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- Publicada em 07 de Janeiro de 2016 às 22:22

Saber menos ilusório e arrogante


DIVULGAÇÃO/JC
Ensinar a viver - Manifesto para mudar a educação (Editora Sulina, 183 páginas, R$ 52,00, tradução de Edgar de Assis Carvalho e Mariza Perassi Bosco) do sociólogo e filósofo francês Edgar Morin, nascido em 1921 e um dos grandes nomes do pensamento mundial na atualidade, em síntese, pretende estimular a adoção de um saber menos ilusório e menos arrogante, a partir de uma grande reflexão sobre questões envolvendo a educação nos dias de hoje.
Ensinar a viver - Manifesto para mudar a educação (Editora Sulina, 183 páginas, R$ 52,00, tradução de Edgar de Assis Carvalho e Mariza Perassi Bosco) do sociólogo e filósofo francês Edgar Morin, nascido em 1921 e um dos grandes nomes do pensamento mundial na atualidade, em síntese, pretende estimular a adoção de um saber menos ilusório e menos arrogante, a partir de uma grande reflexão sobre questões envolvendo a educação nos dias de hoje.
Morin é autor de dezenas de obras, publicadas no mundo inteiro e muitas no Brasil, como O ano zero da Alemanha, O Método (1, 2, 3, 4, 5 e 6), Diário da China, Terra Pátria, As duas globalizações, Introdução ao pensamento complexo, Em busca dos fundamentos perdidos, A minha esquerda e Meus filósofos, todos publicadas pela Editora Sulina.
Na apresentação o professor e escritor Juremir Machado da Silva escreveu: "Neste pequeno livro se encontrará uma grande reflexão sobre as condições de possibilidade de um saber menos ilusório e menos arrogante, mais complexo e mais generoso. A ciência moderna destacou três aspectos: separação (disjunção), simplificação (redução) e determinismo. É possível e desejável superar esse paradigma. Para isso, é necessária uma reforma do pensamento, uma concepção ampliada do horizonte metodológico e uma determinação reforçada para romper disciplinas, apostar na transdisciplinaridade e acreditar na relevância e na possibilidade concreta de um saber que vá da parte ao todo e do todo à parte. As especializações não podem impedir que se busque uma visão capaz de abarcar mais do que o separado, fragmentado, esfacelado."
Viver, crise multidimensional, compreender, conhecer, ser humano, ser francês e, conclusão: regenerar Eros, destes temas e de muitos outros trata o volume, estimulando o amor ao saber, a curiosidade por todas as coisas. Morin se posiciona contra a lógica de mercado, as metas quantitativas e as avaliações por superavaliadores que não se autoavaliam.
Morin propõe um retorno à filosofia socrática (diálogo), aristotélica (organização de informações), platônica (questionamento das aparências) e pré-socrática (questionamento do mundo, inserção do conhecimento na cosmologia moderna) e mostra a importância da incerteza e dos dilemas nas salas da aula onde o Google e a internet cumprem funções de enciclopédias e permitem a qualquer aluno contestar, em certas ocasiões, o professor.
O autor defende mesmo o valor do erro e esta obra, um texto ousado, vem justamente depois de Morin ter feito o monumental O Método, no qual tinha colocado o todo de seu pensamento. É isso, uma reflexão para rejuvenescer a reflexão sobre a ciência, humanidades, teorias e práticas de ensino-aprendizagem.

Lançamentos

 histórias de viamão

histórias de viamão


DIVULGAÇÃO/JC
Histórias de Viamão - Histórias do Rio Grande (Libretos, 156 páginas), do administrador cultural Vitor Ortiz, ex-secretário da Cultura de Porto Alegre, São Leopoldo e Viamão, traz a síntese do conturbado contexto político do período que vai de 1889 a 1930, quando o Rio Grande se agitou com duas guerras civis: a Revolução Federalista de 1893 e o Levante Maragato de 1923.
Bíblia Sagrada - Celebrando a Recuperação (Sociedade Bíblica do Brasil, 1.754 páginas), com apresentação do Dr. Rick Warren, Pastor Sênior da Igreja Saddleback, foi escrita a partir do programa Celebrando a Recuperação da Igreja Saddleback, que, com grupos de apoio e leituras bíblicas, auxilia as pessoas a resolver seus problemas.
O sofrimendo de uma vida sem sentido - Caminhos para encontrar a razão de viver (É Realizações Editora, 126 páginas), do grande pensador e escritor Viktor E. Frankl, criador da Logoterapia e Análise Existencial, fala de Freud, Adler e Jung, de sentido, vida, pastoral médica, derreflexão, frustração existencial e outros temas essenciais.

Os livros em 2015

O ano de 2015, graças a Deus, terminou. Deu pra ti, 2015! Acho que por muitos anos qualquer um será melhor. Na política e na economia é melhor nem pensar nas lembranças, que a coisa foi feia. Melhor deixar para lá. Mas em termos de cultura, especialmente falando de literatura, descontando as mortes de Eduardo Galeano, Günter Grass e dos nossos Nico Fagundes, Sérgio Napp, Antonio Carlos Resende, Carlos Urbim e Hermes Bernardi Jr. e o cancelamento da Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo, tivemos muitas notícias boas, como a reabertura da Biblioteca Pública do Estado, as homenagens a Luiz Antonio de Assis Brasil (70 de idade e 30 de oficina literária) e Mário de Andrade, o sucesso habitual da Feira do Livro de Porto Alegre e da Flip de Paraty. Mercado cinematográfico em ascensão, mercados das artes e Bienais acontecendo e Porto Alegre com dezenas de shows e eventos culturais a cada semana, dá para dizer que nem tudo foi perdido em 2015. A cultura salvou o ano.
Pela lista de mais vendidos de 2015 da Veja, O pequeno príncipe de Antoine de Saint-Éxupéry ficou em primeiríssimo lugar. História infantojuvenil com toques de lições de vida, a obra de 1943, há décadas frequenta as listas de mais vendidos, caiu em domínio público e várias editoras fizeram edições variadas, com capa dura, de bolso e com fotos do desenho animado. Em não ficção, a biografia Nada a perder, do Bispo Edir Macedo, foi o primeiro lugar e, em autoajuda e esoterismo, Philia, do Padre Marcelo Rossi, liderou. Num ano marcado por altos e baixos, em decorrência de uma economia minguante, deu a lógica e os tons de cinza de E.L. James seguiram dando o tom, em meio a biografias importantes como as de Elis Regina, de Arthur de Faria; Esse tal de Borghettinho, de Márcio Pinheiro, e de Julio Reny, assinada por Cristiano Bastos.
Permanece em aberto uma questão: por que a ficção brasileira, em especial a de narrativas longas, nas últimas décadas, não encanta muito o leitor brasileiro? Por que preferimos livros estrangeiros, muitos ligados a filmes, com realidades por vezes bem distantes das nossas? Não acredito que seja apenas a novela das oito a causa disso. Precisamos falar mais sobre o tema.
Há vitalidade, entretanto, na literatura de jovens autores, com forte ligação em redes sociais e abordando temáticas atuais, casos das obras de Christian Figueiredo de Caldas (Eu fico loko, I e II) e Paula Pimenta (Fazendo meu filme e Minha vida fora de série), para citar apenas dois, entre vários. É cedo para avaliar o impacto das obras, seus conteúdos e suas formas. Não se pode prever o futuro da literatura apreciadas pelos jovens, mas é um segmento importante para as editoras e merece toda a atenção, principalmente porque pode estar criando gerações de leitores futuros.
Não por acaso, os romances Se eu ficar e Para onde ela foi, de Gayle Forman, da Editora Novo Conceito, ficaram em quarto e sexto lugar da lista da Veja. São narrativas modernas, que atraem leitores jovens e público em geral.

A propósito...

Sem querer fazer muita futurologia, em 2016, em termos de mercado editorial, dá para prever biografias importantes como a de Roberto Carlos, de Paulo César de Araújo e outras, em função da decisão do STF sobre biografias. Está previsto para março o lançamento do livro mais famoso da bielorussa Svetlana Alexlevich, Nobel de Literatura de 2015, Vozes de Chernobil e outro O rosto pouco feminino da guerra no segundo semestre, pela Companhia das Letras. A Intrínseca deve lançar A Ditadura Acabada, de Elio Gaspari, sobre os governos Geisel e Figueiredo. A história de um novo nome, bestseller da italiana Elena Ferrante, deve sair pela Biblioteca Azul em fevereiro. (Jaime Cimenti)