Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Energia

- Publicada em 23 de Dezembro de 2015 às 22:01

Tecsis se prepara para expansão internacional

Empresa investe em novas fábricas de pás de aerogeradores e, sem crise no País, quer conquistar o exterior

Empresa investe em novas fábricas de pás de aerogeradores e, sem crise no País, quer conquistar o exterior


MARCELO G. RIBEIRO/JC
A Tecsis, uma das maiores produtoras de pás eólicas do País, prepara-se para se internacionalizar. A companhia, controlada por Pércio de Souza, sócio da butique de investimentos, fusões e aquisições Estáter, avalia a construção de sua terceira fábrica. Desta vez, fora do Brasil. O projeto de internacionalização da companhia começou a ser gestado nos últimos meses e deverá ter o martelo batido ao longo de 2016.
A Tecsis, uma das maiores produtoras de pás eólicas do País, prepara-se para se internacionalizar. A companhia, controlada por Pércio de Souza, sócio da butique de investimentos, fusões e aquisições Estáter, avalia a construção de sua terceira fábrica. Desta vez, fora do Brasil. O projeto de internacionalização da companhia começou a ser gestado nos últimos meses e deverá ter o martelo batido ao longo de 2016.
O investimento previsto nessa terceira fábrica deverá girar em torno de US$ 50 milhões. Ainda está em avaliação se a nova unidade deverá atender ao mercado norte-americano ou europeu. Se for voltado para os EUA, a fábrica poderá ser erguida no México. Se for decidido pelo mercado europeu, Turquia é o país candidato a receber esse aporte.
Os planos de expansão da Tecsis ocorrem quase ao mesmo tempo em que a companhia inaugura sua segunda unidade de produção de pás eólicas. A empresa coloca em operação em fevereiro sua fábrica no polo de Camaçari (BA), que deverá atender à demanda da região Nordeste. Até então, a unidade de Sorocaba, interior de São Paulo, abastecia todo o mercado nacional e externo.
Agora, o foco de Sorocaba será atender à região Sul do País e ao exterior. Neste ano, Sorocaba exportou 40% da produção do grupo. No ano que vem, a expectativa é de que a unidade paulista embarque metade do volume produzido. Desde julho de 2011 na gestão da Tecsis, Souza promoveu, nos últimos anos, um processo de reestruturação do negócio. "Fizemos uma mudança de gestão, operação e filosofia da empresa. Buscamos os melhores profissionais do mercado", contou o empresário.
Conhecido como um negociador que se apega a pequenos detalhes para fechar um grande negócio, Souza age da mesma maneira para tocar sua própria companhia. Ele acompanha de perto as obras de Camaçari, que já estão em fase final, e uma vez por semana bate ponto na fábrica de Sorocaba, que se tornará a base exportadora do grupo. Neste ano, a produção está estimada em 3.600 pás eólicas.
A unidade de Camaçari recebeu um aporte de cerca de R$ 200 milhões, dos quais R$ 170 milhões de investidor imobiliário e adiantamento de recursos de clientes, e outros R$ 30 milhões da Tecsis. Ela foi construída para abrigar oito linhas de produção até 2017. A nova unidade também produzirá pás maiores, capazes de gerar mais energia, afirmou Marcelo Soares, diretor-superintendente da emprea. Soares tem experiência no setor e é egresso da GE.
Também está em fase final de estudo a construção de um centro de pesquisa e desenvolvimento (P&D) para colocar em prática os planos de inovação da Tecsis. Essa unidade poderá ser erguida em Sorocaba com investimentos de R$ 15 milhões. Esse projeto está em fase final de aprovação, segundo Souza. Com faturamento previsto para este ano em R$ 1,5 bilhão, um crescimento de 25% sobre 2014, a expectativa para 2016 é de que a receita da Tecsis fique em R$ 1,85 bilhão.
Neste ano, após conversão de R$ 120 milhões de debêntures (títulos de dívida), Souza (com 28,5%) e Unipar (com 17%) fazem parte do bloco de controle da companhia e detêm 52% das ações ordinárias da Tecsis. O Bndes, outros bancos e antigos fundadores respondem pela fatia restante.
Apesar de a crise econômica afetar boa parte das indústrias do País, de modo geral, o setor de energia eólica tem passado longe da turbulência financeira, segundo Elbia Gannoum, presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). "O programa de investimento no segmento tem sido firme desde 2009, quando foi realizado o primeiro leilão. Hoje, a energia eólica é considerada a segunda mais competitiva do País, atrás somente de projetos hidrelétricos de grande porte", disse.
De acordo com Elbia, os preços dos últimos leilões para energia eólica ficaram muito mais competitivos que os de biomassa (a partir do bagaço da cana), por exemplo. "O preço de biomassa ficou cerca de R$ 60,00 mais caro que o de eólica", afirmou a dirigente da Abeeólica.
Segundo ela, os investimentos realizados no País pelo setor como um todo, incluindo as aerogeradoras e produtoras de equipamentos, somam cerca de R$ 20 bilhões. "É um setor que podemos dizer que está blindado da crise que atinge a maioria das empresas do País."
A Abeelólica é otimista com o futuro da geração eólica. Segundo a presidente da entidade, o setor teve ter crescimento acima de dois dígitos nos próximos anos. O Brasil, segundo a entidade, tem capacidade de 8,4 gigawatt (GW) de potência instalada, o que representa 6% da matriz energética brasileira. Até 2020, a expectativa é alcançar 12% da matriz total energética brasileira, com a geração de 20 GW.

Alstom propõe pagar R$ 60 milhões para encerrar processo

Superfaturamento recebido pela companhia francesa foi de R$ 55 mi

Superfaturamento recebido pela companhia francesa foi de R$ 55 mi


SEBASTIEN BOZON/JC
A empresa francesa Alstom concordou em pagar indenização de R$ 60 milhões ao estado de São Paulo para encerrar um processo em que responde por pagamento de propina e por superfaturamento. A ação se relaciona a fraudes que, segundo o Ministério Público, foram praticadas em contratos assinados para a construção de subestações de transmissão de energia da Eletropaulo, uma empresa estatal à época.
O valor proposto pela empresa francesa - que atua na área de infraestrutura de energia e transporte - corresponde a R$ 55 milhões, que teriam sido pagos acima do valor real das obras, além de 10% referentes à indenização por danos morais coletivos. Com o entendimento, a empresa deixaria de responder à ação. Outros acusados, no entanto, continuariam sendo processados. Os termos ainda precisam ser aprovados pela Procuradoria-Geral do estado, para que a Justiça de São Paulo possa homologar o acordo.
A investigação sobre o Aditivo nº 10 do Contrato Gisel, relativo à aquisição de três subestações de transmissão de energia da Eletropaulo, foi iniciada em 2008, apesar de o contrato inicial ser de 1990 e o aditivo, de 1998. A apuração progrediu a partir da colaboração das autoridades da França e da Suíça, que enviaram documentos e provas para o Brasil.
Em fevereiro, a juíza Maria Gabriella Pavlópoulos Spaolonzi, da 13ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, decretou o bloqueio de R$ 282 milhões do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE) Robson Marinho e das empresas Alstom e Cegelec. Desse montante, R$ 140 milhões pertenciam à empresa Alstom.
O conselheiro é acusado de ter recebido US$ 2,7 milhões em propinas para possibilitar a implementação do aditivo no valor de US$ 50 milhões entre as multinacionais francesas e a Eletropaulo. Em agosto de 2014, a juíza já havia decretado o afastamento do conselheiro do tribunal. Marinho, que era funcionário do governo de São Paulo à época, não será beneficiado pelo acordo proposto pela Alstom e continuará respondendo o processo por improbidade administrativa. A GE (General Electric), empresa que adquiriu o controle da área de energia da Alstom, afirmou que não vai comentar o caso.