O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) vai tornar mais favorável o financiamento pelo Finame (maquinas, ônibus e caminhões) e Finame Agrícola (máquinas e implementos agrícolas) a partir de janeiro. A diretoria do banco aprovou ontem o aumento de 50% para 70% a participação no financiamento de máquinas e equipamentos adquiridos por grandes empresas, integralmente em TJLP.
Para a aquisição de ônibus e caminhões, o apoio do banco permanecerá em 70% do valor do bem adquirido pelas grandes empresas, mas a parcela dos juros de longo prazo do empréstimo vai ser elevado de 50% para 70%. Entre as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) e também no caso da aquisição de "bens de capital eficientes", como em consumo de energia, a fatia financiada pelo banco subirá de 70% para 80% do valor do bem no caso.
Segundo o Bndes, as mudanças ocorrem simultaneamente ao fim do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que se encerra em 31 de dezembro após não ser renovado pelo governo.
Criado em 2009 para contornar os efeitos da crise, o PSI tinha taxa de financiamento mais favorável. Em outubro, o PSI teve seu orçamento reduzido de R$ 50 bilhões para R$ 19,5 bilhões, considerando todas as operações.
Pelo PSI, o financiamento de bens de capital por uma grande empresa tinha taxa fixa de 9,5% ao ano, segundo informações disponíveis no site do banco. Mesmo com o ajuste, a taxa média do Finame deve superar 10%. Isso considera 1,5% de spread do Bndes; 7,5% de TJLP; 0,5% de taxa de intermediação financeira; e mais o risco da operação.
Uma fonte próxima ao banco informou que a medida seria uma forma de evitar uma freada ainda mais brusca dos investimentos no País. De janeiro a outubro deste ano, as consultas por novos empréstimos ao Bndes tiveram queda de 46%, para R$ 108,6 bilhões. É o menor nível em mais de uma década, desde 2003.