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Governo Federal

- Publicada em 22 de Dezembro de 2015 às 18:52

'Atropelar a democracia não vão', avisa Dilma

Dilma Rousseff entrega unidades habitacionais em Camaçari (BA)

Dilma Rousseff entrega unidades habitacionais em Camaçari (BA)


ROBERTO STUCKERT FILHO/PR/JC
A presidente Dilma Rousseff (PT) disse ontem ter coragem para enfrentar "todos aqueles que acham que o melhor jeito para chegar à presidência da República é atropelar a democracia", ao entregar unidades habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida, em Camaçari, na Bahia. Dilma referia-se ao processo de impeachment contra ela iniciado na Câmara dos Deputados.
A presidente Dilma Rousseff
(PT) disse ontem ter coragem para enfrentar "todos aqueles que acham que o melhor jeito para chegar à presidência da República é atropelar a democracia", ao entregar unidades habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida, em Camaçari, na Bahia. Dilma referia-se ao processo de impeachment contra ela iniciado na Câmara dos Deputados.
"Sobre o impeachment, podem ter certeza: o Brasil é uma democracia forte com instituições fortes, que nós construímos. Eu tive 54 milhões de votos. A melhor forma de eu agradecer os votos é honrar primeiro com programas como esse do Minha Casa Minha Vida; segundo, honrar tendo a coragem de enfrentar as dificuldades desse momento de crise e, terceiro, jamais deixando de enfrentar todos aqueles que acham que o melhor jeito para chegar à presidência da República é atropelar a democracia. Atropelar a democracia não vão, não", afirmou.
Ela voltou a dizer que não há fundamento legal para o processo de impeachment. "Eu tenho uma biografia e uma vida pública absolutamente sem manchas e tenho meus compromissos com os recursos públicos desse País", garantiu.
Mais cedo, durante a entrega da Estação Pirajá e do trecho Bom Juá-Pirajá, do Sistema Metroviário de Salvador, Dilma destacou que a Constituição Federal é clara ao prever o impeachment em caso de crime de responsabilidade do chefe de Estado. "Não há fundamento legal, porque eu tenho uma vida ilibada. No meu passado e no meu presente, não há nenhuma acusação fundada contra mim", disse.
A presidente reconheceu que o País vive um momento de crise, mas destacou que isso não paralisou o governo. "É verdade que a gente está passando por dificuldades, mas é verdade também que, mesmo passando por dificuldades, nós não paramos não. Nós continuamos construindo casas, pagando Bolsa Família, nós continuamos, como fizemos hoje (ontem) lá em Salvador, entregando mais uma estação do metrô. Eu posso garantir a vocês: o País não vai parar, vamos continuar criando empregos, assegurando renda e vamos lutar todos os dias para vencer essa crise", completou.

Ministro elogia decisão da Suprema Corte

O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner (PT), afirmou ontem que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de dar ao Senado a palavra final sobre o impeachment e revogar a comissão criada pela Câmara é "o renascimento do governo Dilma". Para Wagner, a presidente sai de "um governo perseguido para um governo que ganha certa liberdade para atuar".
"O STF, como Poder mediador, deu a dimensão necessária à magnitude do impeachment. No presidencialismo, o impeachment de um presidente é quase uma pena de morte para o cidadão comum, ainda mais se ocorre sem um rito que não respeita isso", afirmou, em conversa com jornalistas.
Segundo Wagner, o instrumento impeachment não é "golpe", sobretudo se for aprovado pelas duas Casas, a Câmara e o Senado. Disse, no entanto, que ele não pode ser banalizado. Na avaliação do ministro, o processo aberto pela Câmara não evoluirá na volta do recesso parlamentar, em fevereiro.Jacques Wagner avaliou como positiva para o governo a decisão de manter aberto o voto que aprovará a comissão da Câmara.