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- Publicada em 29 de Dezembro de 2015 às 22:14

Toda generalização é burra

Gilberto Cantú
Gilberto Cantú
Tomo emprestada uma frase célebre de Nelson Rodrigues e a parafraseio, já que o autor, que retratava bem os pormenores da alma humana, disse que toda a unanimidade é burra. Troco, no entanto, unanimidade, por generalização, porque hoje quero falar de preconceito. Este, que tantos dizem que não existe, mas que está enraizado em nossa sociedade nos mais diversos setores.
Venho, hoje, em defesa dos empresários e, principalmente, dos motoristas do setor de transportes de cargas. Muito tem sido falado a respeito da implantação de exames toxicológicos para motoristas profissionais e, recentemente, lançamos uma campanha de valorização do transporte, já que no atual sistema de distribuição brasileiro, mais da metade da carga transportada no País é levada por caminhões e muitas vezes o transportador é visto como vilão.
Represento um sindicato de empresários do setor de transporte - categoria em que me enquadro - e, como tal, acredito que o motorista precisa ser valorizado. Ele precisa cumprir sua jornada, mas dentro de seus limites. O caminhão que ele dirige é uma filial da empresa.
E se ela não funcionar bem, eu terei problemas. Logo, me preocupo com a saúde física e mental do gerente da minha filial - o motorista -, pois ele é uma peça importante da minha engrenagem. E assim, acredito que também pensem a grande maioria dos empresários do setor.
Vejo algumas reportagens tendenciosas, dando a entender que o empresário do transporte é o culpado pelo alto índice de uso de drogas entre motoristas profissionais, devido aos prazos apertados com que precisam trabalhar. Logo nós, que lutamos pela regulamentação do setor, pela implantação da Lei do Motorista - a Lei nº 13.103 - e nos esforçamos para cumprir todas as diretrizes da mesma - inclusive no que se refere a controle de jornada.
Infelizmente, sabemos que o problema com drogas atinge todas as esferas da sociedade e cidadãos de todas as profissões. O vício não escolhe classe social. Caminhoneiros são constantemente abordados em pontos de parada nas estradas, recebem oferta de substâncias ilícitas, mas a escolha do uso é de cada um.
E posso dizer que os motoristas que fazem uso de rebites e outras drogas para dirigir por mais tempo do que seria prudente estão fazendo isso sem o consentimento da empresa para a qual trabalham, ou são autônomos que o fazem para pagar suas contas apertadas.
Somos a favor de fiscalização rígida nas estradas para que seja cumprida a lei, principalmente pelos autônomos, pois hoje a realidade é que somente as empresas são fiscalizadas, obrigadas a assinarem termos de ajuste de conduta etc.
Nós empresários não exigimos de nossos funcionários nem um minuto além da jornada permitida por lei. E se fizermos isso, teremos que arcar com ações trabalhistas - algo que em sã consciência, empresário nenhum quer.
Agora, outros questionamentos que merecem investigação e não aparecem nas reportagens são: qual será o destino do dependente químico? O que podemos fazer para ajudá-lo? Nós, tanto quanto a sociedade, queremos e, mais do que isso, precisamos, saber a resposta.

Presidente do Setcepar - Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Paraná
 

Daer restringe os produtos perigosos na Rota do Sol

Objetivo da medida é proteger as áreas de preservação ambiental com a redução dos riscos de acidentes

Objetivo da medida é proteger as áreas de preservação ambiental com a redução dos riscos de acidentes


DANIELA BARCELLOS/PALÁCIO PIRATINI/DIVULGAÇÃO/JC
O Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) aprovou a Decisão Normativa nº 94/2015, que restringe o transporte de produtos perigosos na Rota do Sol. O trecho de 53 quilômetros de extensão abrange as rodovias RSC-453 e ERS-486, do entroncamento com a ERS-020 (para Tainhas) ao entroncamento com a BR-101 (Terra de Areia).
A instrução está em vigor desde a publicação no Diário Oficial do Estado, em 24 de dezembro passado. A fiscalização está sob responsabilidade do Comando Rodoviário da Brigada Militar e do Daer. Para alertar os usuários, foram instaladas placas de sinalização informando a norma imposta ao longo da rodovia que leva ao Litoral gaúcho.
O trecho apresenta peculiaridades ambientais como aclives, declives, segmentos sinuosos e alterações climáticas. O trajeto percorre três unidades de conservação ambiental do Bioma Mata Atlântica: Área de Proteção Ambiental Rota do Sol, Estação Ecológica Estadual Aratinga e Reserva Biológica Mata Paludosa. O bioma, definido como Reserva da Biosfera, é reconhecido pela Unesco e pelo Patrimônio da União.
O Daer levou em conta a implantação do Plano de Gerenciamento de Riscos e do Plano de Ação de Emergência, com medidas preventivas e de emergência para casos de acidentes com cargas perigosas. As iniciativas constam do Plano Emergencial de Ações de Controle e Fiscalização do Transporte de Cargas e de Produtos Perigosos no segmento Tainhas-Terra de Areia, apresentado ao Ibama para evitar o embargo do tráfego com produtos perigosos pela Rota do Sol.

Fazer um box

A restrição ocorre o ano todo, nos seguintes horários

– A partir das 12h das sextas-feiras até as 12h das segundas-feiras, além dos feriados estaduais ou nacionais, a partir das 12h da véspera até as 12h do dia seguinte, nos dois sentidos das rodovias;
– Nos demais dias da semana, das 17h às 8h;
Poderá ser admitida, em caráter provisório e excepcional, a circulação de veículos de abastecimento dos postos de combustíveis (gasolina, óleo diesel, álcool e GNV) nos municípios interceptados pelas rodovias RSC-453 e ERS-486, nos segmentos determinados na normativa, no intervalo das 8h às 17h.