular, que permite a utilização de peças usadas no conserto de carros segurados, atualmente em consulta pública.
"51,9 milhões de veículos com mais de cinco anos de uso não têm seguro. É um mercado que pode passar a ser explorado a partir do seguro popular, que deve ser realidade no ano que vem", avalia ele.
Garfinkel admite, entretanto, que a sinistralidade tende a piorar no segmento, assim como as fraudes, por conta do ambiente atual, mas não projeta um "aumento dramático". Uma alternativa, segundo ele, são produtos securitários mais simples. Ao longo de 2015, a demanda por soluções mais econômicas já aumentou. A Ituran, que vende rastreadores acompanhados de coberturas securitárias mais simples, espera crescimento de cerca de 30% neste ano, enquanto o mercado tradicional de seguro de automóvel cresce menos de 5%.
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